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A MENINA SUBMERSA

a menina submersa

 

 

Título: A Menina Submersa

Autora: Caitlín R. Kiernan

Páginas: 317

Editora: DarkSide Books

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É… Então… Estou aqui bem com cara de Ó!!!

“Agora, também de modo arbitrário, vou escrever sobre a primeira vez que vi A Menina Submersa.”
Pag. 18

No início do livro vamos conhecer India Morgan Phelps, que prefere ser chamada de Imp.

Imp sofre de esquizofrenia paranoide. Seu tratamento é a base de remédios e visitas constantes ao psiquiatra. Ela é bem introspectiva, não tem muitos amigos, porém tem um emprego e é pintora.

Sua mãe Rosemary também sofria da mesma doença, e se matou antes de Imp atingir a vida adulta. A avó Caroline, fez a mesma coisa que a filha. Ou seja, Imp tem convicção de que a Maldição irá mais cedo ou mais tarde atingi-la, e por isso ela tenta se cuidar.

“Será que estou arrastando os pés porque sou uma louca que sabe muito bem que é louca, mas que não quer que a lembrem apenas de
que é louca por ter de contar duas histórias que são verdadeiras quando apenas uma pode ser factual? Sinto, porém, como se estivesse
fazendo exatamente isso.”
Pag. 58

A narrativa é em primeira pessoa e não linear. No início isso pareceu bem difícil para mim. Pelo menos até eu entender do que se tratava, e quando eu entendi fluiu bem melhor.

Acontece que Caroline um dia disse para Imp que ela deveria escrever sobre tudo que fosse importante lembrar no futuro. Por isso ela está escrevendo um livro de memórias, que mais parece um livro de fantasmas. Claro, pois a pessoa que sofre de esquizofrenia vive uma realidade diferente, portanto uma memória pode não ser verdadeira, mas ela pode acreditar nela como se fosse real.

“Ninguém nunca dissera que você tinha que estar morto e enterrado para ser um fantasma. Ou, se alguém disse, estava errado.”
Pag. 43

Imp tem uma companheira chamada Abalyn, uma transexual super bem resolvida que já comeu o pão que o diabo amassou, mas que tenta a todo custo cuidar de Imp.

Tudo começa quando Imp traz para casa uma mulher que ela encontrou nua na beira da estrada. Essa mulher se chamava Eva Canning.

Como eu disse, Imp era muito introspectiva, mas algumas vezes tinha alguns impulsos; como trazer uma mulher nua que ela nunca viu na vida para a casa.

Só que depois disso ela começa a ficar obcecada por Eva. E à partir daí não dá mais pra saber se tudo que ela escreve é verdade, mas com certeza é viciante; pois eu queria mais, queria saber o que era verdade… E tem também o quadro A Menina Submersa, Imp também fica obcecada por este quadro, ela retrata, escreve, pensa, admira, imagina… Enfim, o quadro muda toda a sua vida. Um acúmulo de coisas e momentos que a levam para um surto psicótico daqueles!!!

“A Menina Submersa foi pintado em 1898 por um artista de Boston, chamado Phillip George Saltonstall. Quase ninguém escreveu sobre Saltonstall.”
Pag. 19

No início eu achei confuso, no meio eu me perdi por completo, mas aí eu já estava enfeitiçada, então não foi difícil terminar. Sinceramente, eu queria mesmo saber até onde ia a mente dessa mulher. Livros que retratam problemas psicológicos me sequestram; agora estar dentro da personagem foi algo inexplicável.

” – Você não pode fazer uma coisa assim, Imp. Mais cedo ou mais tarde, se você continuar pegando pessoas, fazendo coisas como essa, alguma coisa
vai acontecer. Alguém não vai ser inofensivo. Alguém vai machucar você, mais cedo ou mais tarde.”
Pag. 101

Não vou recomendar este livro para todos, definitivamente ele não é para todos.

Sabendo agora do que se trata, você deve decidir se quer mesmo ler. Acho que vai de pessoa pra pessoa, de momento, de disposição. Se alguém tivesse me dito como seria a leitura, não do que se tratava, pois a sinopse eu já sabia, mas como seria mesmo a leitura, eu iria pensar mais. Porém tenho certeza que li no momento certo. Li durante a viagem, num momento de relaxamento. Pude me entregar à leitura sem pressa, sem ter que largar o livro para fazer outras coisas, e isso ajudou muito.

Saiba que a personagem sofre de um transtorno, portanto algumas vezes ele é repetitivo e cansativo, mas ela tem que se repetir, não só para ter convicção do que está falando, mas para convencer o leitor de que isso é verdade. Como eu disse não é fácil, mas depois que acaba é gratificante.

Depois de tudo entendido, tudo faz sentido!!!!

A diagramação está linda, como sempre a editora fez um trabalho incrível.

“Não há razão para ficar fora de casa à noite, sob o céu noturno, se eu não puder ver as estrelas.”
Pag. 81

Outra coisa interessante: As pesquisas da autora em determinados assuntos, como quadros, poemas, livros e Aokigahara, a Floresta dos Suicidas no Japão. Tem muita coisa interessante neste livro!!!

Uma delas é a pintura que deu o nome ao livro. Portanto é com ela que eu encerro esta resenha.

 

 

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