DRACULA A HISTÓRIA NUNCA CONTADA

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DRACULA A HISTÓRIA NUNCA CONTADA

[dropcap ]O[/dropcap]s Leitores e leitoras do Rede Vamp sabem que há bastante tempo estamos de olho na produção e no lançamento deste filme – inclusive lembram desta e também desta outra matéria e claro esta menção importante. Segundo o site norte-americano “Screenrant” o filme poderá ser o começo de uma nova franquia da universal, um cenário fantástico que integrará todos os seus filmes de monstros clássicos – o que é bastante promissor. A seguir oferecemos uma visão comentada sobre os pontos mais atraentes de Dracula A História nunca contada, baseado no artigo publicado no site Collider e traduzido no Brasil pelos parceiros do Omelete. Os comentários são por conta e risco de Lord A:. (autor do livro Mistérios Vampyricos: A Arte do Vampyrismo Contemporâneo, pela editora Madras)

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De cara percebemos que o filme acrescerá bastante novidades ao estoque fantástico associado ao Drácula da cultura pop.Diferente dos seus antecessores a história é focalizada no tempos das cruzadas contra os turcos e mistura um pouco do Dracula histórico (arduamente debatido no livro Mistérios Vampyrcos) com a nova versão do personagem do filme. Quando criança Vlad é raptado e obrigado a crescer na corte do sultão turco e vem a se tornar um assassino de elite. Ele é mais admirado pelo sultão do que o próprio filho. Já adulto ele será um respeitado voivoda transilvânico que paga tributos regulares aos turcos – até o dia que estes aumentam o valor dos impostos e exigem a entrega de 1000 jovens incluindo seu filho para o exército deles. Que será o pivô a desencadear os confrontos e pontos de tensão do filme.

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Para enfrentar um exército numericamente e tecnologicamente superior, Vlad decidirá se tornar um vampiro e buscará a lúgubre montanha dos dentes quebrados – morada de ninguém mais do que o imperador Calígula dos romanos(!) e um vampiro poderoso que ficou por lá desde os tempos do império romano.(Qual a surpresa?Na ficção Dracula também já foi Caim, Judas e muitos outros diabos da cultura ocidental, Dracula e o Diabo dividem suas coisas lá na Romênia – mas este papo fica para outra noite!) Com novos poderes, mais confiante do que nunca e com a necessidade de mascarar os novos dons, por temer a perda do apoio popular e o carinho dos familiares – este novo vingador gótico dá início aos combates contra os inimigos. O tom usado no personagem é o de mostrar como antiherói não muito confortável com o que os detratores falam sobre ele, mas também não tão ingênuo ou excessivamente bonzinho. Há sangue mas nada de excessos – o filme foi planejado para alcançar uma faixa etária mais abrangente.Os roteiristas decidiram brincar com o mistério da morte de Calígula e do local do seu sepultamento. Como Calígula teria entrado em um território que Bram Stroker apelidou de Transilvânia durante suas invasões, eles se perguntaram: e se ele continua lá? E se esse é o motivo de ele ainda estar vivo?Uma brincadeira divertida, embora o túmulo de Calígula tenha sido achado já há alguns anos no sul de Roma, próximo do lago Nemi.

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Aparentemente Dracula a história nunca contada segue um pouco da nova onda das histórias da Disney se em Frozen vimos que não há amor maior do que o das irmãs e em Malévola, vemos que não há amor maior do que uma mãe adotiva pela filha – o novo Dracula segue esta continuidade, nada é mais importante do que o seu filho. Claro que temos sua esposa que existe como uma espécie de consciência dele e a ênfase a família.Enfim, ele não quer que seu filho tenha o mesmo destino dele se for entregue ao sultão. A produção do filme assegura o tom criativo e um zelo maior pelo tom do romance. Uma história de amor atemporal foi citada algumas vezes a respeito da visão do diretor do filme, ele queria algo diferente do clichê repressão sexual e sexualidade feminina… ao se falar de vampiros e principalmente de Drácula.O romance de Bram Stocker é essencialmente criado sobre o tema da repressão e sexualidade, muitas vezes a aparição do Dracula ali era exatamente a cristalização dos momentos de ápice de tais situações.Ao menos segundo inúmeras análises de psicanalistas sobre o filme.Leitores e leitoras da obra Mistérios Vampyricos certamente também se recordarão da incomum teoria que o livro de Stocker era como um roteiro de alguma curiosa ordem ou loja maçõnica dos Balcãs.Enfim, inúmeros temperos que não podem ser esquecidos ao falarmos sobre o tema.

Outro ponto que destaca a produção é o design da Transilvânia, um lugar que para eles teve um princípio otimista, mas que depois foi mudando com o tempo. Para acompanhar narrativa, ele usou iluminação, ângulos diferentes e as composições dos prédios; com poucas cores e tons mais graves. Já a opulência e riqueza do império Otomano é retratada com muitas cores e tons de dourado estabelecendo um conflito visual poderoso entre as duas realidades.

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Uma das localizações mais icônicas do filme é a chamada “Montanha dos Dentes Quebrados”, pautada neste universo ficcional como o local de origem do vampirismo.”Nós criamos essa formação espinhosa cancerígena que nós colocamos dentro da arquitetura como se ela estivesse infectada… Isso dá uma característica meio alienígena a ela”, explica o designer.Para criar essa montanha quase alienígena, a produção comprou uma enorme quantidade de bicos de pombo, colou todos eles e os cobriu com um spray e tinta. O cenário também tem uma reserva central, descrita como “uma piscina que junta todo o sangue de gerações de corpos enforcados, como um abatedouro romano que junta todos os tipos de sangue infectado até um ponto central, um tipo de reserva”. É ali que Vlad toma o sangue que o transforma em vampiro – uma decisão tomada de forma consciente e jamais como vingança contra alguma divindade. Este Dracula não virou vampiro por perder a mulher amada como na obra de Coppolla.

Compre Agora o seu exemplar!Enfim, o simbolismo da montanha como o princípio, eterno regenerador, é um simbolo recorrente em todas religiões de todos os tempos – do monte Olimpo ao monte Tabor – ou a mítica Venusberg. O adorno lúgubre ao seu redor é sempre algo para afastar o vulgo e fazê-lo temer, vide os gárgulas nas catedrais ou as cabeças estacadas nas fortalezas dos Ismaelitas do Leste (vulgo Assassinos). De fato, ainda hoje nos Cárpatos os moradores aconselham que você não passe por algumas locais em noite de lua cheia – Dracula ou o Diabo vão te pegar, visto que ambos partilham das mesmas coisas segundo um amigo de lá. Lembrando que a Transilvânia tem ícones de santos com auréolas negras, que representam a sombra do criador sobre tais mártires e a referida cor não tem associações malévolas ou satânicas de nenhum tipo nestes casos (estas questões também são amplamente debatidas no programa semanal VOX VAMPYRICA)

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