the VAMPYRIC BLACK BLOOD PARTY

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the VAMPYRIC BLACK BLOOD PARTY

Tempo cinzento.
Contemplava um amplo e plano corredor,
de chão negro, aparentemente sem fim…
Vozes ressoavam no espaço de forma impessoal e quase  mecânicas continuamente nos altofalante anunciando chegadas, partidas, nomes próprios, portões de embarque…
O ambiente ressoava descontinuídade e transitoriedade…
Nas extensas  janelas, que emolduravam a paisagem, plataformas retráteis e aviões dispostos na pista…hipnóticas turbinas oscilando…um amplo zoológico humano desfilava fantasmagóricamente alheios por toda parte…logo chegaria a minha hora de embarcar e visitar pela primeira vez na vida o Distrito Federal – a convite das amigas Kell Kill e Vampy Lu, ambas as organizadoras da “The Vampyric Black Party em sua edição de estréia…

São poucos que dançam em águas escuras,São passáros negros, recém-nascidos aprendendo a voar…Pássaros Negros-5Generais


Chegou o momento e embarquei na janela, algo bastante auspicioso, afinal adoro sobrevoar minha São Paulo a noite.Um mar de estrelas artificiais, que logo desaparece na escuridão absoluta, excessão feita as pesquenas cidades e propriedades que vez por outra aparecem lá de cima.O fascinante de voar é imaginas que nada te prende acima e nem dos lados, apenas invisiveis corredores de ventos…voamos alto, sobre as nuvens, pequenas turbulências de uma insensata tempestade em formação.Trovões ressoavam e lampejos demonstravam sua intensidade e aparentemente sob o avião. Veio depois, uma longa curva descendente e um novo mar de estrelas que se delineava lá embaixo…todo o trajeto levou cerca de uma hora e meia e então aterrisamos em Brasília – terra de 5 Generais, Aborto Elétrico, Legião Urbana e outras grandes bandas.
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Depois de atravessar alguns dos amplos corredores do aeroporto, encontrei meu anfitrião e que logo se tornaria meu novo amigo da cidade o Guilherme.Passeamos de carro por amplas vias expressas, avenidas que mais pareciam estradas devido a sua quantidade de pistas.Prédios baixinhos e novos conceitos urbanísticos como superquadras, cidades-satélites, plano-piloto e muitos outros – o papo também se mesclava a novidades de bandas, filmes de terror velhos e classic rock; nosso destino-final era transportarmos também a produtora do V.B.B.P a Kell Kill (da antiga “Luiza Fria” e atual Kell Kill & Los Zumborrachos) para o “quartel-general” do evento lá na casa da Vampy Lu e do Guilherme.
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Chegando na casa da Vampy Lu e do Guilherme, houve o reencontro de amigos que não se viam há tempos, risadas, pizzas, cervejas, boas histórias e lembranças das cena local e de São Paulo e ABC…logo tivemos a participação do novo amigo Rancan (que também tinha ido para Brasilia curtir a festa).Muito som, noite extremamente divertida e descontraída…É fascinante ser integrante de uma subcultura transregional, podemos estar em lugares que jamais estivemos antes e longe de tudo que conhecemos e ainda assim estamos entre amigos, amigas e pessoas afins…a reunião de boas-vindas atravessou boa parte da noite e então foi a hora de todos nós nos recolhermos aos respectivos quartos.
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Na manhã sequinte, começou a contagem regressiva para o evento.Aí não tem jeito, é começar a verificar o checklist das atividades pendentes, coordenar horários de passagem de som das bandas e definir horários para realizar as últimas tarefas.Como visitante pude assistir a forma coordenada e bem organizada em que as produtoras do evento organizavam os últimos detalhes, listas amigas de desconto para a festa, escolha do Djset que seria utilizado pela Kell Kill, que além de ser uma excelente vocalista também é uma Dj e tanto.Podia observar a preocupação e o zêlo de Vampy Lu e de seu marido Guilherme para com todos os pequenos detalhes que antecedem um grande evento.Só quem produz eventos sabe deste lado que demanda grande profissionalismo para que tudo corra bem e posso dizer que elas se saíram muito bem na organização pré-evento (e também da execução e coordenação do próprio evento)…Enfim, era chegada a hora do almoço e de me levarem para passear pelo Distrito Federal.
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Deixamos a cidade satélite de Taguatinga e nos dirigimos para o Planalto.Uma atmosfera úmida e uma vegetação bem verdinha, emprestava um tom amigável ao que me contaram que era um cerrado e que nas estações mais quentes assumia nuances desérticas.Em nosso caminho passamos pelo parque de Brasilia, onde o Renato Russo inventou ou situou o local de encontro dos personagens “Eduardo e Mônica” daquela famosa canção…quase visitamos o chamado castelinho do parque, mas a chuva nos impediu.Então passeamos pelas largas avenidas da cidade, passamos por um (exótico) shopping onde as pessoas se suicidam desde sua construção (que até virou letra de música da Luiza Fria) e rumamos para a rodoviária de Brasília – onde almoçamos na pastelaria Viçósa (uma espécie de ” lugar cult).Ao lado havia uma banca de jornal, e lá pudemos celebrar a publicação de uma matéria de página inteira no “Jornal de Brasilia” falando sobre os produtores e o megaevento que viria logo mais.Uma matéria de página inteira e com uma foto bem legal das produtoras e dos atores envolvidos com a “Vampyric Black Blood Party”.
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Uma eletricidade invisível estimulava os sentidos de todos nós…seria uma grande noite…
A nossa volta pairava aquela atmosfera de entusiasmo, éramos envolvidos por uma sensação de que seria uma grande noite.Chegou então o momento solene de visitar a esplanada dos ministérios, a catedral de Brasília, o Palácio do Planalto, o Congresso, o Supremo Tribunal Federal – onde tiramos muitas fotos e pude contemplar o maravilhoso trabalho arquitetônico de Oscar Niemeyer.Visitar o chamado plano-piloto de Brasilia onde fica a catedral, a esplanada, os palácios e a praça dos três poderes é uma experiência visual e tanto.Fascinante, planices a perderem-se de vista…o cenário evocava uma solenidade e uma reverência muito especial…algo corruscante…um local onde a tomada das decisões afetam a vida de cada um de nós…a certa distância, as produtoras atendiam e realizavam ligações através dos celulares entregando e combinando últimos comandos dos preparativos do V.B.B.P e conferiam como seguia a organização e execução dapassagem de som das bandas que iriam se apresentarem por lá.Voltamos para o “quartel-general”…

