Van Helsing: Pancadaria, vampiros selvagens e traições

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Van Helsing: Pancadaria, vampiros selvagens e traições

Olá, leitores!

Hoje eu preciso compartilhar com vocês as minhas impressões sobre a 1ª temporada da série Van Helsing que foi gentilmente disponibilizada pela Netflix aqui no Brasil há poucos meses atrás. E eu acho que era uma das série-maníacas mais empolgada com a nova história a cerca dos lendários Van Helsings, ainda que ultimamente os filmes com cenários pós-apocalípticos tenham se tornado meio que algo comum quando o assunto é morto-vivo, zumbi, vampiro, seres deste gênero.

Então vejamos. A história começa no ano de 2019, três anos após o início do que eles chamam de “O Levante” começar. “O Levante” ou “O Despertar” é como se os personagens se referem ao momento em que os vampiros começaram a sair dos seus esconderijos e a subjugar a civilização mortal. Tal momento aconteceu quando um vulcão explodiu em Wyoming e destruiu metade dos estados do Oeste dos EUA, deixando o céu completamente encoberto de cinzas, o que facilitou bastante a vida daqueles que não suportam a luz solar.

Atenção! Esse artigo contém SPOILERS a partir deste ponto! 

E então logo somos apresentados à jovem Vanessa (Kelly Overton) que há três anos está em coma profundo, ao fuzileiro Axel Miller (Jonathan Scarfe) que há três anos protege o Hospital de Seatlle Valley contra invasões de vampiros e à Doutora (Rukiya Bernard), que foi transformada em vampira, porém é mantida em cativeiro por Axel, por motivos que eu acredito serem puramente passionais, ainda que ele diga ter ordens de proteger tanto Vanessa quanto a Doutora. Ok. O que dá para entender é que durante esse tempo ele ficou praticamente sozinho com as duas mulheres, protegendo a instalação onde Vanessa está devido à ordem de seus superiores, mesmo que não tenha contato com eles desde o que ele chama de apocalipse vampírico.

Ele estava completamente sozinho com elas e tudo parecia ir muito bem até que um grupo de humanos bate à porta do hospital procurando refúgio. Axel em um primeiro momento se recusa a abrir as portas, dizendo que estaria comprometendo a sua missão, porém, o militar Ted (Tim Guinee) está junto com os refugiados do lado de fora e dá uma ordem direta para que ele abra as portas. Só então Axel reconhece Ted, que fazia parte da missão de levar o corpo de Vanessa para a base e que tinha estado fora nos últimos seis meses, quando saiu do hospital para tentar voltar à base. E é assim que somos apresentados a um grupo de seis mortais que conseguiram sobreviver ao Levante. Neste grupo, além de Ted, também estão o garoto Mohamad (Trezzo Mahoro), que fugiu de um campo onde humanos são levados para servirem aos vampiros como escravos e que está a procura de sua irmã Sheema (Naika Toussaint), Sam (Christopher Heyerdahl), deficiente auditivo muito afeiçoado ao Mohamad e John (David Cubbit), que logo de cara pega antipatia por Axel.

Só homens? Não! Há três mulheres no grupo como podem ver na foto abaixo. Deveriam ser quatro se a esposa de John não tivesse se perdido do grupo pouco antes de entrarem no hospital, mas abrir novamente a porta e comprometer mais uma vez a segurança da instalação não é uma opção para Axel que logo mostra quem manda naquele pedaço.

Os refugiados

Mas, veja bem, não é um hospital qualquer! Primeiro, porque é cheio de luzes ultravioletas por todos os corredores de acesso e também do lado de fora, o que impede que os vampiros cheguem perto sem virar churrasquinho. Segundo porque é cheio de armadilhas por todos os lados para caso as luzes falhem e aconteça uma invasão.

Porém o que eu gostaria de salientar é que é um grupo de pessoas que não se conheciam antes dos vampiros começarem a dominar tudo e que são obrigadas a ficarem juntas, confinadas naquele hospital, enquanto os vampiros estão lá fora. Ah, os vampiros! Existem duas categorias: os selvagens e os devoradores. Os selvagens são desprovidos de qualquer razão e não obedecem ninguém. Os devoradores são opostos aos selvagens. São vampiros racionais, digamos assim, mas não menos monstruosos.

Por sinal, se você espera ver belos vampiros na série, pode tirar o cavalinho da chuva. Não há nenhum vampiro sedutor ou que realmente tenha aquele magnetismo que esperamos encontrar nos vampiros sejam clássicos ou modernos. Pense numa versão de Anjos da Noite pobre e com vampiros selvagens no lugar de lobisomens (ao menos eles não brilham sob a luz UV). É isso o que verão logo de cara, com a primeira invasão de vampiros que estão atrás de Vanessa e que não pouparão a vida de qualquer ser humano que se oponha a eles.

