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1 DE ABRIL CELEBRAMOS 2 SÉCULOS DO ROMANCE THE VAMPYRE: BYRON, POLIDORI & D´ARCY

ESCOLHA O PLANO, CONQUISTE A RECOMPENSA E FAÇA PARTE DA NOSSA HISTÓRIA

1 DE ABRIL CELEBRAMOS 2 SÉCULOS DO ROMANCE THE VAMPYRE: BYRON, POLIDORI & D´ARCY Sabemos que pelas contas já são 202 anos completados em 2021. Mas 2 séculos soa mais imponente. Imagine um grupo de jovens escritores realmente fantásticos do século 19. Pense neste quinteto juntos em uma mansão austríaca durante tempos de escuridão por todo continente europeu. Devido a uma estranha erupção vulcânica e um fenômeno climático bizarro que rolou na Europa. Todos juntos numa bela noite de bebedeira e amor livre aonde se desafiaram a escreverem o mais assombroso conto de terror de todos os tempos. E a considerar o resultado cerca de 202 anos depois podemos concluir que foram exemplares e perfeitos. Ainda falamos de suas histórias bem agora e neste 1 DE ABRIL CELEBRAMOS 2 SÉCULOS DO ROMANCE THE VAMPYRE: BYRON, POLIDORI & D´ARCY (202 anos se eu não tiver errado).

Enfim, vamos nos aventurar sob uma égide aquariana como proporia o sábio autor Marcos T.R. Almeida ao se referir ao universo Byroniano como um todo. Aonde não há lei maior que a poesia e de onde descende todas as artes e ciências. Aonde o terror e o fantástico, igualmente descendem de um embate titânico com os tais dos vícios cognitivos e as silentes virtudes que vem disso. A égide aquariana em pauta pode ser libertadora se a dosagem for administrável e suportável – ou demagógica e estagnante se alguém não se banca diante da mesma. Inclusive discuti isso longamente no livro #Deus é um Dragão. De um lado alguém apto a estabelecer uma realidade com maior liberdade para todos – do outro um consumidor viciado em criar e propagar fake news e cancelamentos com medo de viver.

Neste artigo vamos pensar um pouco sobre como se estabeleceu três das melhores obras vampíricas de todos os tempos – que graças a John Polidori – e o sucesso de The Vampyre chegaram até as nossas noites. Só que antes de tudo isso vem o desafio daqueles mesmos jovens em Diodatti. Como fazer surgir uma grande e quem sabe a mais assombrosa história de terror de todos os tempos?

ESPECULAR, MEU CARO POLIDORI

Há muitas histórias sobre isso, vamos especular um pouco – enquanto ainda é permitido especular. Histórias sobre o temor pelo que há de vir do horizonte, ao qual a cegueira parva e materialista nunca teve qualquer sucesso em nenhuma época. É melhor tornar isso alucinatório e opiáceo. Escuridão e horizonte são sinônimos, neles alcançamos até onde entendemos e quando chegamos lá – percebemos a agonia do além. Alguns encaram esse abismo cósmico. Poucos como sempre. Para os muitos que sobram é melhor invalidar isso e varrer para debaixo do tapete. É melhor minar tudo isso sistematicamente.

Logo os grandes monstros serão apenas alegorias de comportamentos politicamente incorretos e distúrbios diversos. Mais e mais o alquímico e misterioso voo noturno até aonde entendemos e compreendemos vai sendo reduzido a um sono sem sonhos vulgar. Anestésicos baratos e tarjas pretas para a incurável agonia de saber que jamais entenderemos ou explicaremos tudo que vivemos nem agora e tampouco no final. Tudo isso é parte de uma boa história aterrorizante. Perceber que iremos morrer inevitavelmente sem ter qualquer uma dessas respostas é um fato. E dificil de digerir, se esconder disso é quase viciante. Logo, é mais fácil tomar alegorias e metáforas como se existissem ao pé da letra. Decretar tudo que se mostra diferente como esquizofrenia e remover os empecilhos para depósitos de gente, gulags, campos de concentração, ostracismo ou a pós moderna indústria do cancelamento. Tal postura do dezenove não está tão diferente hoje.

