VAMPIRES da NETFLIX: Vampiros franceses que não sabem usar copos

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VAMPIRES da NETFLIX: Vampiros franceses que não sabem usar copos

VAMPIRES DA NETFLIX: Vampiros franceses que não sabem usar copohoje nosso convidado é o querido Dylan Pegoretti, que vocês já conhecem dos artigos do nosso blog RPG, Board e card Games de Vampiros. A série conta com atriz Oulaya Amamra no papel de Doina (já conhecida do público por Divinas) e também com Suzanne Clément ( de O Bosque).

A série se baseia “en passant” no romance homônimo e inacabado de Thierry Jonquet (1954-2009), escritor e roteirista francês conhecido por misturar muito bem fatos e sátiras sociais. Neste sentido impossível não pensar numa mistura do nome e sobrenome do pesquisador francês Radu e Florescu para o nome do clã desta ficção! Que inclusive publicou um livro alegando sua descendência da Casa Bassarabi. Vampires é um romance noir sobre vampiros do clã Radescu, entediados e misturados a humanidade. Uma noite um crime macabro interrompe sua rotina – um cadáver empalado “nas regras da arte” ao melhor estilo de Vlad Tepes! Mas a série seguirá um caminho próprio…

Então vamos deixar a partir de agora o post de hoje nas mãos do Dilan Pegoretti – que recentemente ele assistiu o seriado Vampires da Netflix.

Trailer da Primeira Temporada de Vampires (Netflix, 2020)

VAMPIRES DA NETFLIX: Vampiros franceses que não sabem usar copo – Uma das coisas mais legais das séries exclusivas da Netflix é que elas são exibidas no catálogo padrão da plataforma em todos os países. Deste modo, é possível que um espectador brasileiro tenha contatos com a produção cultural de outros países e vice-versa.

Um exemplo recente disso foi a séria brasileira “Cidade invisível” que falava sobre seres do folclore nacional. Assim, uma série cem por cento brasileira foi apreciada por públicos de diversos países e agradou muita gente. Convenhamos, as fórmulas de Hollywood já estão batidas fazendo com que o público em geral busque novos formatos de narrativa e diferentes fontes de entretenimento, o que em muito explica os crescimentos de sites como YouTube e Twitch que oferecem um conteúdo mais personalizado.

Nessa esteira, Vampires, que é uma série exclusiva da Netflix, é uma boa oportunidade de se consumir um pouco da produção cultural francesa, sendo que o próprio enfoque da história é menos “branco” e “eurocêntrico” do que de costume, uma vez que há uma protagonista negra e pobre. *Inclusive na Rede Vamp temos um Blog pioneiro no tema dos Vampiros Negros que cobre um amplo espaço de tempo de sua produção cultural em nosso contexto.

Já no primeiro episódio temos contato com alguns temas que estão mais comuns na Europa da segunda década dos anos dois mil, como por exemplo os imigrantes ilegais que tem problemas com documentos e por consequência não conseguem um bom acesso aos serviços estatais comuns como ensino básico, tudo isso acaba sendo absorvido na metáfora de vampiros vivendo entre mortais.

Agora passando para o outro lado da questão, a série deixa a desejar na narrativa que se arrasta, mesmo com episódios de quarenta e cinco minutos de duração. Parece que o roteiro falha em criar o ar de mistério em alguns momentos, sendo que só joga a informação para o espectador sem construir o clima de mistério. Assim, o que era para ser algo que cativa o espectador vira só uma informação solta que o confunde e não o instiga a saber mais.

Cabe ressaltar um ponto alto, a fotografia é boa e nos puxa bem para a trama, mas a trama continua sendo meio sofrível, então a estética boa mas não salva a narrativa.

No que se refere à protagonista não há muito a se falar, afinal é uma adolescente se descobrindo e enfrentando os problemas familiares de ser filha de uma vampira centenária (não é spoiler, isso é explicado nos primeiros minutos do primeiro episódio).

Assim, é natural fazermos até os paralelos dos primeiros filmes do homem-aranha sobre final da puberdade e entrada na vida adulta com as descobertas do próprio corpo.

Vamos seguir a história de Doina que é uma humana filha de uma vampira com um cientista humano que está desaparecido.

Doina é uma moça que sabe se virar e é bem forte, mas nada carismática, o que não ajuda o espectador a ser absorvido pela trama.

Outra questão criticável são as cenas com excesso de sangue, e sim é uma série de vampiros, mas convenhamos que você não precisa ser um gênio para saber que se você for beber direto de uma torneira é mais eficiente usar um copo.

Sem falar no fato que vampiros com centenas ou dezenas de anos lidando com a sede por sangue parecerem neófitos que não intendem que não se desperdiça alimento e tampouco se lambuza de sangue uma roupa.

Se você acha que isso é ostentação está confundindo falta de higiene com ostentação. Talvez esse pessoal pudesse aprender algo com o Viago de “What We Do in the Shadows”.

A série só tem uma temporada e termina muito bem, deixando bem marcado aquele gostinho de “quero mais”, mas acredito que seja muito pouco provável uma segunda temporada.

Em resumo, “Vampires” é uma boa obra para se curtir na pandemia e se você é fã de séries de vampiros, além de ser uma boa oportunidade para curtir a produção cultural francesa e algo menos clichê, mas mantenha as expectativas baixas, pois não será nenhum “Entrevista com o vampiro” ou uma obra cheia de insights filosóficos. *E ai curtiu? Vai assistir? Está assistindo? Conta para a gente nos comments!

Oferecer acesso e visões com fontes privilegiadas e muitas vezes exclusivas é uma rica tradição da REDE VAMP desde seu início em 2003. Nesta entrevista vocês poderão conhecer um pouco mais dos nossos nobres convidados dentro de um bate-papo fora da curva sobre muitos temas apreciados por vocês. Oferecer estes conteúdos para vocês é um prazer! Mas se vocês tem sede de ainda mais ou mesmo de legendas e traduções em nossos novíssimos conteúdos, apoiem nosso Campus Strigoi!

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