Hellraiser – Renascido do Inferno

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Hellraiser – Renascido do Inferno

hellraiser

 

 

Título: Hellraiser – Renascido do Inferno

Autor: Clive Barker

Páginas: 150

Editora: DarkSide Books

Skoob

Resenhado por: Alessandra Tapias – Tô Pensando em Ler

 

Aí sim!!! Isso sim é um livro de terror!! Com um pouco de fantasia, um toque de magia e muito, mas muito sangue!! A receita completa para a minha fome por livros bons!

 

 

“O que ela vira no quarto úmido, o que escutava e, finalmente, sentira, bastava para deixá-la insone para sempre – ou foi o que ela passou a acreditar.”
Pag. 56

 

 

Frank era um homem descontente com sua realidade, sua busca por prazer era como um vício.

Até que ele consegue a caixa de Lemarchand.

A Caixa de Lemarchand foi construída como um quebra-cabeça. Quem conseguisse abri-la teria acesso a todo o prazer que a vida poderia proporcionar.

 

 

“Tudo o que Kircher, que lhe vendera a caixa, prometeu, era verdade! Ele estava no limiar de um novo mundo, uma província infinitamente distante do quarto onde se sentava.”
Pag. 15

 

 

Essa necessidade por prazer infinito faz com que Frank abra a tal Lemarchand.

Achando que dela sairá mulheres prontas para um sexo selvagem, sua euforia cai para a decepção tão rápido quanto um relâmpago.

Da caixa aberta saem os quatro Cenobitas, criaturas medonhas que se apropriam da alma daqueles que conseguem desvendar o mistério da Lemarchand. Eles até realizam seus desejos mais obscuros, mas depois você irá fazer parte do mundo dos Cenobitas.

 

 

“Cada centímetro da cabeça era tatuada com um intrincado padrão e, em cada intersecção de eixos verticais e horizontais, havia um alfinete cravejado, enterrado até o osso.”
Pag. 18

 

 

Logo depois vamos conhecer Rory, irmão de Frank, e sua esposa Julia.

Os dois estão de mudança para a casa da falecida avó dos irmãos. Há três anos ninguém mora na casa. A última pessoa a passar uma temporada na casa foi justamente Frank, mas depois desta estadia ele se transformou, sumiu; os vizinhos nunca mais o viram pela região. A última vez que Rory e Julia o viram foi dias antes do casamento.

 

“Frank estava tão compenetrado em resolver o quebra-cabeça da caixa de Lemarchand, que não escutou o grande sino começar a tocar.”
Pag. 13

 

À partir daí é que toda a trama tem início.

É narrado em terceira pessoa passando pelo vida de todos os personagens. A narrativa é direta e ao mesmo tempo poética. As descrições das cenas mais pesadas são excelentes e viciantes. Ao mesmo tempo que dá pra visualizar o corte, é possível ver o sangue escorrendo em câmera lenta, como em um filme.

Quando um autor consegue me fazer “assistir o livro”, eu já o coloco no topo das minhas preferências. Clive Barker me fez assistir todas as cenas.

 

“Seria o odor de baunilha que eles traziam consigo, a doçura que mal conseguia disfarçar o fedor que havia por detrás?”
Pag. 17

 

Além de me fazer – por um breve momento – torcer pelo grande e sanguinolento vilão, e desprezar a mocinha.

E por falar nisso, o mais genial é que ninguém é perfeito. A tal mocinha da história não é tão boa assim, e no início eu não gostava dela, no meio do livro eu queria que ela morresse e no final eu estava vibrando por ela e com medo do que pudesse acontecer com sua vida. Oi??

Como isso aconteceu?

Justamente é sobre tudo isso que o livro traz. O que é bom?? O que é o prazer? O que te dá prazer? O que você faria para conseguir realizar seus desejos?

Eu faria qualquer coisa que não envolvesse abrir a caixa de Lemarchand com toda certeza.

 

” – Sim. Decerto. Sua depravação mais caprichosa é brinquedo de criança se comparada às experiências que oferecemos.”
Pag. 21

 

Além da história ser surpreendente, o trabalho da editora ficou extraordinário. Capa dura, em baixo relevo com detalhes em dourado, dando a real impressão de estarmos diante da própria caixa de Lemarchand. Diagramação também rica em detalhes. A tradução foi feita pelo Alexandre Callari, que além de outros trabalhos, é autor de livros de terror. Que por acaso eu tenho e recomendo.

O fato do tradutor ser autor de livros do mesmo gênero é muito bom, pois ele sabe melhor do que ninguém o que os leitores deste gênero gostam mais… Sangue!!

 

“Sangue jorrou dos olhos, nariz e boca. Borrifos dele preenchiam o ar como granizo quente quebrando contra a fonte.”
Pag. 111
“Ele cometera um erro ao abrir a caixa de Lemarchand. Um erro terrível.”
Pag. 26

 

Encontrei alguns errinhos de revisão, mas nada que tire o brilho da leitura. Tenho certeza que eles passarão despercebidos para muitos leitores.

No mais eu só tenho elogios. Entrou para a lista de favoritos do ano sem dúvida nenhuma.

Recomendadíssimo!

 

“Ele disse que resolver o enigma era como viajar ou algo mais ou menos assim. Aparentemente, a caixa não era apenas o mapa da estrada, mas a própria estrada em si.”
Pag. 64
“Mas havia algo naquele interior escuro que a confortava; era um tipo de útero, o útero de uma morta.”
Pag. 44

 

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Meu nome é Alessandra Tapias e além de blogueira (Tô Pensando em Ler), também sou autora dos livros “Vai que é sua, Marieta”, Contos Amargos e coautora do livro Demontale. Estarei por aqui toda terça-feira com resenhas de livros e filmes de terror e suspense.

Se quiserem saber sobre um livro específico ou filme, só deixar um comentário que trarei o mais breve possível. Combinado?

Estou muito feliz de estar com vocês por aqui também.

Até terça que vem!

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