Muitas vezes nos oferecem como a vertente mais sadia e aceitável discutirmos a escuridão e os monstros como os terrores provocados pela ciência enquanto instituição, humana e vaidosa a roubar a criação e manutenção da vida do campo religioso (como vemos em Frankenstein) e fazer o que quiser para quem puder pagar. Isso é bem contemporâneo.

Ou simplesmente debatermos sobre tudo que espreita e caça amoralmente na escuridão (Vampiros) pelos inocentes em um mundo bem distante de qualquer inocência. Não me leve a mal, basta você ligar a TV e assistir o noticiário. As forças hostis ou a própria natureza humana com todo o seu potencial destrutivo sempre estiveram ai. O terror e o horror provavelmente nasce quando espreitamos e constatamos a presença dos vícios cognitivos (chame-os de danos de cognição, pecados ou parasitas da sua vitalidade se quiser) e note o quanto estes guiaram e modelaram sua vida e do coletivo também. Toda Arte e toda Poesia, são a língua franca e o idioma que registram tal embate. Ao menos dentro do tom Byroniano e aquariano emprestado aqui.

De qualquer maneira toda essa “magia” ainda está por ai animando e perturbando o mundo insípido e sem gosto da teoria dos gabinetes. Eu diria todo o mundo cadavérico que jaz nelas. Também assombra o institucional religioso. Uma pena que para tecnocratas fantasmas não existam, mas bem, como é que se chama aquilo que afeta mas não é nomeado mesmo porque o protocolo decreta a inexistência? Muitas vezes o estado, a instituição religiosa – e hoje em dia as Big Tech – são a máscara perfeita para falarmos desses monstros.

O SONO (OU O SONHO) DA RAZÃO CRIAM (EXPÕEM) MONSTROS (AINDA BEM!)

Embora Voltaire e Marx já o tenham feito há muito tempo. Claro, ainda haviam Big Techs nos seus repectivos séculos. A diferença é que o último (além de um filósofo preguiçoso) via tudo isso como o seu fetiche favorito. Sempre foi mais fácil tornar os outros os monstros a serem chacinados. Fetiche é e sempre será um tema interessante, numa visão arcaica ele detêm o poder sobre algo ou alguém. Monstros da ficção são bons fetiches se olharmos ao redor. Era exatamente aquilo que ele almejava se tornar assim que tomasse as chaves da prisão, do tesouro e do arsenal. Ou seja tomasse o “Poder”. Seus seguidores não fizeram por menos amavam a humanidade tanto como ele, desde que vista da janela do palácio e além de seus muros – durante fartos e lautos banquetes que invejariam os Czares assassinados.

Quem tem sede pelo poder e precisa que os monstros sempre sejam os outros é alguém mal intencionado. Os monstros estão sempre nos outros lá fora e jamais neles. Inevitavelmente vivem como uns tarados pelo controle da vida privada, da vida afetiva e dos sonhos e pensamentos de cada pessoa a serviço do seu gabinete. Como a realidade é só uma construção desprovida de uma “natureza”, um castelinho de cartas ou de areia moldado pelos tais precisam de teorias. E estas versam sobre serem o melhor para todos, todos mesmos. O tal do moralmente superior é um tipo curioso, birrento e mimado. Na vida pessoal vive de “surtinhos”, na vida pública quando alguém discorda resulta em demissão, cancelamento até chegar na hora das execuções pela fogueira, a guilhotina, a bala e o enforcamento. Senão a vida no ostracismo, no Gulag, no Campo de Concentração e afins.

