Feliz World Goth Day, lembrem de Sophia Lancaster
Resumindo, foi um crime de ódio, preconceito e de intolerância. Ela foi chutada até a morte pelos seus agressores, apenas por se vestir diferente! Um tema delicado e que chama nossa atenção aqui no Brasil também, por estarmos vivendo situações de violência semelhante, verbal na maioria dos casos mas física em tantos outros e perpetuada por pessoas intolerantes e fanáticos religiosos.
Em tempos de polarização de discursos de ódio como o que vivemos – penso que tolerância e compaixão – são temas que devemos refletir e fazer algo a respeito, ainda que expresso sob um viés tão peculiar.
A morte de Sophie foi um crime bárbaro que comoveu os ingleses. E que inspirou o surgimento de uma fundação beneficiente que estabeleceu medidas que asseguram a proteção pela lei e o estado de quem se veste de maneira diferenciada e alternativa ao foco midiático comum. Falamos do que é nomeado como fashionismo gótico, vamp, cyber, industrial, metal e de tantas outras tendências alternativas. Normalmente quem se traja assim se torna alvo de agressão (verbal e as vezes física) por grupos extremistas religiosos e outros desordeiros sociais quando se desloca pelas ruas e o transporte público – o que infringe diversos direitos comuns a todos assegurados constitucionalmente.
A fundação é responsável por diversas campanhas de conscientização juveníl e adulta contra preconceito, bullyng e intolerância realizadas através de palestras e atividades lúdicas. Hoje em Manchester é considerado crime de ódio e de preconceito qualquer agressão verbal ou física contra pessoas que se trajam de forma alternativa – na mesma escala de crimes promovidos por preconceito étnico, religioso e também de gênero sexual.
Tal conquista pelo alternativo local vem se ampliando em outras regiões da Inglaterra. No ano de 2014 a fundação foi premiada e suas conquistas reconhecidas pela redução de crimes de ódio em toda a Inglaterra. Ainda há muito a ser feito.
Crimes de ódio, intolerância e incontáveis expressões de violência e de preconceito são ocorrências depreciadas e rotineiras também nas cidades brasileiras e muitos participantes da audiência e leitores da REDE VAMP – de todas classes sociais, formações e profissões – tem histórias a respeito do que já passaram por conta de seus gostos ligados a produção cultural alternativa e fantástica.
E olhe que apenas falamos de histórias de ficção, quadrinhos, games, figurinos de época ou customizados. Ou mero gosto por música, filmes e seriados divergentes da cultura comum das novelas e pastelões midiáticos. Podemos até incluir também os RPG (Role Playing Game), Card e Board Games.
E notem que nem tocamos na questão esotérica, religiosa ou mesmo ao direito assegurado por lei a quem prefere não ter nenhuma religiosidade de qualquer tipo. No Brasil, crianças foram apedrejadas apenas por chamarem Deus com um nome Africano. Incontáveis violações dos direitos assegurados por nossa constituição.
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