Back to Blog
vampiros e vampiras centenarios e bicentenarios da literatura

Nossos Ancestrais Vampíricos: Centenários e Bicentenários

APOIE O CAMPUS STRIGOI AGORA

Nossos Ancestrais Vampíricos: Centenários e Bicentenários: Um recorte afetuoso dos principais vampiros surgidos na literatura vampiresca que já celebraram o centenário, um pouquinho mais do que isso e até mesmo o seu bicentenário nas páginas de nossos livros favoritos. E o melhor de tudo apresentamos as vampiras brasileiras que figuram com expressividade nesse hall da fama dos imortais – o que pode ser algo quase alienígena para muitas pessoas que estão lendo um artigo da Rede Vamp pela primeira vez. Há quem ache que vampiros só existem no imaginário pop brasileiro desde os anos sessenta por ai… isso existe na maior parte da academia e no meio editorial brasileiro – um padrão cultural, na verdade – de que vampiro é mito importado e blá-blá-blá. Um equívoco que expõem o desalento e o despreparo de acadêmicos e outros “connoiseurs” e como a vaidade intelectual e ainda mais a institucional são notórias nas terras de Vera Cruz. Mas alegrem-se oferecemos conteúdo privilegiado e bem pesquisado para todos vocês irem atrás por seus próprios meios a posteriori. E “afastai-vos quem não entendeis a ironia no título deste artigo”

ESTRANHAMENTO E ENCANTAMENTO

Desnecessário pontuarmos para jovens adultos o quanto a imagem ou figura de poder do vampiro é influenciada e inspirada pela literatura maldita dos 1800´s mesmo hoje no século XXI. Qualquer um que não mente (pelo menos não muito) para si sabe como a literatura, o teatro, a música e o cinema – os quadrinhos e os videogames ainda hoje trabalham com este imaginário herdado do final do século XVIII e XIX – não faltam referências sobre isso aqui. E o quanto somos tocados por isso na contemporaneidade é evidente e inescapável. Simplesmente está lá e ponto final. Você pode abraçar e aceitar isso, cognitivamente muito mais saudável e desenvolver suas visões, ideias e estabelecer seu próprio viés concordando ou discordando deste fato histórico. Mas é história e está lá. Ponto final. Ainda assim não falamos sobre reproduzir ou imitar isso perpetuamente – até porque enquanto arquétipo ou figura de poder a interpretação do vampiro é muito mais vasta e ampla do que folclore ou personagem transmidiatico. A tradição sempre permitiu a troca de peles tal como a serpente e o dragão fazem, ao menos entendendo os seus princípios e sabendo fazer uso disso – novamente destaco que quem só entende as coisas ao pé da letra ou no denotativo já fracassou antes de sequer tentar.

A verdade também é que há muita gente que aprecia nossa Rede Vamp e adora muitos desses personagens apresentados aqui. É sabido que temos muitos leitores e leitoras que não são Vamps mas apreciam bastante a vertente da produção cultural e artística sobre o tema – e a cobertura mais rica sobre tudo isso só é encontrada em nosso portal ao longo destes 20 anos em idioma português. E adoramos oferecer conteúdos assim para todos vocês.

Todos apreciam a beleza, o charme, a sedução e encontram nesta figura de poder que é o vampiro ou a vampira o espaço para lidarem com seus totens e os seus tabus de uma maneira muito mais saudável do que varre-los para debaixo do tapete. Está incluso nesta atmosfera o espaço para você pensar e sentir a respeito o que é viver verdadeiramente, o que é morrer, o que é prazer e o que é dor – bem como outros temas que incomodam, geram desconforto e perturbação em nossas vidas. Refletir e contemplar não é idolatrar tais coisas. Ainda assim ao lidar com isso seja na apreciação da arte ou da vida você encontra jeito, preparo e habilidade para quando os infortúnios se desvelam. E eles sempre se desvelam, visto que a vida é bela, injusta e violenta – e tentar eliminar qualquer um desses três componentes elimina a vida. Mas há o alento e consolo de que o mal e o bem sempre vem e sempre passam.