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THE VAMPYRIC BLACK BLOOD PARTY ABRE SEUS PORTÕES…AGORA A FESTA
NÃO É APENAS UM SONHO E SIM UMA LEMBRANÇA INESQUECÍVEL…

A noite e seu manto aveludado cobriram logo o céu e a planice.Noite gélida, daquelas onde sobretudos, visuais encourados e vestidos mais densos não incomodam… Uma tensão saudável envolvia a todos nós, tempo de fazer os últimos ajustes, tempo de eu e Kell Kill combinarmos como dividiriamos horários de discotecagem e certas músicas para não repetirmos em pista…Após nos arrumarmos, partimos para o clube América.A sua frente muitos góticos, góticas, vamps de muitas estirpes e estilos já se reuniam e compartilhavam idéias entre sí, aguardando a abertura dos portões do evento.Cumprimentos, acenos, camaradagem, perguntas, pedidos de música, olhares tímidos e abraços.Não tive a oportunidade de ficar muito tempo alí.Partí para a passagem de som nos equipamentos.
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Os Djs foram bem servidos com CDJs e mixer de primeira linha.Enquanto testavam as luzes do palco e faziam os últimos ajustes, regulei os graves e agudos das caixas através do mixer e emendei algumas coisas não-lineares e teratônicas interessantes como God in Alcove do BauHaus, Batman do Alien Sex Fiend, Gifträum do Diary of Dreams, FIX do Sisters of Mercypelo que me recordo…Que mais tarde na mesma noite me renderiam elogios do estimado amigo Orpheus Lirico(Banda Invisivel & Blue Butterfly) e algumas pessoas do público que já estavam posicionados na fila de entrada.
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montesumaPouco antes da casa abrir as portas conhecí o Dj Bruno Engel que cobriria o horário de abertura da festa.Muito simpático ele me contou um pouco mais sobre o que o povo curtia ouvir na cena de Brasilia e rapidamente começou sua passagem de som que incluiu bastante bandas e projetos de DarkEletro ou EletroGoth.Rapidamente os volumes sonoros das caixas foram elevados e o Vampyric Black Blood Party abriu suas portas.
Mais ou menos neste momento enquanto a casa abria suas portas conhecí os atores vamps do “Theatre Gothique” o Vlad e o Álvaro trajando elegantes sobretudos, camisas acetinadas alvas e brilhantes repeletas de rendas e bordados.Cartola, mecha branca no cabelo negro, couro, sabre e longos caninos complementavam o visual.Havia um terceiro integrante na trupe naquela noite o ator Lowry Landi trajado semelhante a Bela Lugosi em Drácula mas com uma maquiagem mais teatral.Também pude conhecer as belas damas vamps que acompanhavam este sombrio cortejo – e estes prometeram uma performance muito especial no transcorrer da noite.
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Aos poucos o espaço do América era invadido por um público extremamente cordial, simpático e elegante.Tínhamos alí uma bela mescla de visuais vamps, cyber, postpunks e etcs.Belos visuais a se perder de vista na pista e também no mesanino.Lembrei de meu antigo evento de grande porte vampiresco de SP, deixava as memórias refletirem na lente escura dos meus óculos e aos poucos ia conhecendo as pessoas presentes…algo deteve meu olhar, retirei kellkillos óculos escuros…e tive meu deleite visual com o trabalho fotográfico temático de Lu Montesuma.Cada uma das imagens retratava com cenarização perfeita, figurino e esmerado retoque digital as produtoras e atores envolvidos com o V.B.B.P.E faço votos para que esta exposição possa ser exibida lá no Woodgothic deste ano e se possível na cena paulistana!
