SOBRE O CASAMENTO GÓTICO EM RUBIM, LÁ EM MINAS GERAIS…
Expresso minha solidariedade ao casal de góticos Wesley e Fernanda da cidade de Rubim(MG), o que importa no casamento é o amor e o desejo de compartilharem uma vida juntos, com estrutura e transmitirem um legado espiritual para sua descendência – seja própria ou adotada. Dizem que “Deus” é um espelho dos valores que cultivamos no cotidiano e as bençãos ou maldições – ou aprendizado das lições pelas consequências do que escolhemos fazer – vão da forma como escolhemos encarar as coisas. Sendo assim, creio que as pessoas que estão a conduzir tal campanha de ódio e intolerância ao casamento deles por conta dos seus visuais deveriam olhar para sí e por extensão respeitarem a decisão do Padre em celebrar tal união – que é o lider espiritual dos integrantes de uma paróquia ou comunidade.
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E o mesmo Padre merece uma singela homenagem pela mente aberta e por enxergar o quadro real: dois jovens católicos apaixonados que escolhem celebrar sua união em conformidade com a religião e os valores que seguem e naquilo que vivenciam.Sou Pagão, mas creio no chamado “respeito de cavalaria” como sempre digo.
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Naturalmente quando penso no povo que condena tal casamento e até vem a etiqueta-lo como “anticristão” ou do “diabo”; passivo de punição como aquelas que eles vem reclamarem, só me ocorre uma questão: tenho nojo do “deus” que eles insistem em projetar e modelar a sua exata imagem e semelhança. Cego e algemado a uma baixeza de espírito incapaz de reconhecer o amor – fundamento principal de todo e qualquer caminho de espiritualidade possível na face da Terra – apenas porque ele não se veste como os próprios seguidores insistem que deveriam se vestir. Onde foi parar a vivência daquela máxima que “Deus” tem lugar para todos em seus planos e o principal: “Deus é Amor!”
Certamente, existe um tom solene na escolha dos trajes para uma cerimônia de matrimônio principalmente no cerimonial da igreja católica. E dentro das amplas possibilidades de figurinos presentes naquilo que chamamos por comodidade de Subcultura Gótica, eles vestiram aquilo que tinham de melhor e era aquilo que podiam bancar com seus esforços e presentes recebidos, já esta lindo e condizente com todo e qualquer protocolo – uma vez que o fundamento do “Amor” tem soberania sobre tudo mais.
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Atualizado em 10.02.2014:Duas contribuições que recebí depois da postagem original deste artigo, vieram do Frater Vincent Sahjaza: Observemos que o traje negro ou com tons vinhos no passado renascentista era considerados trajes da nobreza pois o corante para escurecer as roupas era extremamente caro e um privilégio apenas dos nobres e dos membros do clero mais abastados – tanto que o famoso vestido preto usado por Ana Bollena para despertar o olhar de um certo rei Tudor foi uma das peças mais caras e luxuriosas daquela ocasião.
Já entre os descendentes da “Pormerânia” radicados no Brasil o vestido de noiva preto sempre foi uma peça tradicional (leia na íntegra aqui) – representava o luto pela morte da filha que era removida da familia para ser adotada pela familia do marido nos significados mais comuns.Já em tempos medievais, o vestido de noiva preto era uma protesto ao direito da “Prima Nocte”, onde o senhor feudal podia desvirginar e ter o direito sobre os corpos de todas as mulheres que se casavam em seu território.Note que o casamento católico ou protestante de preto, não consiste de um atentado ao pudor e bons costumes crísticos de nenhum tipo e menos ainda de algum crime histórico comprovável.O vestido branco surgiu mesmo com o casamento da Rainha Vitória, que desejava algo diferente e a frente da sua época para a cerimônia e assim lançou a moda da noiva casar-se de branco.Há ainda quem diga que tal costume foi uma forma de se instituir o respeito pelos artesãos e artistas necessários para criarem um belo vestido.
Torço para que Wesley e Fernanda sejam bem sucedidos e que triunfem – com seus estilos, visuais e escolhas – pois no final das contas, aprecio irremediavelmente histórias de amor que superam tais condições impostas por antagonistas que disfarçam seus melíndres e recalques com desculpas de preservarem a religião…ou melhor os dogmas…
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Aliás para quem precisa criar um deus vingativo e punidor a sua própria imagem recomendo este texto aqui… e para os moradores de Rubim em Minas Gerais que ainda insistem que seu “deus” está tão preocupado assim com a forma que as pessoas se vestem para um casamento, deixo a imagem abaixo…
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A matéria original que rendeu este artigo | Sugestões de visuais para um casamento gótico
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