Os mistérios de Álvares de Azevedo

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Os mistérios de Álvares de Azevedo

Considerado por muitos um poeta maldito, Álvares de Azevedo ainda é um mistério para nós. Mesmo tendo se passado quase dois séculos de seu nascimento, não nos é possível afirmar se ele era anjo ou demônio, Ariel ou Calibã, virgem ou devasso. Sua obra – de inquestionável qualidade literária – é a única coisa que nos fornece alguma pista das “duas almas” que habitavam as cavernas de seu “cérebro pouco mais ou menos de poeta”.

E, a partir de agora, passaremos a refletir – aqui neste fantástico espaço do portal Rede Vamp – sobre alguns aspectos que envolveram o mais Byroniano dos nossos poetas; bem como seus amigos, sua família, e tudo o que rodeava Álvares de Azevedo nos idos do século XIX.

Um dos grandes mistérios que envolveram não apenas Azevedo, mas os Ultrarromânticos de maneira geral, está relacionado às Sociedades Secretas. Jamil Almansur Haddad, em seu livro Álvares de Azevedo, a Maçonaria e a Dança fala sobre sociedades como a Epicureia, a Byroniana, a Burschenschaft (ou Bucha), entre outras. Para o autor, “as associações secretas são parte integrante da vida primitiva”, devido à necessidade inerente do ser humano de se submeter a ritos iniciatórios quando se alcança a puberdade.

Em seu ensaio, Jamil Haddad explicita suas suspeitas de que Álvares de Azevedo pertencia à Maçonaria e, para embasar essa hipótese, utiliza-se do discurso feito pelo poeta em 11 de agosto de 1849, quando da Sessão Acadêmica comemorativa dos cursos jurídicos no Brasil, no qual Azevedo menciona, entre outras coisas, os Carbonários Europeus. O estudioso cita ainda alguns exemplos da obra literária de Álvares, na qual seria possível verificar três elementos do pensamento religioso maçônico: satanismo, anticlericalismo e panteísmo.

Outro pesquisador – Brito Broca – em Românticos, Pré-Românticos e Ultra-Românticos, cita os escritos de Pires de Almeida, n’A Escola Byroniana no Brasil, sobre os rituais macabros que os estudantes da Academia de Direito realizariam no Cemitério dos Aflitos, em São Paulo. Brota conclui seu texto com um questionamento que nos acompanha até os dias atuais:

“Até onde a lenda? Até onde a verdade?

Eis a pergunta para a qual não encontramos resposta.”

 

Acompanhe nos próximos textos um pouco mais dos mistérios de Álvares de Azevedo!

 

Luciana Fátima.

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