Vampiros nos filmes brasileiros
Vampiros nos filmes brasileiros: Ao contrário do que se pensa o Brasil tem bons filmes de vampiros na sua história reunimos alguns dos mais interessantes nesta postagem.
No audio visual brasileiro temos ainda seis novelas com personagens do gênero (Dracula na TV Tupi; Um Homem muito especial, Band; Vamp e Beijo do Vampiro, Globo; Caminhos do Coração & Mutantes, Record; ainda um personagem humorístico do Chico Anísio(Bento Carneiro), dois vampirinhos simpáticos nos quadrinhos infantis (Draky & Zé Vampir) e algumas beldades fatais dos quadrinhos de terror (falamos delas neste outro blog).
Na real, temos muito mais do que as “Sete Vampiras” que foi um “terrir” divertido dos anos 80 com Leo Jaime.
A questão cultural de vampiros na produção cultural literária, teatral e no audiovisual brasileiro é bem extensa e rende quase uns 180 anos de história desde a publicação de Octávio e Branca – Maldição Materna lá em 1845. Por alguma razão cultural, as pessoas acham que o mundo só começou no final dos anos sessenta e se esquecem de tudo isso. Se você desconhecia este fato e todo o contexto envolvido com a produção cultural vampírica no Brasil, sugiro a apreciação dos seguintes links:
* Primeiros Vampiros Brasileiros
* 178 Anos de Vampiros na produção cultural brasileira
* Os Vampiros originais brasileiros
* Vampiros Brasileiros da América Pré Colombiana a Contemporaneidade
* A primeira vampira brasileira
Para começar a lista dos filmes de vampiros brasileiros temos que citar em pleno anos sessenta o longa-metragem “Um Sonho de Vampiros” e também a participação da atriz brasileira Norma Bengell no filme italiano “Planeta dos Vampiros” – e desde então teve muita coisa – são quase 60 anos de produções dos mais variados tipos. Nesta postagem comentamos e pontuamos algumas que marcaram o imaginário da nossa comunidade.
Para os mais ávidos, mantenho aqui mesmo na Rede Vamp uma relação desatualizada que cobre bastante desta mesma produção nas animações neste link.(Sejam indulgentes! Somos uma equipe pequena, se faltar alguma coisa avisem a gente que inserimos lá).
Gostaria ainda de mencionar os curta-metragens Caçadores Caçados (da Alterea Filmes) e o magnífico Um Estranho a Porta (2016) mas infelizmente não consegui localiza-los no youtube e nem um trailer. Mas fica aqui o carinho e respeito a estes dois belos exemplares dos filmes vampirescos produzidos em nosso Brasil.
Vamos agora com o que temos por aqui, ao menos até 2023 (eu acho que está incompleta ainda) se você encontrar trailers de outros filmes nacionais vampirescos mais antigos ou atuais produzidos no Brasil, nos enviem o link pelo e-mail:[email protected]
A Noite das Vampiras, Rubens Mello (2023)
Justine é uma jovem que foi criada por pais adotivos. Em sua vida adulta, tornou-se uma atriz que faz muito sucesso em comerciais de TV. Em certo momento, recebe um convite para conhecer sua família biológica. O encontro se dá às vésperas de uma festa, que acontece anualmente, para celebrar o sucesso do açougue gerido pela sua família. Mas, o que era para ser apenas uma reaproximação com sua verdadeira família, torna-se algo sinistro e bizarro, onde coisas absurdas e engraçadas acontecem, levando Justine a conhecer o verdadeiro segredo do sucesso dos negócios da família.
Noite das Vampiras é um “Terrir” que reúne as divas do cinema nacional Nicolle Puzzi, Débora Munhiz e Liz Marins (Filha do Zé do Caixão) dirigidas por Rubens Mello. O filme foi gravado e produzido na época da pandemia e teve seu lançamento com todos os ingressos esgotados na principal sala da cinemateca nacional – o que não deixa de ser uma marca interessantíssima. Durante o desenrolar da trama revisitamos clássicos dos filmes oitentistas de terror e muitas referências bem sacadas – e situadas com humor pontual. Destaque para a trilha sonora da banda guarulhense “Asteróide Trio” e as participações especiais de muita gente ligada ao cinema de terror nacional.
