RELIGIÃO NO CONTEMPORÂNEO: Novas Espiritualidades, Hermetismo e Cosmovisão Vampyrica na PUC-SP

Back to Blog

RELIGIÃO NO CONTEMPORÂNEO: Novas Espiritualidades, Hermetismo e Cosmovisão Vampyrica na PUC-SP

Marcelo Del Debbio e Lord A na PUC-SP

RELIGIÃO NO CONTEMPORÂNEO: Novas Espiritualidades, na PUC-SP foi o nome de um diálogo com Lord A:. e Marcelo Del Debbio realizado no final de Agosto de 2019 na PUC-SP (Pontífica Universidade Católica, Campus da Rua Monte Alegre, em SP). O evento religião no contemporâneo: novas espiritualidades na puc-sp é organizado pelo LABÔ – sigla de Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP foi inspirado em laboratórios como o Media Lab do MIT, dando espaço a reflexões livres, independentes e de acesso ao público geral.

RELIGIÃO NO CONTEMPORÂNEO: Novas Espiritualidades, Hermetismo e Cosmovisão Vampyrica na PUC-SP

O LABÔ da PUC é como um ThinkTank criado pelo Professor e Filósofo Luiz Felipe Pondé e conta com a assistência acadêmica da pesquisadora e autora Andréa Kogan.

Andréa Kogan é pesquisadora e assistente acadêmica no LABÔ. Ela já foi entrevistada no Vox Vampyrica. O tema foi o Espiritismo Judaico, e logo vamos disponibilizar o podcast.

NOSSOS CONVIDADOS SÃO UM HERMETISTA E O OUTRO UM VAMPYRO, ARE YOU REALLY SURE?

A sensação ao ver os nomes dos envolvidos no diálogo foi tão provocante quanto deveria ser. Um Hermetista e um Vampyro. O uso de “novas espiritualidades” no título se referia a visões menos comuns no mainstream deste termo e sem dúvida os palestrantes suas abordagens ofereceram um foco e um clareamento indispensável aos temas propostos.


A moderadora foi a pesquisadora Andréa Kogan (autora do livro Espiritismo Judáico) e ao seu lado estavam:


Lord A:. (autor de Mistérios Vampyricos, Deus é um Dragão, da série internacional Codex Strigoi, apresentador da Vox Vampyrica e fundador da REDE VAMP e da Comunidade Vamp do Brasil e Rei da Dinastia Sahjaza);

Marcelo Del Debbio, um dos maiores autores e pesquisadores brasileiros do universo oracular e da mitologia (dos livros Kabbalah Hérmética, Enciclopédia de Mitologia e editor chefe da Daemon Editora);

Ao lado de fora do auditório um belo stand da Editora Penumbra Livros, especialista em livros de ocultismo desde os clássicos aos autores mais contemporâneos da contemporaneidade fazia um par contrastante, mas ainda elegante a um stand de uma tradicional editora católica. Enfim, Crowley e Arizaphel, Mefistófeles e Fausto tomavam seus lugares na mesa principal. Estudantes de ciências da religião, filosofia e leitores e leitoras deles estavam por toda parte.

Espiritualidade toca na intimidade que desenvolvemos com aquilo que carregamos em si, principalmente aquilo tudo que por facilidade preferimos responsabilizar terceiros. É saber daquilo que nos faz lidar com os afetos tristes e o sofrer, mas principalmente de tirarmos lições e mantermos (ou sermos mantidos) por uma mística que vem destes embates. Não é algo essencialmente simples pois envolve contemplar, esquecer do “Eu” e descansar sobre o legado que aprendemos de quem viveu antes, deixar de cobrar ou se ressentir. É sobre perceber como dialogamos com lembranças, posturas e o que fazemos delas por “naturalidade” ou padrão de comportamento que sempre nos leva para o mesmo resultado que temos até preguiça (ou presunção) para sairmos do “automatismo” por temer o indomável e o desconhecido. Mesmo sabendo que esta é a condição natural do nosso intelecto, nosso Nous – ou simplesmente a Alma. Esquecer o “Eu” é correlato ao dependurarmos nossa pele nos galhos mais altos e finos da árvore próxima do grande e oceânico rio, como dizemos na Cosmovisão Vampyrica.

