ALQUIMIAS DO "SANGUE"

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ALQUIMIAS DO "SANGUE"

“Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer e contribuir para a evolução da humanidade.”
Fernando Pessoa

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“Pessoas inspiram ou drenam você, escolha-sabiamente”
Hans F.Hansen

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Na Cosmovisão Vampyrica escrevemos “Sangue” como uma metáfora para a indestrutível força da vida e para com todas nossas relações pessoais e coletivas junto a esta potência – como nos aproximamos e como nos distanciamos; como sorvemos e como deixamos onde está e intocável; o que nos alimenta, provendo sentido e regojizo, bem como deleite e refrescância derrubando como um imprevista lufada de vento todos castelos de cartas ou de areia que erigimos para assegurarmos a validade de pequenas ou relevantes transgressôes. O “Sangue” é aquilo que vivemos e não aquilo que idealizamos. É provarmos na totalidade a fisicalidade e o mistério dos nossos atos, bem como as consequências daquilo que escolhemos cristalizar, trazendo da realidade não-ordinária para a ordinária, do atemporal para o temporal nossos intentos e planos. Líricamente é vivermos o mistério e o desconhecido, trazer da escuridão para a luz… dentre tantos milhões de infindáveis escolhas do que trazer e do que cristalizar, aprendermos a reconhecer com transparência e visão adamantina aquilo que alcançamos, porque temos afinidade e carregamos as devidas correspondências que atraem e permitem que seja daquela forma – e não de outras – mas que depois de realizado pode ser modelado e desvelado com maior refinamento no futuro. Pense no artista pintando sua tela, no músico tocando sua guitarra (ou violino) ou no Dj lapidando seu Djset. Pense no saborear tal momento seja como o executor ou como o apreciador e tudo aquilo que antecede, acontece e o que permanece daquele momento…Eis o “Sangue”.

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A primeira parte ressoa como auto-ajuda ou  excessivamente poética e pouco prática.Ainda assim oferece com ipsiedade uma visão e por extensão um arcano, que permitirá aos mais aptos desenvolver melhor tal conteúdo. Neste ponto temos que diferenciar o que é “Sangue” ou indestrutível força da vida que delineamos inicialmente daquilo que é apenas “potêncial” ou ainda “força de atração” e até a infâme noção de “energia psiquica” tão usada indisciplinarmente ao longo da cena. Em linhas simples o “Sangue” é aquilo que você viveu com integridade, aquilo que aconteceu na prática – enquanto que o potencial, força-de-atração ou energia psiquica tem o gosto de idealização, expectativa, ansiedade, sabor do que acabou sendo ou do que você gostaria que tivesse sído e até mesmo do que poderia ser se fosse de outro jeito. O “Sangue” nutre, satisfaz, íntegra e alimenta o “espírito”, já potencial, força-de-atração ou energia psiquica a maior parte do tempo apenas consome, drena e tira você do momento corrente. Note que ambas e a qualidade das mesmas dependem do seu grau de desenvolvimento, frequência, pulso e mapa de realidade – e há lugares onde uma as vezes é mais apropriada do que a outra. Mas em todo caso as duas tem seu custo e suas consequências práticas da sua utilização – tente não estagnar ou enfiar uma estaca limitante nelas. Neste ponto é importante se pensar que se você integra ou desenvolve um trabalho de espiritualidade ligada a Cosmovisão Vampyrica você “e todos os seus” são alinhado e ativados junto a força do “Sangue” que descrevemos aqui e conforme prova mais e mais dele com habilidade, praticidade, justa-medida e algum pudor e humildade nos sentidos mais gregos possíveis vem a se potencializar e se desenvolver – o tal do “Despertar” no jargão vampyrico – e as diferenças são perceptíveis em relação as pessoas que ficam apenas no “potencial”, força-de-atração e energia psiquica – como bem percebemos e notamos no cotidiano.