E não há coisa melhor do que poder estar junto de outras pessoas que sabem muito bem como é isso. Sejam as mais experientes na trilha para darem força ou quem está chegando que nos permite rever as trilhas com novos olhares. O Vampyrismo/Vampirismo tem muito mais a ver com Estética como o estranhamento e a atração que este cultiva e provoca – você pode interpretar isso de maneira fashionista ou da produção cultural. Você pode interpretar essa informação sob nuance de espiritualidade, mística ou Cosmovisão Vampyrica. Deixo isso na sua conta.

o texto prossegue depois do anúncio

E O PORQUE DOS VAMPS SEMPRE GARGALHAREM

Vamps gargalham de pessoas que se comportam da seguinte maneira: “Sou melhor do que você pois me enquadro na norma, na medida e sou incluído socialmente e por isso posso te excluir!” É claro que a maior parte das pessoas que agem assim não conseguem desenvolver todo este raciocínio. Tais pessoas vivem o tal do “poder de se achar e se sentir melhor do que terceiros e portanto assim poder detonar imediatamente tudo que lhe é “deviante”. E fazem isso antes que suas esquisitices como acharem que controlam a própria vida e a de todos ao redor com suas opiniões peçonhentas sejam notadas. Quem procura poder senão quem nunca o terá? Vamps sabem instintivamente que todo poder é sempre algo concedido e que logo pode ser tomado – e quem vive pelo poder vive paranoico e na ansiedade de vê-lo ser perdido e tomado por um desafeto, não vivem de verdade e logo não tem força nenhuma. Essa gente que vive naquela de só é violência se eles não são escutados ou se os alvos deles retrucam. E tampouco qualquer sabor por não conseguirem sequer nutrirem a si.

Tais pessoas se dividem em dois subgêneros que são o “Vampiro ou Vampira perfeitos e não existe nada e nem ninguém maior do que eles e tudo que não vem deles é mentira”.

A outra variante deste mesmo é o seu oposto “Não existe nada disso na vida real! Se existisse tinha que ser igual ao que tem no dicionário, nos livros, no folclore e no cinema. As coisas tem um objetivo e nunca jamais existiu ou existirá nada disso porque eu sei a verdade!”

Os dois casos são facilmente identificáveis como “donos da verdade” e o “agressor gratuito” – ou praticantes de “Faite La Moral”. Se desconhece essa expressão francesa, dê um google translator. Divirta-se contrariando pessoalmente cada um deles e os assistindo surtados falando sem respirar até quase desmaiarem completamente possessos e desauridos. É claro que culparão você e seu dreno energético por isso, sua energia estranha e negativa. Mas não se engane e nem minta muito a respeito disso para si, pois logo a pessoa usará você como usa todo mundo na sua desesperada escalada social – e o descartará tão logo puder.

Ambos os casos descritos falham miseravelmente ao descobrirem que há quase 50 anos (hemisfério norte) e 20 anos (hemisfério sul) já existe uma comunidade de verdade e repleta de alguns milhares de integrantes, já estabelecida e com longa história, ethos e práxis. Falamos em dois hemisférios e de um período de tempo expressivo. Natural que os menos aptos ou hábeis não suportem este tranco – seus egos são muito frágeis, afinal e negar a realidade pelo que só existe na “bolha de realidade” deles é um forte indicativo de sua deriva na vida. Deixe a lei de Darwin fazer seu trabalho.

Eu também deixo registrado como esotérico/místico brasileiro e seus posts na sua maioria NÃO tem preparo ou conhecimento algum do que somos enquanto Vamps.

o texto prossegue depois do anúncio

E ASSIM VAMPS TRIUNFAM

Há cerca de 20 anos a Rede Vampyrica apelidada carinhosamente de Rede Vamp pelos leitores mantêm uma observância pontual desta tradição e como a mesma se renova e troca de peles orientada por princípios e uma estética singular. Hoje oferecemos uma relação em ordem cronológica de personagens imortais e links para conteúdos exclusivos que já desenvolvemos sobre eles e elas em nosso portal.

