"(…)O que temos ao falarmos de antigos cultos de fertilidade da terra no continente europeu lá no século X, são:
Como muitos dos tais cultos não possúiam registro escrito e o pouco que sobreviveu foi no folclore e no sincretismo do povo fica difícil reconstruir o que faziam. Os ditos conhecimentos revelados e seus mestres secretos, na prática além de não saberem falar os idiomas destas épocas, desconhecem a geografia sagrada destes povos e regiões e infelizmente deixam a desejar com discursos que pouco acrescentam ao factual ou a uma base mais sólida. Perceba que por exemplo um religioso hindú nos dias de hoje, conhece e pode falar com evidente facilidade sobre estes temas se estiver disposto. Assim como um sacerdote Nagô ou ainda adeptos de um terreiro bem estabelecido e fundamentado de candomblé no Brasil.Ou ainda um monge Xintoísta no Japão. Isto se deve, entre outras coisas, ao culto initerrupto e a manutenção das identidades e padrões de culto de todos estes povos.
O pouco que temos escrito ou descrito foi realizado por cronistas e monges católicos antagônicos a todo contexto pagão. Dificilmente eles falariam bem, ou deixariam de utilizarem a estética antagônica e depreciativa a todo este tema.Quem escreve e assina, que fica para posteridade.
– Os respectivos cultos de fertilidade da terra eram pagãos.De forma bem resumida, haviam grupos politeístas e outros grupos panteístas ao longo de toda vastidão européia e asiática.Sendo de cunho pagãos e bem anteriores ao advento do catolicismo no século V como religião oficial do império romano – eles não eram adeptos de sua forma de pensar, de ver o mundo e nem de sua mitologia.Certamente, durante a idade das trevas houveram excessos variados e muita confusão e associações equivocadas com elementos inimigos do simbolismo católico – como satã ou o diabo. Porém esta é uma excessão ao contexto pagão.
– Não havia unidade ou governo único entre estes cultos.A esta altura, eram instituições tribais ou familiares de uma determinada região.Não havendo nenhum governo e nenhuma deídade única a reinar sobre todos eles.E muito menos estavam a serviço da deídade antagonista do monoteísmo ou coisa que o valha.Inclusive o monoteísmo era tratado com bastante desdém ou descaso por tais agrupamentos pelo que narra a própria história.
– Os antigos cultos de fertilidade da terra eram baseados em processos extáticos.Tudo era baseado em uma fundamentação local e perdida, encontrada apenas como "causos" e em "fragmentos" por historiadores do século XX em diante em documentos católicos inquisitoriais; Alguns cultos utilizavam de beberragens e enteógenos, outros de danças circulares, outros de música com flautas e tambores – alguns de todos estes elementos misturados.
O que vale entender é que no perído entre os séculos X e XII eles estavam em extinção e já se restrigiam apenas a familias ou grupos de fazendeiros de uma determinada região específica.Em determinadas épocas do ano, seus integrantes entravam ritualisticamente em estado de êxtase…*Note que hoje no século XXI a Subcultura Vampyrica não utiliza e nem serve de apologia para o uso de enteógenos ou substancias quimicas.
– O que era denominado como "uppyr" era termo genérico para os integrantes destes cultos da região do norte da Rússia no século X e posteriormente o termo desceu entre os Eslavos, sendo utilizado ao longo do Leste Europeu
– para o mesmo sentido de integrantes destes cultos pagãos.O sentido depreciativo existia apenas para católicos das cidades.
Os nomes destes cultos variavam de região para região e curiósamente – tudo aquilo que foi associado a vampirico dentro dos conceitos que temos nos dias de hoje, e até mesmo batizados vulgarmente como "tipos de vampiros" na dita literatura especializada do meio – levavam o nome de antigos cultos de fertilidade da terra. Sendo assim temos: Strigoi, Vyrkloakas, Taltos, Volkhers, Berserkers, Ulfheadjars, Russalliles, Russalkas, Mazzeris, Calüsaris – estes apenas no continente europeu.
A partir do século XVII o mesmo processo de anacronismo e generalização foi extendido a outros continentes e povos.Ou seja, não temos "tipos de vampiros" como as leituras convencionais tentam impôr. O que temos são comprovadamente são cultos de fertilidade da terra e deídades pagãs, rotuladas genéricamente e anacrônicamente pelo monoteísmo como "vampiros" – derivando simbólicamente do termo "uppyr".(…)"
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