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Existe Vampiro no Brasil

Existe Vampiro no Brasil: Poderia ser uma pergunta também “Existe Vampiro no Brasil?” e tanto como afirmação ou questão a resposta é um retumbante SIM! Existe Vampiro no Brasil! Calma, não são aqueles caras de capa preta daquela maravilhosa instituição no DF que só comem lagosta e bebericam vinho que as garrafas custam entre 3k a 4k toda semana. Marx e Voltaire fizeram associações entre políticos, capas pretas e mortos-vivos, algo brega ao nosso ver. Coisa que faz perguntar se o primeiro sabia usar talheres ou cuidar da própria família e se o outro era realmente tudo isso. Talvez os excessos da razão e de posicionar como alguém racional não esteja mandando tão bem assim, considerando os tempos que vivemos – quando comprovadamente sabemos que o processo decisório de uma pessoa seja muito mais emocional e irracional do que muitos gostariam de saber.

É claro que aqueles que vieram aqui buscando uma confirmação para que exista vampiros tais como no folclore ou na cultura pop irão se decepcionar amargamente com nosso artigo. Um retrato bastante justo sobre o que temos aqui foi compilado pela Revista Elástica, leia aqui.

Quem precisa de articulações e malabarismos para justificarem a qualquer custo que vampiro exista como querem que exista, exatamente como é na ficção lidam com algo tão ou mais irracional quanto o bando de pessoas com camisetas verde e amarela que param estradas por não aceitarem o resultado de uma eleição. Se bem que qualquer pessoa que tenha políticos de estimação, não importa o lado do espectro jamais mereça crédito de qualquer tipo. Principalmente a turma que exalta o próprio senso crítico – que estranhamente só reconhece como crítico ou inteligente exclusivamente só o que existe dentro do seu estreito recorte da realidade. Tiranos. Não gostamos de tiranos e nem de suas humanidades inventadas em laboratório e teorias de gabinete.

Também não apreciamos quem interpreta o que é simbólico, alegórico, metafórico ou subjetivo como algo que exista ao pé da letra ou de maneira denotativa. Nestes 20 anos da Comunidade Vamp do Brasil, celebrados em 2022-2023 e que encontra na Rede Vamp sua plataforma e expressão ninguém encarna um personagem do folclore ou da cultura pop, exceto para fins de palco, cinema ou de ações teatrais e perfomáticas. Pelo menos a nossa gente é assim. Isso quer dizer que vampirismo/Vampyrismo real seja no fashionismo ou na espiritualidade atua de outra maneira – e raramente vimos artigos ou conteúdos que prestam sobre isso escrito por “não-vampiros”. A lista é longa e a internet brasileira é frustrante neste tópico. Soltamos o verbo sobre isso aqui há muitos anos atrás.

No entanto, se tudo isso lhe parece muito novo ou lhe cause algum estranhamento – visite nossa seção Primeira Visita, respondemos isso de maneira bem didática por lá.

Vamp é algo que se nasce assim e na vida se mostra no seu jeito e é isso. Inexiste pacto, iniciação, transformação ou ainda um terceiro que lhe torne quem você é – e toda a força que procura está em viver sua vida por inteiro. É uma verdade difícil mas pontual e necessária. Pessoas “normais” idealizam demais e não aguentam este tranco e surtam. A própria mídia durante muito tempo se especializou em associar o que somos a algo – doentio, criminoso e distorcido. Malditos sejam. É um ciclo vicioso, muita gente vê essa “realidade espelhada”, idealiza demais e não aguenta o tranco que o mundo lhes dá ao insistirem na “viagem”.

Quando nos agarramos a idealização ou a passionalidade rumamos para mares turbulentos (e virulentos) das paixões, essencialmente expressas como “pulsões” e instintos ávidos por retornarem ao caos “primevo” que se veem apartados. Em outras palavras querem agredir e destruir tudo aquilo que lhes frustra e não corresponda exatamente ao que idealizam que seja. Não aguentam que o mundo não seja o que idealizam, que as pessoas não sejam suas extensões e não façam o que estão mandando.