Convêm informar que na Comunidade Vamp do Brasil e da América do Sul não nos escondemos da vida como ela é porque nos bancamos e nos sustentamos diante da realidade solar (trabalho, estudo, boletos, relacionamentos e tal). Sabemos nos reconhecer e nos reconhecemos uns aos outros pela força, habilidade e transparência que exalamos. Algo que dispensa manuais e cartilhas de qualquer tipo, ou decretos e conformações/deformações a doutrinas políticas e outras barbaridades. Essas coisas que desencantam o mundo resumindo tudo a disputa e ressentimento. Somos discretos na maior parte dos casos que a vida demanda por isso. Mas vivemos com charme, estilo e nutrindo nossos gostos e extravagâncias dentro do nosso alcance. E temos eventos e encontros incríveis – sejam presenciais ou ainda onlines (acompanhe nossa agenda neste post).

Como somos a plataforma e expressão online da Comunidade Vamp do Brasil, América do Sul e Portugal escolhemos incluir nesta relação personagens de prosas, poesias e romances que nos são caros e publicados por estas bandas que já cruzaram o centenário – e ainda hoje são esquecidos do imaginário do gênero – e até mesmo pelos acadêmicos e especialistas do gênero. Há também um tom irônico da minha parte nisso tudo, que raspa a superficialidade dos mesmos e os riscos de carreira que muitos sofrem ao varrerem para debaixo do tapete algumas coisas importantes por “inconsistente panfletarismo” e vaidade intelectual ou ainda institucional.

VAMPIROS CENTENÁRIOS E BICENTENÁRIOS PELO MUNDO

GERALDINE (DA OBRA CHRISTABEL, SAMUEL TAYLOR COLERIDGE)

E sussurra Geraldine: “Sonho é para quem quer ficar dormindo.” Geraldine é a primeira grande Vamp da literatura inglesa e escrita por Samuel Taylor Colleridge no finalzinho do século 18. Christabel só foi publicada em 1816 juntamente com Kublai Khan. O manuscrito foi lido pelo grande Percy Shelley, que surtou a correr pela velha mansão aonde estava até ser encontrado pelos convivas em pânico debaixo de uma mesa coberta por uma toalha – murmurando algo sobre um olhar e o seio. Partes do mistério da obra. Outro ponto são as menções a Pomba e a Serpente que formam trechos importantíssimos de um diálogo da poesia. É verdade que Christabel é uma poesia não concluída, o autor só escreveu duas partes que não conseguiu ofereceu um desfecho – deixando a todos nós a possibilidade imaginarmos um final – e devo ressaltar que o cineasta brasileiro Alex Levy-Heller, no seu filme Christabel (2017) ofereceu uma excelente resposta de como este poderia ser. Vem conhecer sua história completa, aqui.

LORD RUTHVEN (DA OBRA THE VAMPYRE, JOHN POLIDORI)

Esta se inicia com o médico vitoriano John Polidori e a maneira como ele tirou o vampiro das florestas da Europa oriental, deu-lhe uma linhagem aristocrática e colocou-o nas salas de estar da Inglaterra da era romântica. Seu conto The Vampyre , publicado 200 anos e poucos anos atrás – em 1 de abril de 1819, foi o primeiro tratamento ficcional sustentado do vampiro e reformulou completamente o folclore e a mitologia em que se baseava. A figura do vampiro abandonou suas raízes camponesas e deixou seu cartão de visita na sociedade educada de Londres. É claro que eu discordo dessa supra importância dada a The Vampyre não com o intuito da depreciação, longe de mim isso. Mais adiante falaremos disso.

The Vampyre surge na Vila Diodatti no tal concurso de contação de histórias que deu origem àquele outro arquétipo da herança gótica, o monstro de Frankenstein. Presentes nesta augusta reunião estavam nada mais e nada menos do que John Polidori. Na época ele era o médico de Byron. Mary Godwin, a autora de Frankenstein, sua meia-irmã Claire Clairmont e o poeta Percy Shelley. E como deveria ser o próprio Lord Byron (que não estava nos seus melhores dias e tampouco noites vide seu Fragments of a Novel). Celebrando 125 anos neste mês de Maio de 2022, no World Dracula Day Vem conhecer sua história completa, aqui.