O Sobrenatural é e sempre foi como rumores e boatos. Ao se falar de tudo isso sempre falamos mais da gente mesmo do que dos monstros. Seja o Vampiro de Polidori ou o Frankenstein de Mary Shelley – eles sempre mostram tudo isso. Por isso são clássicos, versam muito mais sobre a natureza humana do que um final surpreendente. Vamos aos clássicos para nos entendermos. E assim encaramos nossas monstruosidades pessoais, há quem não encare perceber isso e precisa dizer como é diferente e tal…

Porém os Vamps da contemporaneidade gozam de uma evidente vantagem ao olharem, espreitarem e confrontarem seus vícios cognitivos pois sacam o que tem de monstruoso.

Benção ou Maldição? Na prática estamos melhores do que a turma da teoria de gabinete ou a do moralmente superior – nossos monstros, demônios e o quer que sejam estão ao nosso alcance e não em terceiros ou além da gente.

Não deixa de ser um viés interessante também e até mesmo sofisticado. O bom e velho Hakim Bey já pontuava como o inconsciente só reconhece o monarca ou o anarquista, e como ambos se fundem na mesma coisa no final das contas. Em qualquer boa história ambos lutam com os punhos e pela vida. Porém, estão longes do que desejo abordar e conversar neste artigo. Até porque os monstros somos nós, cansei de monstruosidades relacionais!

O MONSTRO SÓ MOSTRA E POR ISSO MATEM O MONSTRO!

Outro ponto interessante é que sim somos todos monstros a única diferença é que há quem aguenta olhar para isso e fazer algo a respeito. Há quem encare os pecados ou simplesmente os vícios cognitivos e ganhe mais força para não serem meramente regido pelos mesmos.

Já existem outros que apenas querem culpar terceiros para fugirem disso tudo que falamos até agora. No geral, assistimos um mundo de pessoas vaidosas que fogem da vida e emporcalham a realidade. Temem se darem conta de quão insuficientes o são e que desesperadamente precisam tornar suas vidas sempre relacionais a terceiros. Logo a deidade dessas pessoas se chama “controle e segurança total” e como assegurar que todos demandem e implorem por isso a todo custo. Questão que os Vamps devolvem aos mesmos como um tapa nas suas caras com a extravagante: “Quanto tempo da sua vida você precisa desperdiçar para se submeter e se sujeitar ao que outros exigem que você faça para lhes agradarem?” Para nós já é bem claro que viver dentro de um mundo dividido só em brigas e disputas de poder não é viver e sequer existir.

Viver ou existir sob ameaça de delação e sob a pena da fogueira ou do Gulag; submisso a teorias de gabinete e promessas vazias de quem alega deter o poder de dizer o que você é ou não é – não combina com Vamps. Repudiamos quem insiste em fazer outros implorarem por este “controle” que falamos no paragrafo anterior. E quem pensa que não exista nada e sequer possa haver algo maior do que isso só pode ser alguém cego pelo materialismo contemporâneo. Isso nos torna alvo da birra de quem precisa defender todo e qualquer tipo de parasitismo dessas pessoas moralmente superiores que anunciam suas virtudes constantemente nas redes sociais.

No meio de tanto comportamento esquizoide chamado de moralmente superior, há até quem jure ter destruído o ego, a sombra e o próprio demônio interior. Quanto a esses parábolas como a de Santo Antão são ofensas indizíveis. *Dê um Google para entender melhor esse breve conto do monaquismo e dos padres do deserto. Deixando de lado a ortodoxia e voltando para The Vampyre um mal que sempre retorna sob a luz da lua cheia – ou de natureza cíclica e vindo de um antigo templo diânico é um paralelo interessante.

A natureza é um problema para as mesmas pois expressa como nada são ou sequer foram e a sua efemeridade é notória. E sabemos como os tais se escondem disso com birras, negações homéricas, mimos excessivos, reducionismos grotescos e politizações verborrágicas panfletárias quixotescas. A culpa é sua e colocam aonde quiserem. Ainda bem que a natureza devora implacavelmente cada um deles também – bem como toda a sua obra. É… a mamãe natureza também dá o câncer ou o predador para todos. Vê aquela mata exuberante? Uma cobra venenosa pode lhe morder e você morrer também.

