Adulrunas, Therion e o meu Despertar Espiritual
Adulrunas, Therion e o meu Despertar Espiritual: Há dezesseis anos em 12 de janeiro de 2007, o 13o álbum de estúdio do Therion “Gothic Kabbalah” foi lançado pela Nuclear Blast. A maneira como este lançamento me alcançou e tudo que veio depois renderam fatos incomuns na minha trajetória de vida.
Esta é uma história pessoal, sejam brandos e generosos.
Quem não tem aquela música ou banda especial?
Embora as runas sempre tenham estado na minha vida através da década de noventa e parecessem ter algo para me dizer – faltava uma conexão afetiva. Não faltaram amigos, professores, leituras, livros e muita prática tentando estabelecer essa ponte ou conexão. Vai lá a vida é assim com todo mundo. Tentei pela via dos autores místicos. Tentei pelos acadêmicos. Estoquei repertório. Mas faltava a faísca que acende a fogueira.
Porém em 2007 a faísca veio de maneira inesperada.
Vamos a versão “Fast” compilada neste Story do nosso Instagram da Rede Vamp:
Se você não leu o story.
Resumimos os pontos principais, a seguir:
O álbum “GOTHIC KABBALAH”: Trouxe as Adulrunas para o cerne das minhas práticas e rituais. As experiências de Jornada da Alma, Sonhos Lúcidos e Viagens astrais foram incríveis. Estoquei os registros pessoais delas. Provei jornadas muito especiais. Criei um grimório visual único com elas. Compartilhei meus resultados e práticas com outros que desenvolveram nos seus caminhos. Mais registros, mais força e cerca de 15 anos se passaram desde então.
Conheci e ganhei a amizade de um dos maiores pesquisadores das Adulrunas da Universidade de Estocolmo na Suécia: PhD Thomas Karlsson ao qual ilustrei as artes internas de seu livro Adulruna e Uthark (Manus Sinistra Editorialle, 2020). Outra criação interessante foi o deck de cartas Thesaurus Adulruna, que ilustrei em 2022 para celebrar meus 15 anos de trabalho com elas, tiragem limitada, disponível aqui.
Outra história curiosa é que em janeiro de 2021: Thomas fez uma visita ao Brasil junto com a esposa na época e sua enteada para visitarem os familiares dela. Mas por conta da pandemia (no seu auge) não conseguiram embarcarem de volta para a Suécia e precisaram pernoitar aqui na Vamp Tower. Foi uma noite divertidíssima, com muito vinho e bons papos. Vocês já conhecem o desta entrevista e de suas participações no #Acesso Rede Vamp (Assista esta e Assista a outra também).
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THERION E O ÁLBUM GOTHIC KABBALAH
Nossa história de amizade com Cristopher Johnson e a banda de metal sinfônico Therion e suas vindas ao Brasil vem desde 2004. Naquela ocasião fui o DJ de abertura do show deles a convite do maestro Therion em pessoa. Nos reencontramos em outras ocasiões de shows aqui no Brasil (assista este e depois este outro) e mais recentemente na Horror Expo 2019.