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A noite transcorria bem, as pessoas dançavam e curtiam bastante na pista em meio ao gelo-seco e a pernumbra era rasgada pelos spots sicronizados.Chegou o horário da Dj Kell Kill que através do seu horário conduziu uma pista lotada e extremamente dançante com alguns gothic classics, dark eletro e alguns 80´s bem dosados.Certamente o ponto alto foi quando tocou o novo hit do Blutengel.Enquanto isso tive a oportunidade de conhecer leitores e leitoras do Vampyrismo.Org e também muitos ouvintes do Vox Vampyrica Revamp.Tempo de tirar fotos, abraços e compartilhar sorriso e rever através do olhar deles suas vivências, impressões, dúvidas e até mesmo reviver algumas antigas entrevistas que eles lembraram…Nestas rodas de bate-papo conhecí o João Carlos, sua namorada e ainda a condessa Jana e outras pessoas que infelizmente não me recordo os nomes – isso sem falar na sempre e agradável presença e companhia de Vampy Lu e do Guilherme.
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A meia-noite se aproximava a galope…Passei pelo camarim, conhecí o pessoal da banda “Acidik Reaktion” que mais tarde se apresentariam e alguns integrantes do Cinco Generais que já estavam por lá.Revisei meu “case” mais Lord A 02uma vez e chegou minha hora de ser o Dj Convidado.A Dj Kell Kill sorridente como o gato de Chesire já findava sua última música e o Rancan já estava estava na pista feliz da vida…tomei o comando dos CDJ´s e abrí com “Kiss” do London After Midnight…os primeiros segundos, desta música sempre me deixam tensos – como se fossem definir o que pode acontecer nos próximos sessenta minutos…uma diminuição nos movimentos na pista…até que alguém no fundo gritou ” É   LOOOONNNNNDOOOONNNNNNN…” o restante foi fácil, a pista encheu um pouco mais e o deleite e o extase assumiram naquele ditirambo sombrio…não lembro do meu DjSet, apenas dos gritos de felicidade que Broken Ones da Diva theatregothiqueDestruction, Switchblade Symphony, Paralysed Age, Project Pitchfork, Blutengel, Tristesse de La Lune, Abney Park, Cruxshadows e muitas outras bandas despertaram no público…e dos cumprimentos e frases como: “nossa nunca tinha ouvido isso em pista aqui…”

Pouco antes da uma da manhã tivemos a esperada performance da trupe do “Theatre Gotique” – que poderia ter sido ainda melhor se eles tivessem optado por usarem microfones para ampliarem ainda mais as suas vozes.Mas este é um equívoco comum em toda parte do Brasil.No entanto o efeito visual da pirofagia, suas capas e fortes palavras de efeito cativaram o público e foram bem aplaudidos.Penso que iniciativas cênicas como estas deveriam se tornarem mais frequentes através de todas as cenas regionais do Brasil.Inclusive com este trabalho, os meninos conseguiram algum destaque e atenção da imprensa local no ano de 2010 e eles têm planos de ampliarem seus repertórios e performances.Faço votos de boa sorte para todos eles.