A RECEITA PARA UMA HISTÓRIA DE TERROR DAQUELAS!

Com este intuíto de se escrever a melhor história de terror de todos os tempos; alguns dirão que os jovens autores beberam vinho (ou absinto) no crânio de um morto e celebraram um estranho pacto com um rito de necromancia inenarrável. Mas talvez o diabólico Lord Byron tenha se entendiado com o tal rito e achado frugal em demasia. E o resultado do seu conto foi só um manuscrito meia boca e vago escrito por ele chamado “Fragment of a Novel”. Reza a lenda que foi seu médico John Polidori quem realmente se dispôs a fazer o trabalho sujo para escrever o famoso “The Vampyre” ao dar uma espiada nas anotações do lorde. Seria uma revanche amorosa? Calma que adiante explicamos melhor.

Outros dizem que levaram ao extremo seus hábitos peculiares sob o efeito de muito álcool, haxixe e ópium. Reúna a tudo isso o furor sexual daqueles jovens em uma noite de excessos que culminou com manuscritos e ideias bem perversas. Apesar de inerentemente divertido, ainda assim só isso ainda seria bem pouco. Muito pouco na verdade.

Há ainda quem diga que tudo que rolou naquela noite foi um grande debate para se estabelecer alegorias e metáforas devidamente encapsuladas como monstros para assim ninguém perceber que na realidade debatiam diversas questões sociais do seu tempo. Desde o temor pela instituição da ciência a monstros que vivem na noite devorando a vida dos inocentes. A considerar Mary, Claire e John como amantes bem feridos por Percy e Byron – é difícil não pensar numa grandiosa desforra catártica nas páginas de seus manuscritos. Amores feridos e corações destroçados sempre renderam bem para os editores…

A considerar como Percy Shelley amava a humanidade (e segundo biógrafos) não dava a mínima para a filha e a primeira esposa ou a família que abandonou – ou só procurava por dinheiro; bem como toda extravagância byroniana e desprezo por quem não lhe parecia da mesma estirpe – acho bem possível, principalmente quando ele vivia o que hoje chamam de “estar na Bad”. Mas longe de mim reduzir grandes escritores a algo tão parvo. Fica a obra, esqueça a pessoa? Sei lá. *Aliás, se essas duas opções lhe pareceram atraente demais, como se fosse a coisa mais certa de todas sobre tudo isso, releia o tópico Elementar, meu caro Polidori! Sigo preferindo tudo.

NÃO CONTE COM ISSO, MYLORD E MYLADY


Há ainda visões mais contemporâneas para o que tenha ocorrido em Diodatti. Estas versam sobre o tédio e o saco cheio daqueles jovens para os contos de fantasmas germânicos da obra “Fantasmagorianas”. Pelo menos quem dá esse viés é o filme Gothic, de Ken Russel de 1986. Que aliás é um clássico esquecido nos dias de hoje. Neste quesito mais notável do que o recente Mary Shelley, de 2018 na Netflix. Aliás o ator Gabriel Byrne como Lord Byron no filme de Russel foi simplesmente fantástico e muito mais intenso no papel. Enfim, Frankenstein e o primeiro grande vampiro literário nascem dessas noites extáticas na Vila Diodatti. Tensão intelectual e fervor sexual num lugar aonde ninguém era santo afinal! Então, nada de pena ou de coitadinhos!