Não Sei Quantas Almas Tenho (2022)

“Não Sei Quantas Almas Tenho”, título do poema homônimo do português Fernando Pessoa (“Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma.”), não busca o o artifício gore e sim a ambientação sensorial do tempo corrido das substâncias, em seus estágios de ensaio, fusão, descobrimento e naturalidade das consequências; o desencadeamento de metáforas, a pitaya, por exemplo; e principalmente sua narrativa, contada por nove capítulos (mais um extra-final) de nomes dos elementos da tabela periódica. O 9 é o último número nuclear da numerologia, que representa “o fim de algum ciclo e a iminência do começo de outro” e “o fim de uma jornada – cruzar esse caminho culmina numa coleção de eventos que transformam um simples novato em alguém preparado e com muitas experiências de vida”. E/ou com a frase “Não alimente o lobo” numa parede em uma rua escura. O longa-metragem é um conceito de gênero, por imprimir o existencialismo flutuante, à moda de Jim Jarmusch e seu “Amantes Eternos”, entrecortado por inúmeras referências cinematográficas (sim, os diretores, que são cinéfilos de carteirinha, citaram explicitamente “Asas do Desejo”, de Wim Wenders); por sacadas irônicas (a Romênia, uma delas); e por figurações do meio (o sangue artificial, que em um primeiro momento pode lembrar o seriado “True Blood” da HBO, mas que aqui muito provavelmente quer criticar os próprios humanos como nivelados pela superfície).”Do site Papo de Cinemateca
Tenho um caso afetivo com este filme, o Cinefantasy de 2022 me convidou como mestre de cerimônias para o lançamento dele, no Cine Satyro. Lembro como Cavi Borges e Patricia Niedmeyer adoraram quando mandei a sentença:
“A luz prateada do projetor de cinema, tal como a luz argentea do luar revive os Vampiros desde Polidori”, há os que nascem sob o pélico destinados ao vampyrismo e os que renascem sob a película do filme”
A caprichada trilha sonora ficou a cargo da banda Leela, que resgatou alguns clássicos como Bela Lugosi´s Dead, Love Will Tears Apart, Nick Cave e outros, pode ser conferido aqui no canal da banda!
A mesma noite do lançamento foi ainda marcada pela festa “Dança dos Vampiros” realizada no lendário Madame Underground Club em parceria com a Rede Vamp e serviu como uma festa oficial do Cinefantasy.
Almas que Dançam no Escuro, Marcos de Brito, (Menção honrosa, 2021)
Dirigido por Marcos de Brito e adaptado do livro Palavras Interrompidas, As almas que dançam no escuro não é uma história sobre vampiros, entretanto parte de suas origens tem uma história afetiva ligada a Rede Vamp e um dos nossos eventos. Talvez, um dos filmes nacionais de suspense mais interessantes de todos os tempos que conta com algumas cenas filmadas no lendário Madame Underground Club.
Christabel, Alex Levy Heller, (2021)
Talvez uma das obras mais líricas e evocativas sobre vampiras já produzida na América do Sul. Falamos longamente desta película nesta review e o papo fica ainda mais enriquecido nesta entrevista com o diretor Alex-Levy Heller, assista agora.
Um Drink para a Imortalidade, Drops from Hell
(2023-2024?)
Antologia de histórias de vampiros que reúne diversos diretores nacionais, ainda em produção e aguardamos a data de lançamento.
Domina Nocturna, Astaroth Produções (2021)
Assombrada pela escuridão enquanto vaga por uma cidade morta, nossa jovem e condenada heroína Angelique é acometida por visões alucinatórias enquanto aprende a história de uma vampira cruel e sem amor. Suas visões são de rituais bizarros que aprisionam um grupo de adoradores satânicos em um ciclo de paixão moribunda e que buscam sobreviver além do túmulo. Aos ouvidos de Angelique, apenas a música da atmosfera gótica flui para aumentar sua busca pelo horror e pela paixão dos mortos – e nenhuma voz pode se elevar acima dela. Um tributo assombroso e enigmático às obras clássicas de Euro-Horror de Jean Rollin e Jess Franco. A cineasta brasileira Larissa Anzoategui criou um filme inspirado nos autores Lord Byron e no brasileiro Álvares de Azevedo e na paixão de Anzoategui pela estética expressionista.
