O Brasileiro, o imaginário e o folclore local
[TEXTO DE LORD A:.] Escrever sobre folclore é caminhar no deserto e glorificar a dúvida visto que ele é um mito sem rito, ou seja uma anedota ou história infantil em geral com algum fundo moralizante e potencialmente sem qualquer vínculo com sua expressão perene e geralmente usada com intenção política. Quando se trata de folclore brasileiro lidamos ainda com aquela típica e velada imposição política cheia de falas comuns tais como “todo mundo valoriza o gringo, mas não dá oportunidade para o que é daqui”; “todo mundo é paga pau de folclore europeu e não sabe o que tem na própria terra” e por aí segue bem mais de cinquenta tons de cinzento politicamente corretos, problematizações, discursos de preconceito, cotas culturais e uma evidenciada postura fatiar e excluir o conteúdo folclórico daqui de seus equivalentes ao redor do mundo – sendo quase um crime ideológico por aqui apontar seus equivalentes comparativos de outras culturas – você corre o sério risco de ser taxado de euro centrista e outros mi mi mi.
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Escrever sobre folclore é caminhar no deserto e glorificar a dúvida visto que ele é um mito sem rito, ou seja uma anedota ou história infantil em geral com algum fundo moralizante e potencialmente sem qualquer vínculo com sua expressão perene e geralmente usada com intenção política
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O folclore também é injusto pois se apresenta como um rito sem mito, os seres fantásticos de suas prosas e relatos são deidades, espíritos de ancestrais ou guias espirituais de religiões afro-brasileiras e de outras espiritualidades da terra e de ritos xamanicos. Mas como tudo é apresentado desprovido da ligação espiritual e do seu processo de conexão as vezes religioso e outras mágicko ele é tratado como mera fantasia e entretenimento desprovido de algo maior. Muitas vezes lhe falta a densidade do tom conotativo e de seus personagens serem interpretados pelo simbolismo perene (verniz cultural muito presente na abordagem de símbolos folclóricos de outros países) e não apenas por discursos políticos de vitimização e de perseguição que sufocam o seu verdadeiro potencial. Infelizmente quando o assunto é o folclore brasileiro em geral ele acaba servindo de plataforma e hiper valorização para mendigar privilégios e condições especiais sendo soterrado sobre discursos políticos. Morre o simbolismo do personagem e se hiper evidencia o preconceito, política e coisas da moral datada e estagnada daqui sem permitir que seus personagens se afirmem como símbolo, mito, rito e função perene no imaginário e sua parte como patrimônio cultural e espiritual humano. Esta foi uma tendência que marcou negativamente o contexto por bastante tempo, mas que recentemente começou a ser rompida de maneira elegante e estilosa. Tornar literal e denotativo um simbolo é e sempre será o caminho certo do fracasso.
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Quando o assunto é folclore nacional morre o simbolismo do personagem e se hiper evidencia o preconceito, política e coisas da moral datada e estagnada daqui sem permitir que seus personagens se afirmem como símbolo, mito, rito e função perene no imaginário e sua parte como patrimônio cultural e espiritual humano. Esta foi uma tendência que marcou negativamente o contexto por bastante tempo, mas que recentemente começou a ser rompida de maneira elegante e estilosa.
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O negócio é que existem bons personagens no folclore brasileiro que podem render bastante na cultura pop a exemplo do que vemos em outros países. Se lá eles tem dragão nós temos Boitatá! A feiticeira Circe da Odisseia só se tornou quem é graças ao fato de ter sido descoberta por Homero. Existem bons personagens por toda parte que esperam por bons contadores de história, esta é a única maneira deles conquistarem espaço e o coração dos fãs. Uma história bem contada conquista o público e as empresas responsáveis por sua produção e veiculação. Não existe discurso político, lei, ideologia, direito, cota, privilégio ou qualquer outra coisa que possa mudar isso – porque será mais uma coisa empurrada goela abaixo e o imaginário nunca funcionou dessa maneira em nenhuma parte do mundo. O fanático e o fantástico são coisas diferentes. O imaginário compreende reis, heróis e vilões de todos os gêneros e tipos e não tem apreço para burocratas e colarinhos brancos de nenhum tipo. Só o fanático (ou o carente) precisa compulsivamente conscientizar (persuadir) os outros de seu fanatismo e posse de verdade (no dogma e ideologia defendida por ele) e apontar o dedo em riste culpando e nomeando como alienados quem não se afina com seu discurso e postura. Meu conselho as pessoas criativas:
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Larguem mão da ideologia, do politiques, da busca por popularidade na respectiva minoria ou bolha social que integra, da cartilha do politicamente correto e criem boas histórias. Quem gosta de arte e de folclore assiste um filme como Star Wars ou lê uma coletânea para curtir uma boa narrativa e se inspirar – só militante e fanático precisa se ver refletido em cada obra produzida para ele e seu regime. Ignore o politicamente correto.
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No início deste artigo e também agora compartilho a seguir os meus vídeos favoritos da série IMAGINÁRIO, originalmente produzida para o Youtube no ano de 2016 (se não me engano). Totalmente baseada nos personagens do folclore nacional com uma abordagem mais sinistra e deliciosamente bem executada que ressalta os personagens e seus mistérios (alguns bem aterrorizantes) o que ilustra a possibilidade de se contar boas histórias e deixar o transitório problematizar tudo que existe em nome do politicamente correto (como válvula de escape do próprio rancor e dissabor) no seu devido lugar ou seja bem longe da arte! A série é simplesmente maravilhosa e merece a audiência de todos vocês. Tenho alguns amigos que estão produzindo livros e filmes sobre personagens do folclore nacional que irei abordar por aqui nas próximas oportunidades.
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