ZELADORES:NOVA ROUPAGEM PARA LENDAS E PERSONALIDADES FOLCLÓRICAS
ENTREVISTA:
Ademir Pascale: Para iniciarmos, gostaria de saber quais foram as suas principais influências e o seu início nas ilustrações e HQs.
Anderson Almeida: Comecei sendo picado por uma aranha radiotiva, como acontece com quase qualquer quadrinista ou ilustrador. Depois de passar por anos de tratamentos quimioterápicos, descobri que não queria ser dentista, embora uma coisa não tivesse muito a ver com a outra. Mas, no dia que decidi não ser dentista, respondi a um anúncio nos jornais de um pequeno estúdio que fazia quadrinhos para Qualidade. Você sabe, aqueles HQs que as empresas compram na esperança de treinar seus funcionários para que eles não desperdicem papel higiênico, não percam dedos e virem presidentes e essas coisas. Foi lá que eu comecei, de fato, a fazer quadrinhos. Fazíamos de 4 a 6 publicações diferentes por mês, todas voltadas para a indústria. Lá também fizemos, com a falecida Brainstorm editora, do Eloyr Pachecco, A estranha turma do Zé do Caixão. Era uma aventura com um Zé do Caixão mirim que ganhou um Hqmix. Depois fui desligado desse estúdio e comecei a trabalhar como freelancer sob a alcunha de Mr.Guache.
Ademir Pascale: Como surgiu a ideia para a criação da HQ Zeladores (Devir) e quanto tempo demorou para concretizá-la?
Anderson Almeida: Em 2009 pensei que seria muito legal falar sobre folclore brasileiro com um tom de aventura e despretenção, colocar as lendas brasileiras em outras situações, mais contemporâneas, menos sérias e com um visual mais icônico. E como não havia ninguém fazendo isso eu pensei: “Por que não?!”. E foi assim que tudo começou. Contei sobre o projeto para um amigo meu, Roberto Dávila, da Write, que me deu apoio para trabalhar em cima da idéia, os zeladores. Depois de um tempo, enviamos o projeto para o PROAC, edital da secretaria de estado da cultura para desenvolvimento e impressão de HQ. O projeto foi contemplado. Um grande amigo meu, Nathan Cornes, roteirista de uma série de animações da web chamada Cálico Eletrônico/Huerfanos Eletrônicos se ofereceu para ajudar a colocar ordem no universo gigantesco que eu havia iniciado e roteirizar as histórias. Todo o processo, da criação do universo, até a definição do roteiro e um estilo mais pop da arte (completamente digital, com as páginas todas vetorizadas), levou 10 meses de trabalho.
Leia a entrevista na íntegra: Clique aqui.
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