O Príncipe, Eufêmia e Zemba (DA OBRA THE BLACK VAMPYRE, URIAH D´ARCY)

The Black Vampyre, A Legend of St. Domingo do autor Uriah D´Arcy é onde conheceremos os vampiros Príncipe e sua familia composta por Eufêmia e Zemba. Lá em 1819 foi primeira obra a ter um vampiro protagonista negro e é o primeiro romance publicado nos EUA a lutar contra o racismo e a escravidão. Historicamente tal obra tem a importância de ser a primeira obra literária norte americana antiescravista e ainda propor a emancipação dos escravos naquele tempo. Sim meus nobres amigos e amigas, isso aconteceu numa história sobre vampiros. Na Rede Vamp sempre pegamos pesado na questão dos romances e prosas vampirescas do 18 e do 19 servirem como máscara para se trazer ao debate todos os totens e tabus do seu tempo.

Dentro dos seus méritos The Black Vampyre veio cerca de 14 anos antes do prestigiado “Um Apelo em Favor dessa Classe de Americanos Chamados de Africanos” da grande Lydia Child, considerado pela academia como a primeira obra literária antiescravista da América do Norte. Então é isso. Uma história de vampiros, com um vampiro negro foi a primeira obra literária norte-americana a erguer a voz contra a escravidão na literatura. Sem mais.Por alguma razão The Black Vampyre é em pleno 2020 uma obra desconhecida e ausente das antologias, das coletâneas, das coleções e dos grupos de estudo sobre romances e narrativas góticas ao redor do mundo. Na Comunidade Vamp da América do Norte também é uma obra desconhecida no circuito de apreciação literária – seja na literatura vamp, gótica, terror ou ainda dos movimentos negros. Vem conhecer sua história completa, aqui.

o texto prossegue depois do anúncio

O VAMPIRO CROGLIN (DA OBRA O VAMPIRO CROGLIN,

O Vampiro de Croglin

O Vampiro Croglin: Já se passaram quase 200 anos desde que esse arquétipo Romântico / Byrônico para um vampiro surgiu – mas o que sabemos sobre a crença inglesa em vampiros fora da ficção? Uma nova pesquisa na Universidade de Hertfordshire descobriu e reavaliou uma série de mitos sobre vampiros – e nem todos estão confinados ao reino da ficção. O Vampiro Croglin supostamente apareceu pela primeira vez em Cumberland para uma Srta. Fisher na década de 1750. Sua história é recontada pelo Dr. Augustus Hare.

No conto escrito por Augustus Hare, vários episódios ocorreram entre 1875 e 1876. Uma velha casa é alugada para uma mulher e dois irmãos, Amelia, Edward e Michael Cranswell. Um verão, Amelia estava tentando adormecer quando de repente uma criatura estranha apareceu em sua janela e começou a conduzir com unhas compridas ao redor de um pedaço de vidro da janela, antes de remover a unha e alcançar a abertura resultante para destravar a trava da porta da janela e entrar. Vem conhecer sua história completa aqui!

VARNEY (DA OBRA VARNEY, THE VAMPYRE – Feast of Blood, James Malcolm Rymer)

Varney The Vampyre or The Feast of Blood – Outro vampiro clássico que não poderia faltar é Varney de James Malcolm Rymer (as vezes atribuída a Thomas Preskett Prest) publicado em meados de 1845 em panfletos e por volta de 1847 como livro. Na mesma época circulava o relato do Vampiro de Croglin, contamos tal história por aqui. Mesmo Varney alegando suas origens vampirescas escandinavas (algo inusitado naquele tempo, mas notório por outros fatores que desenvolvemos em outros conteúdos), ainda hoje é o mais subestimado de todos vampiros ancestrais da literatura que já escrevemos a respeito. Vem conhecer sua história completa, aqui.