A ESSÊNCIA DO TERROR, O OLHAR DO VAMPYRO

Entre tantas possibilidades quem realmente estaria certo? Para o grande público o esperado ainda é uma história de terror que nos arranque da realidade comum – e nos dê um tempo para esquecermos esse mundo complicado. E olha que o século 19 era inocente se comparado ao atual. Uma boa história de terror naquele tempo precisava ser arrebatadora neste sentido. Este mesmo tom foi inclusive aplaudido muito tempo antes do ocorrido em Diodatti. Quem aplaudiu? Ninguém menos do que o Marquês De Sade nas páginas de uma introdução para uma antologia de romances góticos chamada “Os crimes do Amor”. Aliás, visitamos seu inferno e encontramos no seu reino de pesadelos aquele conhecimento antes comum.

Você sabe aquele fruto proibido que vem da mera observação dessa abstração chamada “humanidade” e da sua natureza muitas vezes ávida pela ira de ver alguém sendo despedaçado. Desde que em nome disso, daquilo ou daquele outro e assim quem sabe o observador se sentir feliz de ser outro e não o próprio. Escute o podcast. E prossiga na leitura falaremos mais dessa “humanismo de varanda gourmet, balneários humanistas e praças de alimentação étnicas – tal como um parque temático das teorias de gabinete” falamos de tudo isso no tópico dos monstros anteriormente.

MARQUÊS DE SADE E O OCULTISMO NA VOX VAMPYRICA

Compartilhamos agora com vocês mais um conteúdo privilegiado da #RedeVamp gravado da nossa live diária #AcessoRedeVamp que vai ao ar de Segunda a Sexta na twitch.tv/redevamp 

ENTENDENDO A OBRA THE VAMPYRE

Abertura e firulas protocolares cumpridas, vamos rever a história da obra THE VAMPYRE. Esta se inicia com o médico vitoriano John Polidori e a maneira como ele tirou o vampiro das florestas da Europa oriental, deu-lhe uma linhagem aristocrática e colocou-o nas salas de estar da Inglaterra da era romântica. Seu conto The Vampyre , publicado 200 anos e poucos anos atrás – em 1 de abril de 1819, foi o primeiro tratamento ficcional sustentado do vampiro e reformulou completamente o folclore e a mitologia em que se baseava. A figura do vampiro abandonou suas raízes camponesas e deixou seu cartão de visita na sociedade educada de Londres. É claro que eu discordo dessa supra importância dada a The Vampyre não com o intuito da depreciação, longe de mim isso. Mais adiante falaremos disso.

The Vampyre surge na Vila Diodatti no tal concurso de contação de histórias que deu origem àquele outro arquétipo da herança gótica, o monstro de Frankenstein. Presentes nesta augusta reunião estavam nada mais e nada menos do que John Polidori. Na época ele era o médico de Byron. Mary Godwin, a autora de Frankenstein, sua meia-irmã Claire Clairmont e o poeta Percy Shelley. E como deveria ser o próprio Lord Byron (que não estava nos seus melhores dias e tampouco noites vide seu Fragments of a Novel).

Como dizia a contribuição de Byron para o concurso foi um fragmento inconclusivo. Era uma história sobre um homem misterioso chamado Augustus Darvell , caracterizado por “uma inquietação sem cura”. Polidori pegou este fragmento e o transformou na história sensacional do vampiro Lord Ruthven, predando as mulheres vulneráveis da sociedade daquele tempo. Talvez vulnerável seja um exagero.

Enfim, o conto de Polidori foi um sucesso, porém todo mundo achava que era obra de Byron. O lorde seguiu repudiando e afirmando publicamente que achou aquele escrito intolerável e que seu Fragments of a Novel era outra coisa. Há quem pontue The Vampyre como a desforra de um amante rejeitado, no caso Polidori esnobado por Byron.

