Vampyrismo, transparência, paganismo e mistério
Sobre a aparente genialidade ou o tom formidável que são atribuídos aos meus trabalhos e criações por vocês – bem como uma carreira artística de pelo menos 17 anos bastante sólida, autônoma e independente – eu credito meus feitos a labuta constante que aproxima a deidade e a todos os acessos que esta me concede, assinando com tinta invisível minhas obras – pois só assim para conquistar uma audiência tão incrível e contínua como a de cada um de vocês.
Se alguém não sabe, sou Pagão, a minha própria maneira prefiro o mistério, desvelar e constatar padrões e caçar ideais e cristaliza-los neste selvagem jardim.(a questão do paganismo e o vampirismo é debatida neste podcast) A deidade reside no coração de cada um e não em terceiros ou aonde colocamos para evadir da responsabilidade por si quando não damos conta. Isso foi ensinado no passado distante, foi ensinado no primitivo catolicismo da Anatólia e nas incontáveis heresias e movimentos posteriores até os dias de hoje.
O que certamente contrasta a visão terceirizada contemporânea do sagrado.Mas não escrevo isso para chocar ninguém, apenas para fazer cada um refletir, meditar e quem sabe se apoderar daquilo que carrega em si. Afinal, de contas apenas regemos ou podemos almejar reger e caçar sobre si e aquilo que escolhemos carregar. Todo ano celebramos um rito chamado Amor, Honra, Caráter e Fogo Estelar – simbolicamente todos são sinônimos não dá para ter um sem o outro e refletimos e meditamos a respeito de nossa transparência perante os aspectos que carregamos que formam nosso cerne ou têmpera. Não há segredos a respeito disso, eu penso, no Blog da Cosmovisão falamos bastante sobre tudo isso.
Também meditamos sobre o custo desta transparência perante si, os outros e os que importam e os que não importam. E o custo de tal transparência para aqueles que orbitam próximos de cada um de nós. E como assimilamos em transe ou processo extático – ou nossos aliados nos abrem as portas da percepção para reconhecermos aquilo que vive automaticamente em cada um, tal como uma figura de fundo que não notávamos antes de um “insight” maior. Trata-se de como ordenarmos e colocarmos tal força a nosso favor, o que é capaz de alterar como narramos nosso próprio passado e redesenhar o tal do futuro, embora eles pertençam exclusivamente ao reino do imaginário.
Uma vez que somos pré-modernos, imaginário não é sinônimo de vã fantasia ou delírio escapista. É uma força, um acesso e de potente alcance para quem sabe utilizar. Acesso a realidade não-ordinária. Logo, o meu sagrado não precisa da aprovação do teu, bem como abre mão de aprovar ou reprovar o teu; ele vive, se manifesta e se expressa na Terra ao nosso redor para todos todos os dias; dispensa máscaras e o privativo e castrador ego humano e suas polarizações de se não é isso é aquele outro. Cuidado ao vestir máscaras da maldade sobre aqueles que venero, para não ofender aos teus que estão ocultos detrás daquelas mesmas máscaras.Se acredita ou vivencia em um, acredita e vivencia todos! E quando o tempo de cada um de nós tiver passado é este mesmo sagrado que permanece detrás da casca, e das folhas das árvores, debaixo das pedras e no fluir dos rios… e no “Sangue”.
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