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Styria: Um papo com o diretor

Styria traz uma visão contemporânea da vampira Carmilla
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O Styria é um filme sobre tensão, isolamento, intimidade e os densos enlaces afetivos desenvolvidos numa súbita amizade entre duas garotas. Uma delas acaba de se mudar para um lugubre castelo no leste europeu, vinda dos Estados Unidos junto com seu pai em pleno anos oitenta nos tempos da cortina de ferro. Já a outra aparentemente é uma orfã sobrevivente de um desastre de carro ocorrido próximo do castelo em questão. Até aí, tudo parece corriqueiro para um filme do gênero… só que esta jovem sobrevivente é a célebre vampira Carmilla, que retorna de forma mais humanizada e ainda mais perigosa aos cinemas e ao imaginário vamp contemporâneo – através das mãos do diretor Maurice Chernovetzky e de Mark Devendorf. Já estamos falando deste filme desde 2014 e acompanhando seu hype, confira este artigo exclusivo.

Graças a uma circunstância inesperada e de extrema sincronicidade aproveitamos um breve espaço de tempo na agenda de Maurice e conversamos sobre o filme – e alguns destes momentos compartilhamos com vocês…

 

O anoitecer no leste europeu é diferente daquele que temos aqui em Los Angeles (nos Estados Unidos) e vocês aí no Brasil, temos muita luz e calor o tempo todo, lá no distante leste europeu as coisas não são desta forma. Tons e nuances de sombras que jamais vimos por aqui se avivam e possuem todas as redondezas conforme a noite avança; tal como o inverno que veste a terra com uma mortalha branca que aos poucos extingue toda a vida dos habitantes de uma região que não estiverem preparados para tal estação. E neste cenário de isolamento e angústia, aquela sensação que não podemos nomear que consome o presente e as vezes nos privando de uma lampejo de perspectiva futura e nos deixando obsessivos com a memória de situações passadas, que situamos nossa história; aquilo que é vivenciado e apenas duas pessoas afins poderiam compartilhar, algo muito semelhante ao que as vezes vivemos em alguns momentos da adolescência. Nesta visão de espirito da ausência e a sensação de sufocamento atribuída a ele, assista esta série de videos exclusivos.

Enxergamos a toda esta construção como uma máscara perfeita e bem vampírica, apta a intoxicar e consumir a vitalidade dos protagonistas com muito mistério e expressivas reviravoltas. Não queríamos um filme de lesbianismo vampírico ou ainda de exposição de seios e provocações sensuais – toda esta abordagem já aconteceu nos anos setenta nos filmes da Hammer – queríamos algo que ainda não houvesse sido explorado e também algo novo ainda assim inspirado na obra de Sheridan Le Fanu. Para a gente da Rede Vamp os termos sufocamento e privação parecem ilustrarem muito bem a sensação que percebemos conforme a trama avança.

 

 

Queríamos uma Carmila mais humanizada e com a qual as pessoas poderiam se envolver de alguma forma. Após uma longa busca encontramos em JULIA PIETRUCHA a atriz perfeita para o papel de Carmilla – bela e com um tom capaz de atrair para o lado negro os mais fortes. Trabalhamos bastante os diálogos, a encenação e atuação dela para que o resultado fosse realmente magnético e hipnotizante. Queríamos personagens densos, íntegros e ricos de nuances e camadas de interpretação – capazes de despertar um interesse e envolvimento afetivo ou mesmo repulsivo no decorrer da trama – conforme a história é desvelada. As locações escolhidas depois de uma árdua busca complementaram perfeitamente o conjunto.

Os filmes da Hammer não foram minha principal inspiração e sim a obra de Carl Theodor Dreyer, principalmente o filme de 1932 “O Vampiro” foram minhas principais influências na construção da personagem, afinal as passagens vampirescas deste filme que citei perturbam bastante e depois de assisti-lo acho difícil dormir.

A idéia era criar a ambientação de um conto de fadas sombrio, as sombras vivem e escondem algo que não estará lá quando você encarar – mas que lhe perturbará pois, estranhamente algo permanece onda nada deveria haver. Assim foi desenvolvido um filme seguindo parâmetros daquilo que há de melhor do chamado por comodidade de romance gótico.

Um velho castelo isolado do mundo moderno em uma terra estranha para um americano, insinuações de um passado familiar e de maldições seculares – nos moldes de Christabel e Rhyme of Anciet Mariner de Coleridge um conviva problemático que faz o possível para perturbar e abalar o pai e a filha, no papel de um velho e corrompido general cheio de histórias deploráveis… e no cerne de tudo teremos a intensa e caótica amizade de Lara e Carmilla que aos poucos vai desvelando estranhos fenômenos na região de Styria onde subitamente plantações e animais morrem, e jovens mulheres começam a enlouquecer.

Então, Carmilla desaparece e em seguida começam a aparecer os corpos de todas aquelas jovens mortas – aparentemente por suicídio. Neste momento Lara se indaga se a culpada pelas mortes era Carmilla ou algo muito mais sombrio talvez ligado aos estranhos relatos familiares ou aos impropérios daquele general corrupto – há algo pouco natural por detrás daquela histeria em massa na cidadezinha…

Quando publicamos a primeira nota sobre o filme Styria ou ainda The Curse of Styria na seção dos filmes que estavam por vir e posteriormente uma nota exclusiva dele – não sabíamos que ele já teve duas exibições no Brasil em 2013 e 2014 no festival Fantaspoa que inclusive contaram com a presença do diretor Maurice Chernovetzky. Outro fato interessante é que o filme foi inteiramente financiado através da iniciativa de crowdfunding Kickstarter o que anuncia um futuro interessante para filmes e produções do gênero – de fãs para fãs.

A Maldição de Styria na arte de Santiago Caruso
A Maldição de Styria na arte de Santiago Caruso

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