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Tuberculose, Vampiros e Venenos

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[UM TEXTO DE LORD A:.]Durante o mês de março de 2017 o governo brasileiro iniciou uma campanha contra a tuberculose justamente por temer suas consequências para a população durante o outono e o inverno. Segundo os jornalistas britânicos temos um presidente com traços góticos.

A tuberculose tem um envolvimento com o passado romântico e maldito do século XIX e foi a responsável pela morte de muitos gênios e espíritos criativos nas Américas e no velho continente.

Por muitos anos inclusive pensei que o célebre poeta Álvares de Azevedo havia sido mais um dos que definharam por conta desta doença – mas graças as publicações e estudos da professora Luciana Fátima (que você pode ler aqui) descobri que a “causa mortis” de Alvares se deu por outro infortúnio. Aliás, não podemos esquecer que o vampiro está presente na literatura e na cultura brasileira há bem mais de um século e meio (bem antes de Drácula inclusive!), saiba mais aqui. 

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Vampiros, tuberculose ou “consumição” desde os tempos de Voltaire no século XVIII andam juntos. Embora a questão da patologia definitivamente não crave uma estaca na simbologia e no arquétipo Vamp justamente por ele pertencer ao passado xamanico e pré moderno.

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Vampiros, tuberculose ou “consumição” desde os tempos de Voltaire no século XVIII andam juntos. Embora a questão da patologia definitivamente não crave uma estaca na simbologia e no arquétipo Vamp justamente por ele pertencer ao passado xamanico e pré moderno. O conhecimento de higiene e de preservação de corpos dos mortos era algo desconhecido do grande povo. A própria noção de limpeza como forma de preservar a saúde também era pouco conhecida da maior parte da população europeia, só para termos um exemplo os próprios médicos levaram tempo para se ligarem que se lavassem as mãos antes de uma cirurgia ou parto aumentavam as chances de sobrevivência de quem recebia seus cuidados. Os horrores da revolução industrial também se enquadram nesta situação quando o povo deixou a vida no campo para trabalharem e morarem sobre péssimas condições de higiente e de vida nas metrópoles daquele tempo.

E ousaremos dizer que o definhar e a morte não são partes inescapáveis do ciclo da existência sob a forma e o tempo?

Observe os cadáveres e seus processos de morte, como incham os corpos, crescem unhas e cabelos – algo bastante natural e de conhecimento comum nos dias de hoje, mas desconhecido de todo mundo nos tempos arcaicos – acresça a isso a crença eslava o espírito fica próximo do corpo ao menos 40 noites; junte as dores e culpas do processo de luto, pessoas contaminadas pela tuberculose (que definhavam como a dos contos e relatos do vampiro prosaico) e os sintomas presentes nelas.

Pessoas que nasciam com deformidades físicas, distúrbios mentais e até mesmo contaminadas pela raiva eram tomadas como vampiros, bruxas e lobisomens. A libertação destes seres depois de mortos se dava através da estaca e decapitação quando seus corpos eram desenterrados vinham da perfuração torácica e liberação dos gases internos que aceleravam a decomposição do cadáver. Pessoas que morriam subitamente, por doenças ou crimes violentos eram por natureza aquelas que retornariam aos seus amantes e parentes no pós-morte como redivivos. Hoje em dia chamamos de trauma e usamos conceitos psicológicos elementares para dar nome ao que é desencadeado emocionalmente quando há uma morte na família e na comunidade. Naquele tempo havia a superstição e o folclore (ambos mitos sem ritos e ritos sem mitos de um passado onde houve uma espiritualidade xamanica mais hábil para lidar com tudo isso no velho continente, discutimos a questão do folclore aqui)
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Uma história menos conhecida sobre os mortos-vivos é a do roubo de cadáveres frescos de sepulturas para serem vendidos as faculdades de medicina para aulas de fisiologia. Algo que merece atenção, afinal desde o século XVII todo país europeu que apresentou significativos avanços na medicina tinha nas suas proximidades (ou nos reinos mais próximos menos industrializados e acessíveis por suas estradas) constantes epidemias de mortos vivos.

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Um sábio Aghori contemplando o rio, donos de um xamanismo grave e sombrio na Índia contemporânea

Enquanto tuberculosos definhavam e perdiam o sangue em hemorragias e suas peles assumiam os tons pálidos de um cadáver fresco, similar aos descritos pelos românticos e o folclore – o sangue era tido como furtado deles, era simbolizado como vida eterna entre os católicos ou tomado por seres espectrais de um passado pagão para ganharem poder sobre a vítima. Não surpreende que o documentário traga um relato sobre vítimas deste mal reagindo através de uma retalhação a um cadáver e tomando água misturada com suas cinzas. Iguaria ou ainda medicina (xamânica) que deveria ser infinitamente cara aos Aghoris lá da Índia – estes acreditam que é preciso envenenar o veneno ou adoecer a doença para obterem a cura de um mal. Processo não muito diferente de alguns ritos e cultos bruxos do norte da África que inoculam em suas crianças os venenos das cobras e plantas mais perigosas para lhes imunizarem e como parte de sua iniciação nesta sabedoria ancestral. Existe algo parecido entre algumas tribos indígenas da América do Norte e também nos integrantes de uma tribo peruana que tive a oportunidade de conhecer certa vez aqui no Brasil. Os exploradores mais sérios do chamado LHP alegam desenvolver um processo semelhante no território que exploram à sua maneira. A respeito da chamada LHP, seu contexto e conteúdos, recomendamos a leitura de nossa entrevista exclusiva com o pesquisador Thomas Karlsson.

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Muito deste conteúdo e sua relação com a Cosmovisão Vampyrica será abordado no meu próximo livro, em breve falaremos mais dele.

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