BRANCA HOLBACHIS (DA OBRA OTÁVIO E BRANCA – A MALDIÇÃO MATERNA, JOÃO CARDOSO DE MENEZES E SOUZA)

A Vampira chamada “Branca Holbachis” estrela na poesia de João Cardoso de Menezes e Souza foi o primeiro a trazer a imagem vampiresca ainda que de maneira sugestiva como uma maldição dos pais que recai sobre os filhos, publicada em 1849 (embora em fontes mais antigas a publicação data de 1845). Fazem anos que a Rede Vamp insiste em levantar o nome dessa personagem espectral como a primeira manifestação vampírica da literatura brasileira, ainda que uma jovem espectral a poesia onde ela figura sob as asas de um morcego foi publicada há mais de 170 anos! E esta tem uma afinidade com “Lenore” (algumas vezes escrita como Leonor) do poeta Gottfried August BürgerBürger; o que nos leva a um artigo mais amplo que em breve linkaremos por aqui. Vem conhecer a história dela e de outros vampiros centenários e quase bicentenários do Brasil e de Portugal, aqui.

o texto prossegue depois do anúncio

CARMILLA (DA OBRA CARMILLA, SHERIDAN LE FANNU)

Ah meus nobres Amigos e Amigas, Carmilla simplesmente é a Primeira Vampira a realmente conquistar espaço, visibilidade, abrir portas, inspirar e influenciar todo universo das “Vamps”. antes dela as outras eram quase todas jovens espectrais, fantasmagóricas e diluídas em névoas. Nem todas, mas enfim. Carmilla chega com tudo desde a publicação até conquistar seu lugar na indústria cinematográfica e na cultura pop. Nada mal para uma vampira que celebra 150 anos neste ano de 2022. Um século e meio de classe, charme, prestígio, irreverência e dignidade. Isso é histórico e pontual. Além de encantador – inclusive foi uma inspiração ou melhor uma influência para o clássico Drácula de Bram Stoker (que celebra 125 anos em 2022). Nada mal! Carmilla é uma vampira criada pelo escritor irlandês Sheridan Le Fannu (1814-1873) e que foi publicada em meados de 1871-1872 pouco tempo antes de sua morte. Sensual, homoafetiva e sufocante perseguia suas vítimas como a face sombria de um amor venusiano e naturalmente libriano. Vem conhecer sua história completa, aqui

AUZIRA (DA OBRA A MORTALHA DE AUZIRA, ALUÍSIO DE AZEVEDO)

A vampira Auzira foi uma criação do autor Aluísio de Azevedo, para sua obra a Mortalha de Auzira, de 1891. Mais uma Vamp brasileira celebrando 130 Anos de história! Sombria ao extremo e ambientada na França do século XVIII narra os espectrais encontros entre o padre Angelo e a cortesã Alzira, ele sedento pelo sangue de quem tentar lhe afastar da amante e ela ávida por consumir seu espírito e vitalidade. Vale pontuar que estes encontros ocorrem depois da morte dela através de sonhos, onde aos poucos o bom padre perde a noção do que é a realidade comum. Fulminado pela paixão o bom padre descobrirá como sua energia e vitalidade pode se esvair por esta ferida afetiva e lhe assegurando um destino pior do que a morte. Elementos clássicos das histórias de vampiras daqueles tempos. Vem conhecer a história dela e de outros vampiros centenários e quase bicentenários do Brasil e de Portugal, aqui.

VITÓRIA (DA OBRA ACAUÃ, INGLÊS DE SOUZA )

Vitória aparece na obra Acauã (1893) do autor Inglês de Sousa. Esta obra foi um grande sucesso literário do seu tempo onde a vampiresca Vitória leva a jovem Aninha a definhar gradativamente. Isso te lembra a Geraldine ou a Carmilla? Diferentemente das outras obras presentes neste artigo aqui a ambientação tem pouco ou quase nada do gótico europeu, sendo o título uma menção a uma ave considerada agourenta no Amazonas e entre os ribeirinhos que vivem isolados de todos.