Então entre tiros, pauladas e facadas, uma vampira consegue morder Karen, uma das integrantes do grupo de Ted. Antes mesmo que possa se transformar, ela é morta por outra integrante, assim como a vampira também encontra a morte final. Enquanto isso, Vanessa que ainda estava inconsciente, acorda de seu coma ao ser mordida por um vampiro que posteriormente é apelidado de Flesh (Vincent Gale), que volta a ser humano após beber o sangue de Vanessa e que lá pelo episódio 4 vai abrir o bico e contar tudo o que sabe sobre ela, o que explica o porquê dos líderes vampiros, Dmitri (Paul Johansson) e Julius (Aleks Paunovic), estarem à caça dela.

Flesh, Dmitri, Julius

Mas, voltando ao primeiro episódio, imagine a Vanessa acordando após três anos deitada em uma maca, já dando pontapés, voando em cima de outros dois vampiros, após ter dado umas bordoadas naquele que a mordeu. Acaba com a vida dos vampiros sem armas, só na pancada mesmo e quando se dá por si, desmaia. Acorda um tempo depois, ainda mais confusa do cachorro caído do caminhão de mudança, pergunta por sua filha e Axel que nada sabia sobre ela, apenas estava ali acatando ordens, diz com a delicadeza de um elefante que a garotinha Dylan (Hannah Cheramy) deve estar morta.

Daí para frente, resumidamente o que vemos é uma Vanessa que não conhece o seu potencial, que não sabe nada sobre seus antepassados, que mesmo após ver o que tinha acontecido com o mundo, ainda permanece confusa e à procura de sua filha, sem imaginar que talvez ela nunca possa a encontrar!

E assim a primeira temporada se desenrola por 13 episódios completamente confusos com personagens novos aparecendo a cada novo episódio e alguns desaparecendo de forma bem esquisita. Alguns desaparecem e reaparecem episódios depois só para serem mortos, como é o caso de Brendan (Terry Chen). Por outro lado, é interessante ver como as fraquezas dos seres humanos são exploradas até o último episódio.

A doutora que volta a ser humana após Vanessa a morder (porque ela tem esse poder), fica louca e tenta juntar-se aos vampiros novamente, traindo seu grupo de “amigos” e o próprio Axel, que cuidou dela por tanto tempo! Porém é rejeitada porque após ser mordida por Vanessa, se tornou imune ao vampirismo!

Vanessa aos poucos vai se tornando mais ciente do seu potencial destrutivo e entendendo que está sendo caçada. Toma as rédeas do que sobrou do grupo quando Axel é dado como morto e segue em busca de sua filha que deveria ter ido para Denver com o pai, após a sua também suposta morte há três anos atrás. Porém, Mohamad acredita que ela possa estar no acampamento onde sua irmã também está e para onde está indo a fim de resgatá-la. Vanessa confia no garoto e acaba se lascando mais uma vez, porque o que ele prepara é uma armadilha para entregar a Van Helsing – que até então não sabia nada sobre seus antepassados – aos devoradores que estão loucos para colocar as mãos sobre ela.

E o final da primeira temporada deixa diversas pontas soltas com o sumiço de alguns personagens importantes como Sam, que vira vampiro e passa a caçar Vanessa e Mohamad. E o Flesh, que ia tentar resgatar Vanessa? Qual é a do Taka (Ryan Robbins), o líder de um grupo de humanos que não tem medo de morrer e que pretende enfrentar o poderoso Dmitri, matar todos os vampiros e retomar o poder sem ajuda de Vanessa? E o Axel que consegue sair do bunker radioativo onde foi deixado para morrer após ser traído pela Doutora? Como é que aquele ser humano sobreviveu por tanto tempo sob altíssimos níveis de radiação? Será que ele é humano mesmo? O que infernos aconteceu com a Doutora? Eu perdi alguma coisa ou ela simplesmente desapareceu? E qual é a da Rebecca (Laura Mennell)?

Eu não sei e espero que os episódios da 2ª temporada tenham as respostas para tantas perguntas e dúvidas.

Se é uma série que vale a pena ser assistida? É uma série mediana e se você não prestar atenção, vai ficar mais perdido do que a Vanessa. Na verdade, mesmo prestando atenção, você pode chegar ao último episódio não entendendo é mais nada, assim como eu.

Mas quem sabe na próxima temporada as coisas melhorem, hm? Quem sabe a Kelly Overton consiga se tornar um ser humano mais expressivo e sua interpretação se sobressaia? Acho que vou dar uma segunda chance para Van Helsing me surpreender, mas até lá, muitas séries ainda vão rolar. Então, vejo vocês na próxima.


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