GDF11: Seria o sangue a fonte da juventude? Condessa Bathory estava certa?
Existem assuntos que a abordagem leviana sempre causará mais danos do que contribuições. É bem verdade que nosso título para este artigo é bem extravagante e promete bem mais do que verdadeiramente oferece.
O que cada um fará com o conteúdo que segue pertence a cada um, trata-se de uma pesquisa científica realizada em laboratórios e com cobaias. Não de algum rito de famigerada “magia negra” ou de algum maníaco metido a “vampiro bebedor-de-sangue-da-vez” ou ainda algum fetichista atrás de bloodsports para fazer de conta que é um vamp. Na realidade é um artigo tão suave quanto novidades na área de pesquisa com célula tronco, transplantes e afins. Claro que os mais paranoicos (e sensacionalistas) já irão falar de crimes de magia negra e apelar para grimórios medievalescos ou ainda a mítica Condessa Elizabeth Bathory. Mas para o processo relatado no artigo funcionar é preciso de laboratórios, cientistas e de ainda muita pesquisa – não adianta só acreditar para dar certo.
A realidade brasileira é composta de conteúdos mais aterradores como falta de segurança pública, falta de remédios e postos de saúde para a população. Tudo isso é muito mais assustador do que nossa mídia caquética, adolescentes mal-informados e apresentadores de show de horrores da madrugada podem querer fazer parecer com este mero artigo. A REDE VAMP então compartilha o artigo a seguir originalmente publicado no UOL:

O elixir da juventude pode estar no sangue. Pesquisas feitas nas Universidades de Harvard e de Stanford (ambas nos EUA) estudaram o sangue dos ratos para descobrir o processo de rejuvenescimento.
Os cientistas usaram uma técnica em que o corpo de um rato idoso e de um rato jovem foram conectados, literalmente unidos pela pele, para fazer com que o sangue de um animal circulasse pelo corpo do outro.
Após um período “grudados”, os ratos foram separados para os cientistas analisarem quais eram as mudanças causadas pelo experimento. Acontece que os órgãos do animal idoso rejuvenesceram e o rato teve melhora no fluxo sanguíneo do cérebro, na cicatrização, no olfato, na geração de novos neurônios, na performance em exercícios, na cognição e até na memória.
Os resultados fizeram os pesquisadores descobrirem que a responsável pelos benefícios estava no plasma do sangue, uma proteína chamada GDF 11, que ajudou o cérebro e outros órgãos, incluindo o fígado, o coração e os músculos.
Com ratos funciona, mas e com humanos?

Após a publicação dos artigos, Sakura Minami, pesquisadora da empresa Alkahest, que trabalha com terapias derivadas do sangue para melhorar a saúde na velhice, questionou se o plasma de jovens humanos traria o mesmo benefício.
Para descobrir, Minami e sua equipe injetaram amostras de sangue de pessoas com 18 anos em ratos idosos. Os animais receberam duas vezes por semana as injeções de plasma humano e após três semanas foram submetidos a uma série de testes.
E o sangue humano também rejuvenesceu! Os ratos tratados correram como ratos jovens e testes em labirintos provaram que a memória também melhorou.
“O plasma humano melhora a cognição dos ratos e preserva a memória”, afirmou Minami, que apresentou o trabalho em uma reunião anual da Society for Neurosciencie em San Diego, na Califórnia (EUA). “O tratamento pode aumentar o nascimento de novos neurônios, processo importante para memória e aprendizagem”.
A empresa Alkahest se concentra em tentar traduzir os resultados nos ratos para um tratamento em pessoas, para evitar os efeitos de envelhecimento no cérebro. Testes de sangue jovem em pessoas com Alzheimer já foram iniciados.
Achamos a fonte da juventude?
Pesquisas divergem se o sangue de ratos jovens pode realmente ajudar os idosos
Enquanto as descobertas soam promissoras, um estudo publicado na Nature Communications, nesta terça-feira (22) afirma que não é bem assim. De acordo com pesquisas feitas na Universidade de Berkeley, na Califórnia, o sangue jovem por si só não funcionará como um medicamento eficaz.
O estudo fez pequenas transfusões de sangue entre dois ratos, um idoso e um jovem, até que cada animal tivesse 50% de sangue jovem e 50% de sangue idoso sem precisar costurar um no outro. A técnica permitiu que os cientistas controlassem com maior precisão as respostas no corpo do idoso.
O rato idoso teve ligeiras melhorias. Já o rato novo com “sangue velho” teve piora no desempenho da maioria dos órgãos. Na produção de novos neurônios, por exemplo, o rato velho não mostrou nenhuma melhoria ao receber sangue novo, mas o rato jovem que recebeu sangue idoso tive uma queda duas vezes maior que o normal no desenvolvimento de células cerebrais.
“Está mais correto falar que existem substâncias no sangue idoso que levam ao envelhecimento do que dizer que o sangue jovem rejuvenesce”, afirmou Irina Conboy, professora associada ao Departamento de Bioengenharia de Berkeley.
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