O ponto alto da obra é que ela é a melhor a retratar elementos brasileiros como crenças e superstições locais na imagem vampiresca que se alimenta da vida e da vitalidade emocional dos outros.  É interessante pontuar que a personagem foi homenageada pelo autor Enéas Tavares e o diretor Felipe Reis na série steampunk ” A Todo Vapor” (no catálogo Prime Video da Amazon) como uma das investigadoras do grupo Phartenon, onde é interpretada pela atriz Pamela Otero. Para mim, também é interessante pensar que mais da metade da minha vida morei por décadas na rua que leva o nome deste escritor brasileiro, sem conhecer tal obra e sua importância no contexto literário que mais aprecio… Vem conhecer a história dela e de outros vampiros centenários e quase bicentenários do Brasil e de Portugal, aqui.

o texto prossegue depois do anúncio

Campus Strigoi
Apoie a Rede Vamp e Conquiste Recompensas Exclusivas

DRÁCULA (DA OBRA DRÁCULA, BRAM STOKER)

Drácula foi publicado pelo autor irlandês Bram Stoker, ainda em 1897 na Inglaterra e celebra 125 anos neste mês de Maio de 2022, no World Dracula Day. A história do personagem do romance é riquíssima e pensada para ser adaptada no teatro e nas décadas seguintes ganhou espaço nos cinemas. O pano de fundo da criação do personagem é ainda mais rico e alvo de adoráveis especulações. Há quem pontue que ele foi inspirado num personagem do folclore irlandês, presente nos contos escutados na infância por Bram, contamos isso aqui. Já no ocultismo o personagem tem uma outra abordagem, como vemos neste outro artigo. Sem dúvida uma das passagens mais ricas da obra associada ao universo das sociedades discretas e das ordens ligadas ao ocultismo do final do século 19 podem ser vistos na chegada do personagem Jonathan Harker ao castelo, leio esse trecho em video neste post muito especial. E também o próprio castelo de Drácula reside numa paisagem muito especial no imaginário ocidental, falamos disso aqui. Outro ponto é podermos apreciar as falas e pesquisas de Dacre Stoker, Sobrinho Bisneto de Bram e seu testamentário do legado, assista a entrevista exclusiva aqui. E sem dúvida aqui na Rede Vamp você encontra um rico acervo de conteúdos exclusivos sobre a criação máxima de Stoker. Vem conhecer sua história completa, aqui.

PRINCESA ISSÍRA (DA OBRA A NEUROSE DA COR, Júlia Lopes de Almeida)

Princesa Issira
Imagem da Internet para uma Princesa egípcia

Mais uma vampira brasileira celebrando seu centenário. Completou 100 anos em 2003 e para o próximo ano atinge a marca de 120 anos de sua publicação. Na verdade, esta bela vamp é egípcia, dos tempos do faraó Ramsés e uma criação da autora Júlia Lopes de Almeida (1862 – 1934), e eu penso que ambas merecem seu lugar de destaque em nosso imaginário vamp, meus nobres amigos e amigas, inclusive publico este artigo neste sentido para se fazer conhecer e revivermos sua imagética, nos inspirarmos e nos influenciarmos.

A Princesa Issira é a personagem principal do conto A NEUROSE DA COR de Júlia Lopes de Almeida. O conto integrou a antologia Ânsia Eterna, publicada em 1903 no Rio de Janeiro. Na realidade, desconheço se ele havia sido publicado anteriormente. É uma breve mas adoravelmente sombria narrativa. Tal como os venenos mais poderosos e embriagantes; tal como um enteógeno que ressalta o “lumen naturae” a miríade exuberante das cores, sua voluptuosidade e ao mesmo tempo nos recorda do que os pintores renascentistas nos ensinaram: que o preto saturnino também é uma cor. E como a natureza dá a vida indistintamente e a toma como a mesma voracidade, dado seu caráter impermanente e sempre mutável! Vem conhecer sua história completa, aqui.

CONDE ORLOK GRAFF (DO FILME NOSFERATU, EINE SYMPHONIE DE GARUENS, 1922)

Conde Orlok Graff, mais conhecido como Nosferatu! A obra prima do cineasta alemão FW Murnau, interpretado pelo misterioso Max Shrekt e criado pelo ocultista Albin Grau celebrou 100 anos em Março de 2022. O nome do personagem é Conde Orlok Graff e ele já serviu como uma representação da praga; um espírito semelhante a um Daemon ávido por pactos de uma certa região da Romênia; ícone do cinema vampírico; avatar de saturno para outros; eis aí um personagem rico de significados e com muitas facetas. Vem conhecer sua história completa

Facebook Comments

Share this post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back to Blog