Sobre o álbum Gothic Kabbalah que celebrou 16 anos do seu lançamento, oferecemos algum highlights da época de Cristopher e outros integrantes:
Gothic Kabbalah é um álbum conceitual, assim como Secret of The Runes é sobre a antiga mitologia nórdica. Gothic Kabbalah trata diretamente a filosofia do místico esotérico sueco do século XVI Johannes Bureus (1568 – 1652). Bureus foi o mestre do Rei Gustavo Adolf II, e é geralmente conhecido como o pai da gramática sueca. Bureus também foi um místico que desenvolveu uma nova combinação sobre runas e especulação cabalística. Em 1613 Bureus teve uma visão apocalíptica que chegou a afetar suas especulações rúnicas. Chamou ao seu sistema –rúnico Kabala Upsalica (depois da Cidade Sueca), ou Notaricon Suethia de uma iniciação esotérica ao Goticismo nacionalista que prevaleceu na Suécia durante esse tempo. Bureus tem sido um interesse pessoal de Thomas Karlsson (Letrista de Therion) há mais de uma década. Escreveu tanto uma tese de mestrado, Publicado mais tarde como um livro em 2006 e uma tese em 2010. Gothic Kabbalah (álbum) pode ser considerada a terceira publicação em A “trilogia Bureusiana” de Thomas Karlsson. Este faz a observação que ninguém depois do Bureus tentou desenvolver um sistema prático de magia baseado em suas teorias esotéricas
As músicas do álbum tratam, por exemplo, do fascínio de Bureus com Paracelso, e “Trismegist, Philip Theophrast” em “Three Treasures” a visão apocalíptica que Bureus teve em 1613 com a música “Tuna 1613: momentum excitationis” no qual inteligentemente usa a palavra latina IUDICIUM (IVDICIVM), que é Traduz como “julgamento” E cujo valor numérico romano é 1613, a música “Close up the Streams” inclui as palavras exatas que Bureus disse ter ouvido: Disseram-me: “Olha, os prados já beberam o suficiente”. Outro tema comum é a noção de filosofia Perennis predominante em discursos esotéricos.A música “Adulruna Rediviva” inclui a oração “Hermes Trismegistos, Orpheus, Zaratustra, Pythagoras and Plato”, detalhando a linha padrão de “Mestres Ilustrados” para os esotéricos renascentistas. A música ‘A Perennial Sophia’ é ainda mais clara nesse sentido. Bureus se identifica com o cristianismo, e embora isso não seja diretamente reconhecido no álbum há referências a isso. A faixa ‘TOF-The Trinity’ trata A noção de Bureus da velha trindade nórdica de Thor, Odin, e Frey, que via como uma “versão pagã” da trindade cristã.
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“Eu não diria que é gótico só porque se chamava “Gótica Cabala”. Se o nome fosse diferente, ninguém diria que é gótico. Eu diria que este é um álbum mais progressivo. Há até intervalos musicais: em cada álbum gótico só pode haver combinações 4-4 (conta o ritmo) um-dois-três-quatro, um-dois-três-quatro. E neste álbum temos cinco quartos, sete quartos, sete oitavos ou nove oitavos! Este é material com diferentes intervalos musicais.
Mas é organizado por um método muito interessante. A maioria dos grupos progressistas, músicos são entusiastas, suas músicas são muito difíceis. E eu tentei fazer um álbum com som fácil de ler. Até a tua mãe pode ouvi-lo. E isso foi uma grande conquista. Minha ideia é… Escrevi a música “Three Treasures”, e percebi que é diferente de outras faixas, então o terceiro álbum que estamos trabalhando deve ser diferente. Tive uma ideia: “Vamos tentar, fazer o álbum de uma forma mais progressiva, mais orientada para a bateria.” Johan e Peter são muito bons músicos progressistas.
Johan criou mais material melódico como “A Sophia Perennial”, alguém poderia chamar de balada gótica ou algo parecido, mas conta o tamanho. Você considera “cinco cinco cinco… ” Estes não são elementos sinfônicos ou góticos. Sei que alguns não gostaram do álbum; podem gostar ou não, Mas acho que muitos não entenderam o destaque do álbum, não conseguiram ver nada de inteligente nele. Um gênio está presente nele. Talvez este álbum seja mais para sua mente do que para seu coração. Tomemos, por exemplo, a canção “Lemúria”: há acordes muito simples, você pode tocá-los junto à lareira, qualquer um pode tocá-los. Mas eles têm o seu próprio charme. Eles penetram no seu coração, você quer cantar essa música. Imediatamente um pouco diferente. Quando você ouve uma música como “T.O.F. “The Trinity”, você vê muitas coisas incríveis. Você precisa entrar neste álbum.”
THERION E OS SEGREDOS DE SUAS LETRAS (PODCAST)
Uma edição especial para todos os fãs da grande banda de metal sinfônico Therion onde podemos conhecer um pouco mais das referências mitológicas e da literatura que compõem o seu rico imaginário. A banda teve sua origem na Suécia em 1987 pelo músico Christofer Johnsson, vocalista, compositor e principal integrante (confira nossa entrevista com a banda). Recentemente a banda esteve novamente no Brasil na grandiosa HORROR EXPO (leia mais aqui). Além disso a banda contou com muitas letras escritas pelo professor Thomas Karlsson (ocultista e fundador da Ordo Dragon Rouge, entrevistado pela gente aqui)
Se o tema lhe agrada, prossiga a leitura neste artigo exclusivo!
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