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Observe que aquilo que nomeamos como “potencial”, força-de-atração ou energia psiquica oferecem condições interessantes de trabalho e em geral livros como “O segredo” e outros livros de auto-ajuda bem como uma utilização superficial e limitada de runas e tarô podem fornecer bons insights neste campo. A própria terapia em geral atua bastante nesta questão assim como as jornadas de resgate de auto-estima e poder pessoal tão em voga nos consultórios holísticos atuais. Seu ponto falho é que metafóricamente ela funciona como seu reflexo no espelho, é você lidando apenas consigo e com aquilo que carrega – muitas vezes projetando sobre plataformas ou agentes ou ainda terceiros seus próprios conteúdos e cargas.

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O infâme vampirismo psiquico, parasitismo psiquico operam neste campo bastante comportamental buscando reclamar para sí aquilo que não cultiva e coisificando terceiros – apenas para sentir-se exercendo controle sobre os tais por deter aquilo que os fazem pensar que precisam – apenas covardia de se relacionar com expontaniedade e nada mais – ou a tal da menina ou menino-flor, as cartas reais dos arcanos menores do náipe de copas quando descompensadas ilustram bem tais fragmentações humanas. Todo este pesaroso “mi-mi-mi” é exclusivamente pertinente a este tema da potência, força-de-atração e energia psiquica – basicamente guiado pelo sugestionamento, influenciação e didáticas de poder social pautadas em popularidade e demais valores muito rasos e insalúbres. Se algo é passivo apenas do aprendizado intelectual ou de citações rasas sem qualquer vivência, ou apenas de uma utilização desprovida e alegórica – suprimindo o tom contemplativo e objetivando algo lógico, conceitual, ausente de figuratividade ou de imaginatividade – temos o caso clássico de potência, força-de-atração e energia psiquica, se virar manual de instrução ou dogma, morre! Note que o “Sangue” pode até ser explicado nestes termos, mas ainda assim será apenas uma descrição e não a ação ou vivência correspondente.

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O “Sangue” não permite e não se alinha com a construção de castelos de cartas ou de areia e nem limitações de idealização e projeções de qualquer gênero. Ele que alimenta o “Dragão” ou simplesmente o Daemon de cada um – herdado da linhagem familiar e do seu desenvolvimento pessoal – sem excessões. O “Sangue” que ativa e transmite os “carismas” ou “dons” individuais e mesmo seu DNA Espiritual ou ainda hierarquia do espírito.Tal processo desvela aquilo que você realmente carrega, do jeito, amplitude e forma como escolhe carregar.O tempo de trabalho apenas o refina mais e mais, mas não coloca nada que nunca esteve alí e tampouco corrompe algo qualquer outra coisa que você venha-a-ser.Claro que tal artigo não pretende ser um manual de instrução e nem algum tipo de texto sagrado – afinal ambos seriam enfandonhos e contrários ao ethos Vampyrico. Como podemos administrar tal força indomável e que jaz alí no cerne pulsional do nosso ser?

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Um olhar adamantino, uma consciência transparente daquilo que carrega, alguma empatia e razoável gentileza são boas armas e ferramentarias para lídar com tal dragão. Nada está escondido ou oculto do seu próprio olhar, pode apenas parecer inoportuno ou que outras escolhas rápidas satisfaçam mais imediatamente do que trilhar alternativas mais densas e trabalhosas. Cessar de eleger agentes e terceiros como responsáveis pelo que acontece na sua vida, também ajuda. Perceber que lição ou maldição são resultados apenas da forma como escolhe olhar e tocar as situações do seu cotidiano são uma boa dica. Meditar diariamente e ter um tempo próprio para realizar suas próprias afirmações é fundamental, assim você alinha tal “dragão” com seu eixo axial próprio e percorre um caminho mais fundamentado.