E isso aí não tem nada a ver com o chamado: Vampirismo de Verdade! Vampiros Reais e afins. Ressentimento só torna algum um ente parasitário e isso nunca foi vampirismo ou vampirização de nenhum tipo.

As paixões são assunto para a edição 02 da Strigoi Revista Rede Vamp (adquira todos os números aqui) ou ainda para a Vox Vampyrica onde praticamos a análise do ressentimento, traço nitchezeano e um esporte nacional em nossa comunidade. Dispensamos o Ubbermensch! Destrinchar ressentimento é mais colaborativo!

Então vamos a mais um artigo da Rede Vamp, brevemente sendo copiado mas escrito diferente nas universidades ou sites de editoras de livros de terror brasileiras, como sempre rolou nestes últimos 20 anos – que nunca menciona a gente nas bibliografias- que cobre um contexto pouco desejável e que deliciosamente complica a vida dos “inteligentinhos” e da turma da teoria de gabinete – ou de quem acha que pesquisa de verdade ou produção cultural só vale de verdade se for bancada pelo governo ou ratificada por certas instituições – e atenda aquele joguinho brega de poder e conseguir verbas ou renome para o departamento.

Bem que a data oficial do Dia dos Vampiros na Cidade de São Paulo poderia celebrar amplamente toda a história noturna, seus nomes e protagonistas que tanto promoveram o contexto aqui no Brasil, né? Não é só dizer que “celebra tudo” é dar nomes, datas e lugares – porque nestas terras nem tudo é só paisagem, afinal.

VAMOS FALAR SOBRE ESSE PAPO DE EXISTE VAMPIROS NO BRASIL

Um nobre amigo entrevistou outro dia para seu trabalho universitário (calma este rapaz não se enquadra nos moldes que questiono e critico, é um bom estudante e de alto nível) e lançou uma pergunta que motivou esta postagem intitulada Existe Vampiro no Brasil.

No caso sua pergunta foi mais sofisticada: “Você saberia explicar como a figura do vampiro se difundiu aqui no Brasil?

É uma resposta bem extensa lhe contei.

Como na entrevista que irá para o trabalho ou artigo universitário dele não irá constar uma precisão maior dos detalhes daquilo que falo, pesquiso e escrevo há mais de vinte anos – escolhi linkar neste post todos os temas que já escrevi e publiquei aqui na Rede Vamp. Quando se tem mais de 10 livros publicados e outros 900 artigos e 600 podcasts disponibilizados é fácil.

Não entrarei neste post, no contexto “Comunidade Vamp no Brasil” – ou simplesmente os “Vampiros da Vida Real” ou ainda “Vampiros de Verdade!” (como dizem os jovens na internet) – mas o farei em um próximo artigo.

Então aproveite este momento e artigo para deixar de ser um papagaio de pirata que só repete a ladainha de que vampiro é coisa importada de colonizador branco e euro-centrista ou ainda que halloween deveria ser dia do saci – porque só valorizamos mitos importados.

DESDE OS TEMPOS DA AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA

Na realidade já tínhamos xamãs trajados como morcegos e deidades murciélagas – e outras de caninos alongados que recebiam oferendas de sangue e sacrifícios desde os tempos da América Pré-Colombiana. Tal sacralidade dada ao morcego e outros que voam na escuridão permanece até os dias de hoje; como no caso do Exu Morcego ou até de um Exu Vampiro presentes em alguns cultos afro-brasileiros. Leia este artigo.

Minha amiga Shirlei Massapust, dedicou bastante tempo explorando este tema na academia.

Já meu amigo Marcos Torrigo (autor do clássico Vampiros Rituais de Sangue, Madras Editora, 2002) fez uma emblemática pesquisa de campo e compartilhou o resultado junto comigo numa palestra na Convenção de Bruxas e Magos de Paranapiacaba no começo da década passada (2012).

Esqueça as alcunhas mais recentes dos Exus que mencionamos aqui, temos deidades bem mais velhas do que o Brasil enquanto um País, devo acrescentar. Mortos todos poderosos, como se convencionou chamar nos dias de hoje. Talvez as capas operísticas de suas representações, sejam influências do cinema, algo comum dentro de uma tradição viva.

