Vamos ser vampiros – A riqueza do RPG
Se você assistiu o recente fenômeno da Netflix “Stranger Things”, deve ter ficado ter ficado curioso com uma das primeiras cenas do primeiro episódio. Quatro garotos estão sentados em torno de uma mesa no porão jogando algum tipo de jogo de tabuleiro e contando uma história. Sim, isso é RPG ao estilo clássico. As mentes menos pacientes podem julgar o RPG como sendo um passatempo de crianças, e não estarão completamente erradas, mas RPG vai muito além. Tudo depende do mundo em que será ambientada a história, que no caso da série era um mundo de fantasia medieval (comum ao sistema de Dungeons&Dragons), mas vamos falar de um cenário mais pesado, sombrio e torturante, mas infinitamente apaixonante, é o mundialmente conhecido Vampire: The Masquerade (Vampiro a Máscara em português).
O cenário de Vampiro a Máscara foi publicado em 1991 por Mark Rein Hagen através da editora White Wolf, desde então se tornou sucesso no mundo do RPG ganhando, no mesmo ano de sua publicação, o prêmio Origins Awards na categoria “Melhores Regras”, tendo seu fim em 2004 e substituição pela linha “Vampiro: O Réquiem”. Porém em 2011 foi lançada a versão de 20 anos de aniversário de Vampiro a Máscara, fazendo o antigo cenário voltar à cena do mundo do RPG. Aqui no Brasil foi traduzido e publicado pela Devir nos anos 90. Vaja mais na entrevista em duas partes com Maria do Carmo uma das chefes do editorial da Devir. (https://www.youtube.com/watch?v=cG8rLGTWuCo)
Mas o que afinal é RPG? A resposta simples é trata-se de um jogo de interpretação onde cada jogador controla as ações de sua personagem e um narrador descreve o mundo e as situações pelas quais as personagens passam. Pra que servem os dados? Nem tudo na vida é certo e para representar o fator “sorte” ou os “imprevistos da vida” usa-se rolagens de dados de diferentes tipos, no caso de Vampiro a Máscara usa-se somente dados de 10 lados (D10).
Vampiro a Máscara é um dos muitos cenários existentes para se passar um jogo de RPG e ele é só uma parte do cenário chamado de World of Darkness (Mundo das Trevas) que é composto também por aparições (fantasmas), lobisomens, changelings (fadas), demônios e magos.
O mundo de Vampiro a Máscara é ilustrado nos livros com uma temática punk/gótica, mas isso não é regra, até porque ele é um espelho do nosso mundo em vários aspectos, exceto pela existência de seres sobrenaturais. A parcela do Mundo das Trevas pertencente aos vampiros é repleta de intrigas, jogos políticos, manipulação, sedução, vícios e tudo que há de pior na natureza humana. Neste mundo policiais corruptos, atados pelos laços de sangue que levam à servidão e devoção, dão informações à seus senhores imortais. Vítimas que tiveram parte de seu sangue drenado tem suas mentes apagas. Um mundo que abriga tanto o belo bartender que sorve o sangue de alguma moça encantada no beco atrás da boate, como da jovem franzina que está todas as noites na biblioteca da faculdade, mas nos finais de semana ao invés de ir pra balada fica torturando suas vítimas no porão durante rituais macabros. Estas são coisas corriqueiras neste mundo, e se um mortal descobrir sobre a existência dos vampiros acabará tendo uma morte rápida na melhor das hipóteses.
Meu nome é Dylan Pegoretti e eu estou aqui para lhe contar tudo sobre esse universo sombrio e remover este véu que cega seus olhos. Me acompanhe se tiver coragem…
Boa noite neófito
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