Tarô dos Vampiros: O Oráculo da Noite Eterna!

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Tarô dos Vampiros: O Oráculo da Noite Eterna!

O Tarot dos Vampiros – O Oráculo da Noite Eterna é um bélissimo lançamento da editora Madras realizado no Brasil sem muito alarde no meio de dezembro de 2010.Particularmente, já o conhecia na versão importada e qual não foi minha surpresa ao ver que a qualidade e beleza da edição nacional ficou digna e bem elaborada.

Realmente, um deck de tarô bélo e inspirador, para quem sente afinidade e convergência com esta temática.Diferentemente de outros decks “vampirescos,” que sempre apelaram para artes gráficas pouco lapidadas ou mesmo enfandonhas que priorizavam o “grotesco” e o exagerado tanto no folclore como na produção cultural do gênero.Já neste “Oráculo da Noite Eterna” lançado pela Madras, temos exatamente o contrário vemos priorizados nas artes de cada lâmina-o romance, a sedução, o lirismo, a tensão e a beleza – expressivamente retratadas pelo “ilustratore” italiano Davide Corsi na última década.

Certamente tal “deck” e seus intérpretes serão extremamente bem sucedidos, pois as imagens realmente evocam aquela sensação de caminhar sob o luar, sentindo os ventos no cabelo e com o olhar iluminado por chamas negras,no sentido de veladas de nossos corações…sendo assim possível encontrar poesia e palavras aladas que aconselhem a melhor rota para caçarem aquilo que lhes aplaca a eterna “sêde” por Viver mais e mais a cada instante.

No entanto, penso que atualmente o Tarô dos Vampiros, O Oráculo da Noite Eterna venha a ser um excelente ponto de inicio para quem está começando ou sente interesse nas artes divinatórias e na Subcultura Vampyrica, principalmente em sua vertente de Cosmovisão.Digo isso, pois as vezes é pouco estimulante  para nós vermos tantos tarôs de bruxas e outros coloridos em excesso por aí.Então é muito bom, poder se envolver com este amplo e vasto universo divinatório acessando-o a partir de matizes de gosto e temperamento com o qual nos afinamos.Para os mais “escolados” e aprofundados nestas artes, independentemente da utilização de uma via interpretativa  ou de uma via de revelação espiritualizada – tenho absoluta certeza que quem faz o tarô funcionar é quem o  interpreta com inspiração, “fundamentação” e verdade nas palavras, alinhava sua narrativa,tece suas idéias e envolve o  consulente num reino de descobertas e re-avaliações profundas e escolhas mais sincronizadas e estruturadas.

Outro fator interessante de se observar durante o decorrer de uma consulta de tarô é a mudança do “clima” e como cada nova carta virada provoca o sensorial e mexe com o cinestésico dos envolvidos.Querendo ou não querendo, a esta parte é dado nomes interessantes como “reciclagem energética”, tirar coisas estagnadas e substituir por coisas novas, o desafio de olhar através da arte para sí e assumir a regência ou pelo menos a percepção do que fica e do que não ficará mais nas atitudes e pensamentos.Tais elementos convergentes a estes, transbordam nos conteúdos da Cosmovisão Vampyrica.Neste caso penso que as artes e o “clima” narrativo invocado pelo “Tarô dos Vampiros – “Oráculo da Noite Eterna” atinge seus objetivos esplêndidamente.O clima de intimidade e de romantismo vem a ser perene em cada uma de suas lâminas, tocando com sutileza aspectos as vezes difíceis de serem abordados como o porquê da falta de ânimo e de gênio emocional para alavancar e manter suas conquistas, entre muitos outros.

O vampiro tanto no folclore quanto na produção cultural ao longo dos últimos dois séculos adquiriu um tom de sedução, reserva e do compartilhar segredos e sussurros que versam sobre a fatídica questão “o que é realmente viver?”Certamente, conversas que revelam e desvelam segredos e vivências muito muito particulares que os outros dificilmente expressam por temerem críticas, distanciamentos e acusações…o Tarô dos Vampiros tem em sua imagética chaves bem interessantes para destrancarem e libertarem tais esqueletos dos armários do inconsciente que assombram tais pessoas com a merecida sutileza e precisão.Outro ponto é o “charme” de uma consulta dessas em ambiente velado, na penumbra, luzes de velas, aromas deliciosos,
vinho, rosas e boa música…Certamente, se convidados, Dioniso, Afrodite e Apolo se fariam presentes em tal refúgio…

Leitoras e leitores menos acostumados com o teor de meus textos, devem pensar em termos de “arte” para quando abordo aspectos da “Cosmovisão Vampyrica”, uma interpretação de tarô ou abertura de oráculo e as ferramentas utilizadas sempre irão depender de uma via horizontal(nós de carne e osso) e uma via vertical(a tal da inspiração, do sublime e do espiritual no sentido de expressão de valores maiores) onde acontece a interpretação é a tal da encruzilhada simbólica – onde lapidamos o diamante negro e a chama negra em nosso “sentir”; são negros  apenas no sentido de velados e resguardados de terceiros.No cerne desta simbólica encruzilhada há o encontro entre o consulente, seu “querer” e o que “precisa saber” e também do intérprete com sua base de fundamentos e sua inspiração para desvendar a perene e imortal trilha que uma consulta de tarô lhe expõem.

Há aqueles que dizem que o intérprete apenas atribui a cada lâmina uma ou mais vivências que ele mesmo experimentou, conforme vai cortando e desvelando as lâminas para outro, tal intérprete apenas “remembra” tais experiências e as apresenta em forma de poética ou narrativa – mas que  por ressonância falam diretamente sobre o tema indagado pelo consulente.O que irá prevalecer ao final é a lembrança e a verificação do que foi evidenciado e experimentado tanto pelo intérprete quanto pelo consulente…ainda assim, aqui temos histórias…e mais histórias…como essas histórias irão afetar efetivamente e serem lembradas depois de muitos anos – e ainda influenciarão o modo do consulente tomar decisões – é bom que haja “fundamentação”, embasamento, coerência e verdade nelas.

Toda arte se constitui de símbolos, interpretados e articulados por alguém inspirado, que traduz para o consulente seus conteúdos e indagações.Quem se afina e encontra “charme” em um universo vampírico – sem culpas, ranços e temores externos a este meio – certamente vai sentir-se a vontade e rapidamente tecerá suas histórias e descobertas, pois de algum modo randômico aqueles símbolos alí presentes lhe fazem mais sentido do que outros que alí poderiam estar aplicados.Isso não dispensa ninguem de estudar e conhecer tarôs como o de Marselha, Waite, Golden Dawn e mesmo o de Crowley como forma de aprimoramento e de “Fundamentação” daquilo que está a executar.Como em toda arte, é preciso dosagem de loucura e habilidades fundamentadas para executa-las apropriadamente sem causar danos para sí ou terceiros.

Em relação a origem do tarô, dos primeiros baralhos do gênero ( e não deste que apresentamos ao longo deste texto), alguns (muitos aliás) dizem que ele vem do Egito ou algo assim.Outros postulam o famigerado Sul da França nas épocas das Cruzadas e das Heresias…No entanto, a minha favorita versa as origens do tarô por volta dos séculos em que Espanha e boa parte de Portugal estavam invadidas pelos árabes ou “mouros” e diversas culturas católicos, mouros e judeus partilhavam das mesmas localidades em relativa convivência comercial, só assim para não se matarem indicriminadamente como o fizeram nos séculos seguintes…Mas aí fica para outra história…

Tarô dos VampiroS,
Oráculo da Noite Eterna
Editora Madras

 

ARTE8

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