Enquanto isso, meu nobre amigo Herman Assunção oferece uma visão interessante dos povos originários sobre entidades e personagens (folclóricos para o colonizador) associados hoje a vampiros, leia este artigo. A vossa apreciação seria irrestritamente enriquecida com a apreciação deste outro Blog.

E como não pode deixar de ser somos o único portal de internet no mundo que dedicou tempo para catalogar e registrar a rica influência e inspiração dos negros (como autores, cineastas, artistas, pesquisadores e afins) no contexto Vamp, leia mais aqui.

NO BRASIL COLÔNIA

A bem da verdade já temos a presença do vampiro no imaginário brasileiro bem antes da publicação de Drácula ou Carmilla na Europa. A primeira vez que o termo é usado em português é por um poeta nos tempos da inconfidência mineira. Vamos abordar isso com mais riqueza neste artigo.

ESTES ROMÂNTICOS

Os mortos-vivos retornam de maneira subjetiva nas páginas de Octávio e Branca – A Maldição Materna, escrito pelo Barão de Paranapiacaba e daí em diante proliferam timidamente no século 19 e no comecinho do 20. Desenvolvo longamente esta história aqui. Mas espere houveram outros autores e contos posteriores que seria indelicado e deselegante você não conhecer, então leia também este outro artigo.

O CONTROVERSO SÉCULO 20

O clássico “Nosferatu” chega no Brasil com o título “O Lobisomem” o que sempre gerou confusão sobre o tema em nossas terras. Como assim, você não sabia dessa história? Assista neste video.

Há um certo hiato em nossa produção cultural sobre vampiros que só é vencido na metade do século 20 pelo autor pulp Rubens Francisco Luchetti que vai escrever bastante sobre os senhores e senhoras da noite. Neste ponto já tínhamos um repertório bastante rico e interessante sobre os vampiros, ainda que pouco conhecido do grande público hoje. Sem dúvida, Herculano Pires foi bastante brega na sua abordagem do tema em uma obra sobre vampiros com viés espiritualista.

As histórias em quadrinhos nacionais tiveram personagens emblemáticos como Mirza e muitas outras. Inclusive temos um blog dedicado a tudo isso aqui mesmo na Rede Vamp, visite ele aqui.

No cinema teve o filme “Um Sonho de Vampiros” o primeiro filme do gênero gravado por aqui. Seria inaceitável não mencionarmos Norma Bengell, na produção italiana Planeta dos Vampiros. Sim, há um outro blog sobre filmes aqui mesmo na Rede Vamp, visite o blog.

Os vampiros aparecem em novelas brasileiras desde os anos sessenta, inclusive Drácula ganhou uma versão como “Um Homem Muito Especial” no começo dos anos oitenta. Uma publicação que não pode ser esquecida é o Manual Prático do Vampirismo, originalmente atribuída a Paulo Coelho mas cujo a autoria das primeiras versões foi do escritor Toninho Buda.

Na década de noventa autores como Flávia Muniz (Os Noturnos) e o Marcelo Del Debbio (Principia Discordia) serão as cabeças de ponte e experimentarão grande êxito literário com suas obras no Brasil. Eles pegam carona no sucesso das adaptações milionárias de “Drácula” e de “Entrevista com o Vampiro” de Holywood e da novela “Vamp”. Em linhas mais brandas exploro tudo isso neste longo artigo, leia aqui.

UM NOTÁVEL SÉCULO 21

No começo do século 21 os nomes de André Vianco, Giulia Moon, Martha Argel, Gianpaollo Celli, Marcos Torrigo e Cid Vale Ferreira foram nomes bastante conhecidos e que persistem até hoje dentre muitos outros que vieram e desapareceram no contexto. Focalizei inicialmente nomes emblemáticos, mas há muitos outros na área da pesquisa, tais como Shirlei Massapust, Arturo Branco, Andreza Ferreira, Patricia Hradec. Este é um resumo do resumo e será ampliado oportunamente no futuro, para um aprofundamento melhor leia também este outro artigo. Aqui no portal redevamp.com e no meu livro Mistérios Vampyricos (Madras Editora, 2014) bem como no álbum Despertar Vamp (selo literário Rede Vamp, 2019) desenvolvemos longamente e com rica bibliografia todos estes temas.

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