Uma obra única e muito especial que apreciei bastante e me surpreendeu positivamente. Tive a oportunidade especial de conversar com Ramiro e Larissa no programa Acesso Rede Vamp e compartilho a entrevista aqui mesmo.
Crônicas de Sangue, Canal Lenda Urbana (2015)
Embora seja gravado em tom de documentário toda a história é uma fantasia insanamente divertida com personagens criados por fãs de vampiros desde o fashionismo até a cosmovisão. Um exercício lúdico de criatividade muito bem dirigido por Daniel Pires, Almir e produzido pelo canal Lenda Urbana do Youtube!
A sinópse oficial (a la Bruxa de Blair): Eles não estão mais vivos, mas também, não estão completamente mortos. A saga dos vampiros na Terra ainda está longe de acabar, isso se um dia realmente acabar.
Seres da escuridão que não se intimidam com a luz e que adquiriram poderes para seduzir suas vítimas, trazendo-as à imortalidade. Vampiros existem e estão camuflados entre os seres humanos.Neste episódio, entrevistamos sete criaturas pós-modernas, que vivem nas grandes capitais e se alimentam de sangue, energia vital e carne humana.
Em “Crônicas de Sangue”, os vampiros contam como caçam, atacam e matam em uma metrópole como São Paulo.
O Estripador da Rua Augusta, (2014)
A produção do curta-metragem “O Estripador da Rua Augusta” é escrita, roteirizada e executada pela competente dupla Felipe M. Guerra e Geisla Fernandes – e tem alcançado boas indicações de crítica em diversos festivais internacionais onde a obra foi exibida. Lá no México participou do Aurora Festival Internacional ne Cine de horror em Guanajuato.
Também foi exibido e bem elogiado no “Slamin Short” do Broken Knuckle Film Festival, realizado por cineastas independentes de Nova York. Chegou em Bogotá na Colômbia na SELEÇÃO OFICIAL do ZINEMA ZOMBIE FEST 2015. Até no Rio Grande do Sul o filme se saiu bem lá no Festival de Cinema de Três Passos exibido no Cine Teatro Globo! E a trajetória de sucesso prossegue. Os produtores dizem na fanpage oficial que com uma vampira como Monica Mattos, não tem pra ninguém. Temos um artigo bem legal sobre o filme, disponível aqui.
CARMILLA, A NOITE VAMP (2012)
Certamente um dos sonhos raramente confessos de muitos fãs do gênero vampiresco seja rodar um curta metragem ou ao menos um micro-curta ou um teaser como preferimos dizer. Lá na
No ano de 2012 tive a oportunidade de roteirizar e dirigir meu próprio curta e contei com a produção da Ausência Filmes no extinto MiniClub no Jardins em São Paulo.
A trilha sonora ficou por conta do projeto Dathura Suavolens,os trajes por conta de Lili Angélika e a maquiagem e efeitos realizada por Dennis Dal Bello.
Posteriormente, eu e minha amada Xendra junto com Rubens Mello e Dennis participamos de um curta metragem produziado por Liz Vamp que se encontra atualmente em edição lá na Finlândia – são quase 10 anos já sem notícias.
O TURNO DA NOITE, de André Vianco (2012)
Existem ainda mais duas produções vampirescas nacionais que não podemos nos esquecer e que merecem a sua atenção! O autor e bestseller André Vianco (conhecido dos sucessos editoriais Os Sete, O Sétimo, O Vampiro Rei, Bento e a Noite Maldita) dirigiu e produziu um episódio piloto da sua franquia O Turno da Noite.
Lamia, Rubens Mello(2008)

Quando falamos de filmes vampirescos produzidos recentemente no Brasil (ao longo desta primeira década e meia do século XXI) sempre lembramos do cineasta e músico Rubens Mello lá de Guarulhos.
