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A Catedral de Carne

 

Talvez de longe o monumento do mundo cainita que mais assusta, a catedral de carne foi lar de um dos mais poderosos Tzimisce de todos os tempos, mas para falar dela vamos ter que antes aclarar no que se baseia a magia koldun dos Tzimisce.

 

Em um artigo futuro abordarei de forma mais completa a magia do clã Tzimisce e sua história, mas por hoje vamos nos ater no seguinte: O koldunismo se baseia em usar ou invocar o poder dos espíritos da natureza, não são fantasmas como as aparições, no Mundo das Trevas um espírito pode ser de uma coisa, eles podem ser simplesmente entidades de outros planos, seres astrais ou mesmo quimeras do mundo dos sonhos (do cenário de Changeling/Fada), então veja, essa forma de magia se utiliza do poder de seres que fogem à compreensão e que incorporam e compõem a natureza. Uma vez que pontuamos essa questão vamos avançar para a catedral de carne e sua estrutura.

 

Criada por Yorak, um Tzimisce de 4° geração (criado pelo fundador do clã), ele é o criador da Catedral de Carne, ele não anda pela catedral, mas sim altera sua forma e desliza e se funde com as paredes e cômodos da catedral, suas disciplinas mentais são poderosíssimas e muitas vezes ele nem precisa andar fisicamente pela estrutura. Yorak se vê como um deus e até certo ponto ele até pode ser considerado se observarmos o seu poder.

 

Se você estiver jogando na idade das trevas (Dark Ages) vale a pena você fazer um teste de inteligência + ocultismo toda vez que seus jogadores ouvirem as palavras “Catedral de Carne”, pois é algo relativamente conhecido e medonho entre os cainitas.

 

Localizada ao norte do território onde hoje é a Romênia e próximo da fronteira com Ucrânia e a Moldávia, mais precisamente em algum lugar nas montanhas de Cárpatos, a região onde a catedral se encontra é visivelmente corrompida, a vegetação é seca e o solo é escuro, não como húmus cheio de vida, mas como se tivesse sido queimado. O ambiente vive em constante desalento e transmite uma aura de sofrimento. O motivo desta mortificação da área não é a catedral em si, na verdade um espírito maligno chamado Kupala fora invocado por alguém muitos anos atrás e ele envenenou as águas e a terra mortificando tudo e matando todos ao redor, as vidas tomadas por Kupala fortaleceram o seu invocador (que não se sabe o nome), porém os Tzimisce são mestres no koldun e por conta disso conseguiam repelir a influência deste mal para poder manter seus domínios.

 

Os animais evitam instintivamente os arredores da catedral, sendo assim, se estiverem usando montarias terão que seguir a pé por muito tempo pois os cavalos não irão prosseguir por medo. Muito tempo de caminhada depois se encontra uma caverna, ali já é o territória da catedral e assim que adentrar a mesma é possível notar uma massa crescendo nas paredes de pedra, um tipo de “musgo”? Não, é pior… São veias… Veias que emanam um brilho luminescente e esse tecido só faz aumentar e se estender caverna adentro. É possível notar que o tecido vai se tornando mais denso e agora composto por órgãos também. Os que conseguirem enxergar na escuridão da caverna será possível avistar duas figuras horrendas e grandes que são guardiões da entrada da catedral e 20 metros mais adiante o solo fica coberto por um tecido que absorve qualquer pegada ou rastro enquanto gera sons irreproduzíveis. Nas laterais é possível notar a formação de feições de êxtase e horror, todas misturadas como se aquele lugar fosse o próprio inferno. Sim, você já deve ter concluído que Yorak sacrificou milhares de vidas para moldar e criar a catedral, ela toda é um organismo vivo e imortal que se mantêm com uma pequena quantia do sangue de seu senhor e a condenando à eterna adoração e sofrimento.

A entrada da Catedral de Carne é um imenso orifício humano guardado por dois Slatcha (carniçais de combate horrendos) e a única forma de entrar é se um deles mergulhar o dedo em uma bacia com um líquido meio viscoso e em seguida derramá-lo diante da entrada e o tecido começará a sorver o líquido de forma animalesca e gerando um ruído indistinguível a medida que pequenas rajadas de sangue luminescente voa ao redor, o orifício se abre e é possível adentrar a catedral. Qualquer quantidade de Vitae derramada será automaticamente absorvida pelo tecido vivo da catedral, qualquer usuário de Auspícios ao usar seus dons de leitura de mentes pode notar milhares de mentes no ambiente compartilhando a mesma dor e o mesmo prazer, se concentrando mais é possível ouvir as milhares de vozes mentais dizendo: Yorak… Yorak… Yorak… Expandir os sentidos fará com que o usuário escute atentamente o som de vitae percorrendo o sistema circulatória gigantesco da catedral, neste momento será necessário ser bem sucedido em um teste de força de vontade com dificuldade 9 ou será tomado por uma frenezy de fome a atacará as paredes da catedral que começarão a absorver o atacante enquanto ele se alimenta do sangue nas paredes.

 

Nas profundezas da estrutura monstruosa é possível ver uma figura suspensa por tendões e artérias, algo quase como um fantoche e ao seu redor outras formas também penduradas, cascas vazias mas que já serviram de corpo para Yorak e lá no centro em um altar estará ele o próprio Yorak.

 

Esses e outros detalhes podem ser vistos no livro “Crônicas da Transilvânia – Filhos do dragão”. É um suplemento do universo de Dark Ages.

No próximo artigo eu concluo os conhecimentos sobre Koldunismo e digo que fim leva Yorak.   
Boa noite, neófito.

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