AS METAMORFOSES DO VAMPYRO

The Vampyre estreou em revista, até a história ser publicada como livro passou por sete edições em inglês somente em 1819. Foi adaptado para o palco no ano seguinte pelo dramaturgo melodramático James Robinson Planché , e logo se tornou um modelo de história de vampiros por toda a Europa. Influenciando autores como Charles Nodier e outros. Sua força foi expressiva e influenciou até mesmo a obra norte-americana The Black Vampyre, A Legend of St. Domingo de . Entre outras coisas foi primeira a ter um vampiro protagonista negro e é o primeiro romance publicado nos EUA a lutar contra o racismo e a escravidão. Falamos longamente dela neste outro artigo. Vamos encontrar influências mais subjetivas da obra de Polidori também no Brasil, aonde temos bem mais de 170 anos da presença vampírica em nossas artes e na literatura. Pois é a história The Vampyre de Polidori surpreende.

Ainda que por muito tempo, Byron tenha ficado (contrário a sua vontade ) com os creditos, é um fato que o texto de Polidori foi longe. Logo ele foi expandido em um romance francês de dois volumes de Cyprien Bérard chamado Lord Ruthwen ou Les Vampires . Em 1830, ele foi traduzido para o alemão, italiano, espanhol e o sueco. Houveram ainda mais adaptações e imitações do conto de Polidori com a passagem do tempo. Como disse Mary Shelley “Pobre Polidori!”

Um fato é que a crítica e as editoras o descartavam como um escritor grosseiro que teria desenvolvido sua obra sob a influência de um talento maior, no caso Byron. A eternidade veio a comprovar Polidori como um autor bem sucedido – infelizmente ele não viveu para apreciar o sucesso e o reconhecimento de seu trabalho. Infelizmente ele morreu jovem. Acredita-se que tenha se suicidado por conta da depressão e dívidas de jogo. E talvez pelo acumulo de desamores.

BYRON É O VAMPIRO E POLIDORI GANHA A IMORTALIDADE

Quanto a Byron ele chegou a publicar seu “Fragment of a Novel” para desfazer equívocos. O que não lhe adiantou muita coisa. O fato inconteste é que “persona byroniana” passou a viver como a imagem célebre do vampiro de Polidori – cristalizada no seu Lord Ruthven. Desnecessário mencionar que o aristocrata vamp e fatal da literatura e de toda arte vamp descende desta breve contenda. Não preciso me alongar como isso alcançou o teatro, o cinema e os tempos de hoje. No cerne de todo este texto ainda assim Byron deixa o sabor de quem entendeu o mal que causou e morreu sufocado pelo mesmo. Lá vem ele pomposo e sobrenatural descendo a ampla escadaria. Detrás um retrato pintado a óleo, tal como um Dorian Gray quem sabe. Então, imaginamos ele olhando uma ampla janela de uma velha mansão, contemplando a tempestade. Uma leve sacudida no copo de cristal e dizendo com voz baixa e grave: Vamos Jeová, é o melhor pode fazer?

Concluindo há muitas vozes que celebram Polidori como o bem aventurado fundador da moderna tradição da ficção vampírica. E ele merece os aplausos e celebrações – de todo o nosso coração sombrio. Porém, há alguém anterior a ele que também merece estes créditos – e uma visualização maior.

SÓ QUE A VAMPIRA GERALDINE NÃO LEVOU A FAMA

Nós da Rede Vampyrica concordamos que The Vampyre é uma obra incontestável e seminal do imaginário Vamp. Mas escolhemos ressoar outras vozes e correntes de pensamento que apontam o poema Christabel (publicado em 1816 como folheto ao lado de Kubla Khan e The Pains of Sleep.). Você sabe aquele de Saumel Taylor Coleridge apresentado por ele ao próprio Percy Shelley – e a história curiosa que aconteceu deste encontro. Quer entender melhor isso, escrevemos recentemente sobre o fato neste outro artigo! Outro ponto bacana é que Christabel foi adaptada para uma versão cinematográfica bem legal recentemente no Brasil, leia o que achamos e entenda um pouco mais aqui neste outro post. A vampira Geraldine de Christabel será a inspiração da Carmilla de Sheridan Le Fanu quase cinco décadas depois.

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