Ankh do Luar Negro celebra quase duas décadas de conquistas
Ankh do Luar Negro celebra quase duas décadas de conquistas – A entrada do sol no signo de leão, o despontar da estrela Regulus, marcou um momento muito especial para todos nós do Círculo Strigoi, agora o Ankh do Luar Negro foi nomeado e sancionado como o Ankh oficial da Dinastia Sahjaza por sua grande matriarca e fundadora Goddess Rosemary nos Estados Unidos.
Se por mais de uma década ele simboliza o trabalho que desenvolvemos na América do Sul, agora ele comprova sua natureza transregional e que fronteiras são uma ilusão e eterno ciclo vicioso de primatas belicosos e territorialistas.
Quando acontece a nomeação de uma arte tão cara a todos nós transcendendo os limiares do nosso país só podemos comemorar uma história de realizações grandiosas partilhada por todos nós que carregamos tal símbolo – somos partes indeléveis de algo muito muito mais amplo.
Toda arte é um pouco de quem a aprecia e um pouco também do seu criador. Sonhos, inspirações e a arte comprovadamente vencem o tempo – assim como o vampiro que apreciamos.
Enquanto Vampyro, artista e a outra metade responsável pela criação do The DarkMoon Ankh, acredito que minhas ideias e inspirações importem e merecem um espacinho no coração de quem aprecia esta linda criação minha e do mestre alquimista aqui da América do Sul.
Você gosta do Ankh?
Tem sua vivência com ele e uma história que é apenas sua. Há sociedades grupos que se formam e se desenvolvem ao seu redor dos mais variados tipos e isso é fantástico. Nunca irei tomar isso de ninguém. Mas gostaria de ver nossa criação e seu contexto e o que ilustra ser lembrado e mencionado quando for o assunto de um debate.
Mas de verdade quero contar hoje um pouquinho da minha visão.
O símbolo do vampiro é apresentado na maior parte do tempo como um verdadeiro paradoxo, uma deidade menor nem viva e tampouco morta em busca de vitalidade para continuar através da eternidade. O que não é a arte e o trabalho inspirado de um artista destruindo para dar origem ao novo?
Da fogueira consumindo a lenha? Granizo ou chamas trazidas por uma tempestade. A contemplação da arte intoxica e expele o tempo oferecendo a alguém uma noção das musas e do sublime que levou alguém a criar algo mesmo séculos e séculos depois.
Influenciando, importando e desviando de certezas, idealizações e dogmas. Nem vivo tampouco morto e tomando um pouco de seu tempo e vitalidade. Um arrebatamento pagão eu diria.
Os Gregos, os egípcios e os sumérios (bem como muitos outros povos), assim como herméticos e gnósticos falavam sobre a separação do céu e da terra realizada pelo tempo, um eixo vertical e hierárquico cruzado por um eixo horizontal, espelhado e de ressonâncias que se anulavam mutualmente.
Acima deles haveria a totalidade para os mais hábeis em lidarem com a vida e a transformarem em algo que lhes concedesse imortalidade através do legado que deixassem.
Poderia ser uma letra “Tau” com uma serpente enroscada, poderia ser um Oroborus alquímico e até um símbolo astrológico invertido de Vênus como o da medievalesca Ordem do Dragão de Sigismund, Barbara Von Celj, do mago que compilou e utilizou o grimórium de Abramelin ou ainda do Voivoda Vlad II da Casa Bessarabi.
Um círculo divididos em 4 setores que podem ser estendidos até 16 sudivisórias e falarem verdadeiramente muito sobre a totalidade da psiquê humana. Mas respeitando uma tradição que vem desde os anos noventa nos Estados Unidos e simbolismos menos convencionais do ocultismo escolhemos que fosse um Ankh mesmo.
Desta tradição e outros simbolismos falarei em outro vindouro artigo. Se gostou do que leu até aqui…
Ao invés de um círculo no topo da cruz ou do ponto de encontro do eixo vertical e horizontal preferi um arco ogival, marcando uma passagem para o “Outro Lado” – que sempre será de natureza esotérica e de quem vive sob o luar.
Para o que vem de lá como sonho se cristalizar em “Sangue” e realidade aqui; e o que encontrarmos disso se transmutar em algo mais sutil e volátil podendo retornar. Nos tornando mais íntegros e transparentes diante do que carregamos.
É ogival pois isso remete a algo muito sacro e caro para mim a beleza, o áltero e a diversidade das fractais que formam e espelham o todo, da assimetria imprevisível da floresta e do esplendor das ruinas de outros tempos tomadas pela natureza – contrastando o geométrico, idealizado e linear de quem vive sob a lei solar.
Representando a vitória da natureza sobre toda e qualquer ideologia e dogma. A própria árvore da vida da Kabbalah Hermética pode ser resumida no símbolo de Vênus ou de um Ankh. Outro dia falarei dos outros símbolos e do nosso desenho singular.
Todavia os regentes deste portal NÃO são a nossa mente ou mesmo cada um de nós. Se fosse só isso seria apenas ego e nada mais. Existe algo além da mente (ainda bem!)
Naturalmente, um pouco de nos entendermos melhor nos permite irmos e alcançarmos uma visão mais ampla e completa conscientes de que a mesma é limitada por nossa própria aptidão (força).
Ainda assim podemos ousar reger e determinarmos sobre o que nos determina com maior presença e nobreza de espírito. É pontiagudo como uma espada para cravar, marcar e estabelecer raízes e se ramificar como toda arte venusiana e vosso consorte marciano sempre almejam – mas além todo pânico e medo trazido pelo novo, inevitavelmente grotesco ao primeiro olhar – vem a harmonia!
Eu acrescento que também vem a Vitória tal como uma “Imperatrix”!
Eu caminho nisto que lhes digo. Sempre em insurreições! Jamais revoluções de nenhum tipo estas apenas servem para trocar a posse das chaves do arsenal, da prisão e do manicômio das gangue de primatas que precisam disputar território e provarem sua belicosidade – tal como Hamsters na roda de Samsara.
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