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Pois como acontece atrás do teu olhar e no teu peito, acontece e reflete diretamente aquilo que você está carregando ou escolheu carregar, se alimentar e interiorizar do resto do mundo – mas claro você pode transformar tal valor ou expressão se vai ser algo a lhe consumir ou a torna-lo refulgente vai da sua própria capacidade, chumbo ainda pode virar ouro – e dragõe guardam cavernas escuras repletas de tesouros. Há apenas um eixo e isso descobrirá com o tempo. Saber a hora de abrir e de fechar a boca, não sorver das idéias e das prática que discorde ou contrarie tua índole, deixando de ser presa fácil do mecanicismo, conformismo, apatia e superficialidade imperantes – por as vezes cremos que o “mundo é assim” ou que tal artificialidade seja “natural” corremos o risco de agirmos assim pois tais valores estão alí camuflados na gente também. Cultive sua própria beleza, tempo e singularídade – o que inevitavelmente lhe levará a aprender escolher o tempo de permanência em sua vida de algumas pessoas e os vouchers de confiança que concede a cada um bem como sua revogação. Neste sentido há quase uma década o Círculo Strigoi (www.vampyrismo.org/circulostrigoi) pode prover aos leitores e leitoras mais aptos e ávidos a ferramentaria e assessoria apropriada em seus diversos cursos, treinamentos e atendimentos. Há muito mais sobre o tema que será desvelado em futuros artigos.

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Apesar da nossa embriaguez,
mostramo-nos
mais equilibrados e serenos.
Imenso é o abismo
que separa a nossa da vossa gente.
Nós, sorvemos o sumo da vida,
e vós, arquitetais leis e decretos
para sugar a seiva das vossas vítimas.
Procurai ser justos e respondei:
Somos nós ou sois vós
quem faz correr sangue humano?
Rubaiatas – 12ª a 17ª

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Acréscimos indispensáveis:

* Vale dizer que há muita desinformação sobre termos e jargões da cena em sites brasileiros e estrangeiros bem como em diversas publicações supostamente internas do vampirismo ou Vampyrismo como prática espiritual ou ocultista.Muitas pessoas interpretam denotativamente (ao pé da letra) o que pertence ao conotativo (interpretativo); sem uma formação apropriada – poderíamos apontar nomes de indivíduos pomposos que apenas reclamam títulos e armazenam “potencial” mas que apenas vivem detrás de seus monitores escrevendo daquilo que não tiveram acesso formal e sequer alcançaram em suas jornadas, escrevendo de orelhada mesmo; assistiremos muitas distorções e transgressões – as mais conhecidas envolvem pensar que tudo isto depende de ingerir sangue orgânico ou ainda interpretar termos como “sanguinarium”, “sanguinariam”, “sang vamp” e afins como bebedor de sangue – quando na realidade e vida prática estes termos apenas se referem a noção inicial de fazer parte ou integrar o “Sangue” – integrar ao que chamamos de Cosmovisão Vampyrica ou Cosmovisão Vamp – ou quem sabe Espíritualidade Vamp (Isto nada tem a ver com canibalismo de qualquer tipo, sacrifícios de animais ou humanos, de auto mutilação, bloodsports e etcs).

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** Note que não nos referimos e tampouco contestamos aqui as práticas ou fundamentos de religiões com alguns milênios de atividade initerrupta que demandam sacrificios específicos de animais de abate ou corte ou ainda cortes planejados em seus careter iniciático e práticas devocionais. Expressamos nosso profundo respeito a tais caminhos espirituais e sua validade aos que o trilham. E ao falarmos de sangue ou “Sangue” nos inscrevemos apenas no que tange respeito as práticas de Cosmovisão Vamp válidas e fundamentadas desde os anos setenta em diversos continentes que prosseguem tal corrente e potência autônoma e independente.

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*** A expressão castelos de carta ou de areia foram gentilmente emprestadas deste artigo:”As casas de Cartas na Terra do Amor” da minha amiga Katy DeMattos Frisvold.

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