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Os clãs: Ventrue

“A liderança dos Amaldiçoados é meu fardo, e não o seu. Você faria bem, contudo, em se perguntar se sua não-vida traz benefícios ou prejuízos às crias de Caim. Eu já tirei minhas conclusões.”

 

Por questões pessoais tenho uma relação de amor e ódio com os sangues azuis (apelido dos Ventrue na Camarilla).

Detentores de um senso distorcido de realeza, os Ventrue (a pronuncia correta é francesa – Ventru) ocupam o cargo de Príncipe na maioria das cidades controladas pela Camarilla. São presunçosos, manipuladores e sempre dão um jeito de saírem bem na foto. Eles acreditam no ideal medieval de que a liderança é algo divino e recaí sobre eles pois são destinados à ela. Não costumam meter a mão na massa, sendo assim, na maioria das vezes você os terá na cabeça de organizações sindicais, empresas, quadrilhas ou mesmo no púlpito de igrejas. Quem disse que o pastor não pode ser um sanguessuga literalmente?

 

Suas disciplinas são a Fortitude, a Presença e a Dominação.

Mesmo não sendo guerreiros de linha de frente os Ventrue seu detentores da resiliência sobrenatural concedida pela Fortitude, tornado-os capazes de sobreviver a uma saraivada de balas de grosso calibre. Talvez essa seja a melhor forma de resistir à tomada da coroa, suportar inúmeras punhaladas nas costas.

A Presença é o encanto sobrenatural que faz qualquer um se curvar ao discurso do usuário ou ao menos simpatizar com o vampiro que se utiliza desse encanto.

Dominação é de longe o mais utilizado pela massiva maioria deles. É o poder de impor sua vontade contra outro vampiro ou mortal. Subjugar a mente e violentar a vontade do dominado ao ponto dele se tornar um boneco sem vontade própria ou mesmo tirando memórias e criando novas no lugar podendo até recriar na mente do dominado todo um período da sua vida.

 

A fraqueza do clã é peculiar. Eles não se alimentam de qualquer coisa, e eu não estou me referindo à aquele tipo de pessoa que não come jiló, está mais pra um vegano. Não, eles não se alimentam de animais ao invés de mortais, na verdade eles só conseguem apreciar a vitae (sinônimo de sangue) de uma fonte específica, daí em diante o céu é o limite. Alguns só conseguem se alimentar de pessoas dormindo, outros de mulheres loiras na faixa dos 20 a 30 anos, tem aqueles que só bebem de cálices de prata não importando a fonte da vitae. O que importa é entender que se o Ventrue beber de uma fonte que não a sua “favorita” ele simplesmente vomitará. 

O símbolo mais recente do clã

O abraço Ventrue é tão cheio de cerimônias e protocolos como qualquer realeza no mundo. As crianças Ventrue são escolhidas com base em seus méritos em vida ou na realeza inerente à cada um. Capacidade de liderança e poder de controle são levados em conta, por isso não raramente você encontrará chefes da máfia ou do crime organizado no meio dos Ventrue, ainda que estes sejam considerados menos nobres. Alguns chegam à abraçar apenas mortais de uma mesma família como uma forma distorcida de hereditariedade da coroa.

O agogê é o rito de passagem para os Ventrue, quando completo o jovem sangue azul se torna independente de seu senhor, porém isso pode levar anos.

O agogê inicia com uma espécie de festa de debutante para apresentar a criança aos outros membros do clã, ela deve ter sido previamente preparada e ensinada sobre as leis que regem a sociedade vampírica da Camarilla, bem como saber recitar sua linhagem desde Ventrue o antidiluviano que deu origem ao clã até o seu senhor. Uma vez aprovada, a cria irá se retirar com seu senhor por algum tempo para algum lugar isolado onde será devidamente treinada nas mais variadas artes e conhecimentos (isso depende de cada um). Ao retornar desse “retiro” (que pode levar anos) a criança é colocada à prova uma última vez e agora deve estabelecer influência em algum segmento na cidade, a única regra é que seja um segmento em que não haja outro sangue azul. Se tratando de achar um novo “nicho mercadológico” os Ventrue são mestres. Você os encontra fazendo de tudo, na verdade negociando de tudo, pois eles mesmos geralmente não estão colocando a “mão na massa”. Já vi até uma sangue azul que “cultivava” safras de vitae sob encomenda. Gosta que a vitae seja carregada com adrenalina? Ela fazia o mortal correr ou mesmo o matava de medo antes de armazenar o sangue em garrafas. Achou ofensivo? Você não tem ideia do que ela já havia negociado quando à perguntei, mas isso fica pra outra noite.

 

Se identificou com esses aristocratas corrompidos? Há mais clãs na Camarilla, no próximo artigo falarei sobre os Brujah e suas “paixões”.
Boa noite Neófito.

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