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5 GENERAIS:

felix-generaisApós a apresentação teatral, chegou o momento da Dj & Produtora Kell Kill anunciar a primeira banda da noite os “5 Generais”.Particularmente, tive meu momento de fã correspondido…eu não conseguia acreditar que iria assistir um show dos “5 Generais” em toda minha vida, ainda mais em Brasília sua terra natal.Como será assistir um show da primeira banda gótica e também a primeira a gravar um disco sob esta alcunha e certamente sobre algumas outras como o post-punk em todo Brasil?Para mim havia uma solenidade própria neste momento.Sem dúvida um momento icônico e marcante, escolhí um bom local com vista para o palco e alí fiquei.Foi muito legal de observar no público a importância e o carinho deles para com os músicos e as letras das música e não raramente ouvia todo mundo cantando junto muitos dos refrões.

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Tivemos no set Ratos de Brasilia, Outro Trago, Nas Linhas.No momento da marcante “Pássaros Negros” tivemos a participação mais do que especial de Orpheus Lírico (Blue Butterfly & Banda Invisível) e na sequência ainda teve a nova “Estrela da Morte” que se tornou uma das minhas favoritas.Vale ainda ressaltar a participação especial de Kell Kill que participou de algumas músicas.Depois do show pude conhecer o Félix (fundador) e o William(novo vocalista) e conversar um pouco com eles, duas gerações distintas do alternativo unidos pelo amor a música e a história desta importante banda que está voltando a ativa no Brasil.Inclusive devo acrescentar aqui que a performance de William foi amplamente elogiada por Orpheus da Banda Invisível…Depois de assistir a um show dos 5 Generais ao vivo e em Brasilia, só posso dizer com todo o respeito: Mick Mercer, morda-se de williamgeneraisinveja;-)!!!!
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A Vampyric Black Blood Party prosseguiu desta vez com um novo DjSet da Kell Kill que antecedia o segundo show da noite que era da banda eletrônica Acidik Reaktion.Muitas pessoas resistiam na pista e dançavam como nunca.Vale ressaltar que já há alguns anos ocorrem poucas festas ou eventos do gênero em Brasília.Basicamente os eventos mais recentes dos últimos anos foram mantidos pelo ardor e trabalho de Kell Kill que é uma produtora, vocalista e Dj muito querida e respeitada pelo público de lá.Também notei que haviam muitos goths e vamps que utilizam cartolas com certa frequência na cena de lá.Outro ponto importante era Vampy Lu e Guilherme sempre juntos e atentos com cada detalhe do evento – o que era sempre algo elogiado e mencionado com satisfação pelo público.Todo evento é uma prestação de serviço.Precisa de uma postura profissional e organizado da parte dos produtores, da casa e todos envolvidos para transcorrer bem.Será que depois desta realização, conseguirei ver um show do “Arte no Escuro”?^^

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Acidik Reaktion:

acidikreaktionO segundo show da noite foi da banda Acidik Reaktion.Uma banda nova que ainda está a gravar suas primeiras músicas e conta com uma performance bastante perfomática e um som ritmado e forte que por vezes me recordou a sonoridade de Oomph, Joachim Witt e até mesmo de um Rammstein mais bem trabalhado e com uma pegada mais eletrônica. Ouví de muitas pessoas que não estavam do lado de dentro do Amérika que não viram o começo do show deles, que inicialmente acharam que era alguma banda germânica nova ao escutarem o som e ficaram surpresos ao assistirem os meninos ao vivo.Um grande show e penso que os apreciadores de um eletrônico mais pesado devam prestar atenção e acompanharem e investirem tempo e divulgação no trabalho do Acidik Reaktion.
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Iniciei então meu segundo horário de discotecagem para fazer o encerramento do evento.Como o público presente já estava mais relaxado e descontraído seguí uma via com bandas como Alien Sex Fiend, Clan of Xymox, Diary of Dreams, Mina Harker, Cinderella Effect, Ego Likeness, Kirlian Camera e uma dobradinha do Otto Dix que me permitiu conhecer um estiloso casal que por lá estava e haviam chegado depois da metade da festa e se esbaldaram na pista.Me despedí ao som da música “De Profundis” da Banda Invisível.Tempo de tomar vinho, papear, despedidas, promessas e planos de retornos…Logo mais viria o amanhecer e como balada vamp completa só vale se for para ver o amanhecer, meu amigo Guilherme ainda me levou para um simpático boteco onde tocava rock a noite e ao meio de um monte de histórias e lendas urbanas brasilienses…o sol veio e justificou o ato de sempre levar os óculos escuros para qualquer evento Vamp!You wanna Rock!

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E vamos as fotos…

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