A Educação Sentimental do Vampiro(Teatro Sesc-Paulista)
Uma peça de teatro que foi bastante elogiada na mídia paulista foi a “A Educação Sentimental do Vampiro” dirigida por Felipe Hirsch com textos de Dalton Trevisan, é muito boa. O universo de taras, crimes e violências do Vampiro de Curitiba é traduzido numa linguagem gráfica bem apropriada, que é o elo entre diretor e autor. A encenação parece mistura de graphic novel (romances em HQ) com filme noir, cheia de ousadias no trabalho dos atores, da cenografia e da iluminação, para não falar da trilha sonora(que vai de Bartók e Schoenberg a bolero e tango). A seqüência do cinema é memorável, e também aquela em que Nelsinho (Guilherme Weber, ótimo como todo o elenco da Sutil Companhia de Teatro) tenta vencer a impotência. Piadas e histórias breves se alternam com as mais longas, por isso em raros momentos a atenção se perde. Experimental e popular ao mesmo tempo, a montagem nos faz pensar num Nelson Rodrigues visto por Gerald Thomas, mas sem moralismo nem pedantismo. Em Dalton, as chamadas perversões não são busca de redenção; são inextricáveis do ser humano, como um daltonismo moral. Dessa terra e desse estrume é que nasceu esse verbo.Esteve em cartaz no ano de 2007 em SP no teatro do SESC
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