Quando falamos de Espiritualidade para Valer sempre falamos de mistério e de algo empírico, do que provamos e saboreamos na prática e não tanto do que simplesmente repetimos por acreditar ou fazer parte de algo. Espiritualidade é sobre esquecer a ilusão do que há um controle ou maneira de controlar tudo e todos, sair do papo da eficácia 24 em 7 e de uma busca e expressão constante de um autoconhecimento gozoso. Por exemplo: ”Sou assim porque sou do signo tal e meu horóscopo do jornal diz que por isso… sou assim porque carrego isso ou aquilo… sou assim porque sou filho ou filha de tal deidade… o que muitas vezes não passa da desculpinha para desforrar nos outros a própria incapacidade de cuidar de si ou demandar e cobrar condições especiais de terceiros que só levam a mais e mais ressentimento” Pode não existir um deus ou deusa da felicidade, visto que essa é irremediavelmente humana. Mas havendo forças anteriores e superiores a humanidade, elas podem ser imperativas e inegociáveis – não estando aí para atender ou cuidarem apenas daquilo que alguém quer. Talvez nem “Deus” seja bonzinho, os gnósticos e muitos filósofos ponderaram sobre isso e perderam o sono…  William Blake que o diga nas palavras de seu poema “O Tigre”.

Espiritualidade é sobre experimentar aquele prazer que vem de se realizar o que nos faz bem (que inclusive nos faz esquecer do eu enquanto nos entregamos em absoluto ao que mais amamos e realizamos no próprio cotidiano.

Há quem nomeie isso como Verdadeira Vontade e outros como Transparência ou Enxergar Claramente) e isso leva em direção ao cuidado com o mundo e com as pessoas como parte de um processo de criação ininterrupto – onde estamos ocupados pelo processo e não sendo centro das atenções ou a proliferar o infame “só amo apenas a mim” e justamente por isso nos deixamos ser perturbados e encaramos o desejo, nossos objetos de desejo visando a criação de algo ainda melhor e mais nobre, bom e útil para os envolvidos e os mais próximos.

Envolve também saber o que não irá criar ou nutrir dentro do que é afim para tal processo. Assim deixamos a alma ou o intelecto fluírem livremente na criação e superamos a ansiedade que a todos restringe e os mantêm apenas para o serviço e a manutenção da gravidade do “Eu”.

Tanto Lord A :. como seu bom amigo Marcelo Del Debbio, caminham no que falam e neste vídeo contam um pouco desses passos, desses tropeços e compartilham visões da “Espiritualidade” no cotidiano – bem como seus apontamentos, mapeamentos e espreitas no Mundus Imaginalis e as consequências e lições que vem de tudo isso nas suas vidas. Eles são armados daquilo que é perene e de um vasto legado que se organiza no ocidente principalmente a partir da renascença italiana e ao longo deste vídeo irão contrariar e ironizar com elegância estes tempos da modernidade líquida e da contemporaneidade gasosa onde a busca por sentido ou algo mais profundo dura menos do que o tempo de uma “curtida”.

RELIGIÃO NO CONTEMPORÂNEO: Novas Espiritualidades, Hermetismo e Cosmovisão Vampyrica na PUC-SP
Penumbra Livros, Andréa Kogan, Marcel Del Debbio, Lord A, Xendra e os amigos e amigas!

Mas cuidado, se este vídeo levar você a ler os livros deles e os conteúdos que desenvolvem, você poderá ser removido da sua gravidade do “Eu”, da sua ansiedade diante das suas barganhas e negociações silenciosas para nunca se deixar ser perturbado ou incomodado pelo que não atenda seu ego. E você poderá tomar gosto por deixar o narcisismo ou os excessos da vaidade de lado, deixando de viver exclusivamente pelos seus próprios interesses. Preferindo se embrenhar no que os medievos descreveram como “desprendimento” (Meister Eckhart), “aniquilamento” (Marguerite Porrete), “nada de deus” (Mechtchild Von Magdeburg), ao salto da angústia/ da Fé proposto por Kierkgaard rumo a noite escura d´alma e para os mais aptos ao mistério do Vôo Noturno que é se libertar da ansiedade para com tudo ser do jeito que você quer na vida. E você poderá achar isso bom 😉

Facebook Comments

Share this post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back to Blog