De forma extremamente independente este diretor sempre brinda a todos nós com obras de grande impacto e personagens sempre perturbadores – mas que deixam em cada um aquela curiosidade de assistir mais um filme ou torcer para que haja uma sequência e uma nova aparição daquele monstro.
Foi assim com Lamia A revolta dos Vampiros na década anterior – gravado nos intervalos da atração Castelo dos Horrores do antigo parque temático Playcenter onde Rubens trabalhou por muitos anos. Depois disso ainda vieram outros filmes de terror bem interessantes de sua autoria como “A História de Lia”, “O Sacrifício”, O Carniçal e Vermibus
Akai, de Carlos Gananian (2006)

Outro filme de vampiros recentemente produzido aqui no Brasil foi o curta metragem “Akai” de 2006 que inclusive contou com uma versão lançada em DVD bem caprichada.O filme é dirigido por Carlos Gananian e conta a história de um vampiro debilitado e atormentado por uma sede nefasta que é saciada com o sangue de garotas de programa.
O ator Carlos Arantes oferece cenas realmente intensas de culpa, remorso e desalento em sua interpretação – dignas de Klaus Kinski interpretando Nosferatu no final dos anos setenta.
Outro destaque é a participação da atriz e apresentadora Roberta Yousef (do antigo Programa Novo e também do Login da Tv Cultura – onde inclusive fui entrevistado em 2009 e 2010). Akai foi produzido em parceria pela Geral Filmes e Timore Cinema.
APARÊNCIAS, de Liz Vamp (2006)
A outra é o curta-metragem “Aparências” protagonizado e dirigido pela atriz, cineasta e escritora Liz Marins que interpreta a personagem Liz Vamp – e é a criadora da campanha Dia dos Vampiros. A respeito deste curta-metragem gosto muito da idéia do vilão não ser quem todo mundo pensava e de uma vampira seguir apenas a própria sede.
Tenho um carinho especial pois foi lançado no palco de um antigo evento que produzia na Zona Leste em SP lá em 2006. Onde precisei corajosamente enfrentar uma tentativa vulgar de censura e cancelamento da exibição do filme movida por um outro produtor da festa na noite do evento.
A DEUSA DE MÁRMORE, DE ROSANGELA MALDONADO (1978)

O filme aborda a questão do vampirismo pelo roubo da essência vital através do sexo. O tema é bem recorrente no ocultismo, há até uma passagem canastrona na vida do famoso Aleister Crowley enfrentando uma adepta dessas práticas.
Paralelos interessantes nos filmes e nos livros da época me vem prontamente na obra de Vampiros espaciais do ocultista e ficcionista britânico Colin Wilson e posteriormente na adaptação para o cinema de Força Sinistra.
A ideia de uma imortal era popular também na figura de Ayesha, de Rider Haggard na obra “Ela, A Feiticeira”; esta que influenciou de Robert E. Howard a C.S. Lewis e Anne Rice. Alguma coisa nesta imagem me remete a vibe de Ursula Andress na grandiosa adaptação de “Ela, A Feiticeira”. Vale pontuar que o livro de Haggard desde o final do XIX vendeu mais de 87 milhões de cópias, em 44 idiomas diferentes e nunca se esgotou nas suas re-publicações.
No filme a deusa de mármore é uma mulher com 2000 anos de idade que devido a um pacto com o próprio diabo prolonga sua vida dessa maneira. A fonte da sua juventude vem do ato sexual, que toma a vida dos parceiros e parceiras.
O filme conta com a participação de José Mojica Marins, como Sete Encruzilhadas, um agente diabólico que vem para exigir mais mortes da personagem interpretada por Rosangela Maldonado. Ao final da película ela enfrenta um final trágico perdendo seus poderes e envelhecendo.
Acompanhe e saiba mais sobre todos estas produções aqui em nosso Blog de Filmes. Entre os anos de 2012-2018 quase todos estes filmes lançados neste período foram exibidos regularmente na FANGXTASY THE AUTHENTIC VAMPYRIC AND GOTHIC NIGHT! E posteriormente entre 2018-2020 estas e outras produções sempre tiveram lugar no Cine Madame Rede Vamp.
Deixe um comentário